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Uruguai terá exportações de carnes recordes em 2012: novos mercados são essenciais

Um novo recorde de exportações de carnes será registrado em 2012, totalizando US$ 1,715 bilhão, segundo estimativas do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC). Esse valor é maior que o US$ 1,663 bilhão exportado em 2011. Na carne bovina, também se estabelecerá uma nova marca, alcançando US$ 1,405 bilhão, superando, assim, o US$ 1,343 bilhão do ano passado.

“Tínhamos muitas dúvidas no começo do ano sobre o que poderia ocorrer, especialmente pela crise da Europa, que está afetando os mercados mundiais. No Uruguai, essa não tem sido tão percebida, já que temos conseguido redirecionar nossas exportações . Voltou a aparecer o Nafta como comprador, um mercado que sempre dissemos que era um seguro para quando algo se complica”, disse o presidente do INAC, Alfredo Fratti.

Ele também explicou que apareceram novos compradores na região, como Chile e, sobretudo, Venezuela, que, segundo ele, está adquirindo 4% do total das vendas de carne ao exterior. O Brasil segue firme nesse aspecto, em especial, em alguns cortes. “A picanha tem sido exportada a esse mercado a mais de US$ 20.000 por tonelada. O Uruguai está muito forte por sua diversificação de destinos. Isso nos permite que, frente a qualquer problema que exista, tenhamos para onde re-dirigir as exportações. É um fato a abertura da Coreia e, agora, o objetivo é o Japão, destino que parecia muito longe, mas que agora parece mais perto, sobretudo pelo interesse existente nesse país”.

Fratti disse que, nos próximos meses, acompanhará uma missão oficial ao Vietnã, país que “está crescendo a taxas similares às da China e que deve-se olhar com carinho. Essa nação está se abrindo ao mundo e possui um setor que tem um forte poder aquisitivo. Em matéria de carnes, o Japão é o país top, seguido por Coreia, mas mercados desse tipo são muito relevantes”.

O Diretor do departamento de Informação e Análises Econômicas do INAC, Pablo Caputti, informou que se esperam exportações de carne bovina de mais de 360.000 toneladas até o final do ano, a um valor médio de US$ 3.800 por tonelada.

“Não somente é chave ser rentável, mas também, ter baixo risco. Isso se vê quando o Uruguai tem a possibilidade de diversificar suas vendas, diante de problemas como os que estão ocorrendo na Europa. O setor pecuário hoje tem muita segurança. Os valores não baixam mais. Viveremos anos mais ou menos e outros muito bons”.

O Uruguai seguirá sendo o país de maior consumo a nível de carne bovina, com 62 quilos anuais per capita, 2% a mais que no ano anterior, segundo projeções do INAC. O técnico de mercado interno do INAC, Gabriel Costas, disse que “se chegou a um teto. Somos o maior consumidor do mundo nesse tipo de carne. Existe um nicho para crescer em suínos e aves, mas não em bovinos”.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

2 Comments

  1. Antonio José Costa disse:

    O grande segredo nada mais é que o b-a-ba que qualquer criança conhece. Diversificação de destinos para o produto e principalmente segurança nas decisões com relação aos países emergentes. Agora imaginem o Uruguai com um território menor que a maioria dos estados brasileiros aplicando a politica do correto e fortalecendo seus empreendedores, enquanto isso aqui no Brasil os donos de empresas entram em pânico toda vez que União Européia e Rússia fazem bloqueio as exportações. O que será que temos que aprender com “los hermanos Uruguaios”, humildade e simplicidade talvez? no Brasil existem muitos atravessadores em cada negocio que se refira a exportação e principalmente o Brasil quer parceiros fieis para poder direcionar suas produções ao mercado externo e só depois pensa em “novos mercados” ou no mercado interno, este sistema foi implantando aproximadamente em meados do século passado pelas ex-gigantes do comercio de carne Sadia e Perdigão que se mantiveram assim durante décadas e os demais que foram surgindo foram copiando o “modelo”. Engatinhamos como empreendedores no segmento destes produtos enquanto outros já perceberam que este raciocínio é puro suicídio. Fazer o quê? Ainda vivemos a ilusão da lei de Gerson… Você gosta de levar vantagem em tudo, certo? Só para terminar, qual é o consumo interno por habitante de carne bovina mesmo? Com relação ao Uruguai qual é a porcentagem que temos no consumo interno?

  2. Carlos Vilhena Vieira disse:

    Muito interessante a matéria, mostra claramente que um trabalho sanitário bem feito pelo governo e de união dos produtores de bovinos de carne conseguem atingir os melhores mercados do mundo.
    Infelizmente no Brasil onde o governo só ajuda os frigoríficos, não chegaremos a estes mercados tão facilmente.