As importações de carne bovina dos Estados Unidos deverão apresentar um crescimento substancial (9%) acima do nível historicamente baixo de importações de 2011; a previsão é de 997,9 mil toneladas de carne bovina sendo importadas nesse ano.
A aparente transição do La Niña aos padrões normais de clima deverão reduzir as condições de seca nas regiões sul e sudoeste dos Estados Unidos, mas mesmo assim as condições de seca persistem nessas áreas e mais ao sul no México.
O resultado é um contínuo aumento das importações pelos Estados Unidos de gado para engorda do México em relação ao ano anterior . Esses aumentos foram de 22% até 10 de março de 2012 (total cumulativo de dados semanais do Serviço de Comercialização Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Uma colheita de milho mais normal foi antecipada nesse ano, que deverá ajudar a reduzir os custos de alimentação do gado nesse outono e em 2013.
Como frequentemente acontece quando os preços do gado de reposição alcançam níveis altos, os abates de bezerros declinaram rapidamente durante os últimos dois meses. Dezembro de 2011 e janeiro de 2012 exibiram declínios em relação ao ano anterior de 6%, com os maiores declínios nos animais de 150-400 libras (68 a 181,4 quilos). Embora a produção de vitelo represente somente 1% da produção total de carne bovina e vitelo, esses declínios refletem o valor dos bezerros leiteiros vivos nos preços atuais dos bezerros para engorda, que estão mais de 20% maiores do que no ano passado.
Os abates totais de vaca e touros continuam representando mais de 20% dos abates inspecionados pelo Governo Federal, mas parece estarem declinando em relação às maiores participações observadas no ano passado e no começo desse ano. Um declínio nos abates de vacas e touros de corte nessa época do ano é consistente com os padrões sazonais, mas também pode indicar que um fim está à vista para vacas pesadas abatidas nos últimos anos e à fase de liquidação do atual ciclo pecuário.
Também tem havido relatos de novilhas para engorda sendo vendidas a preços prêmios no mesmo peso dos novilhos. Se os prêmios não forem incidentes isolados, referentes às diferenças na qualidade e na condição corpórea, isso poderia ser um sinal de que a retenção de novilhas para reposição de vacas está sendo feito. Se a retenção de novilhas aumentar – desconsiderando secas ou outras anormalidades -, os menores números de novilhas disponíveis para engorda aumentariam a escassez de gado para engorda em confinamento que é esperada há vários anos, talvez em 2015 para frente.
Os preços do boi gordo superiores a US$ 120 por 100 libras (US$ 264,60 por 100 quilos) e com níveis breakeven (sem ganhos nem perdas) de US$ 130 por 100 libras (US$ 286,60 por 100 quilos) resultarão em margens negativas para os confinadores nos próximos meses. Com os preços do gado de reposição aumentando mais rapidamente do que os preços do gado gordo, os níveis de breakeven poderão também continuar aumentando. Os níveis de breakeven para gados comercializados em maio de 2012 foram projetados em US$ 136 por 100 libras (US$ 299,80 por 100 quilos).
Os preços do boi gordo nos atuais níveis implicam em preços varejistas que ficarão em média acima dos recentes US$ 11,22 por quilo em janeiro de 2012 para carne bovina “Choice”. Ainda não se sabe se os consumidores no varejo reduziram sua demanda a esses níveis; existem sinais de que os altos preços já estão promovendo resistência.
Os pesos vivo e das carcaças do boi gordo estão aumentando contra a tendência da estação devido, em parte, ao clima favorável para engorda de gado durante os últimos meses. Outro fator é provavelmente o ganho de peso extra devido ao tempo maior em engorda por causa dos menores abates de novilhos e novilhas, à medida que os frigoríficos tentam reduzir os preços do boi gordo.
As exportações de carne bovina dos Estados Unidos em 2012 deverão ser de 1,252 milhão de toneladas, levemente menor do que o nível exportado em 2011. O crescimento trimestral nas exportações ocorrerá na primeira metade do ano, com os níveis de crescimento caindo à medida que o ano progride e as ofertas de carne bovina doméstica se tornam mais escassas.
O crescimento de mais de 8% deverá ocorrer no primeiro trimestre do ano, com 310,7 mil toneladas exportados. Os níveis de exportação no segundo trimestre deverão totalizar 333,4 mil, ou quase 5% a mais que no mesmo período do ano anterior. Os níveis de produção total de carne bovina deverão ser de 1,7% a 2,2% menores do que no primeiro e no segundo trimestre desse ano, respectivamente. Na segunda metade do ano, entretanto, a produção de carne bovina será 5,3% a 8,5% menor para o terceiro e o quarto trimestres e as exportações de carne bovina deverão ser 9% e 6% menores, respectivamente, nesses trimestres.
As importações de carne bovina dos Estados Unidos deverão apresentar um crescimento substancial (9%) acima do nível historicamente baixo de importações de 2011; a previsão é de 997,9 mil toneladas de carne bovina sendo importadas nesse ano. O crescimento trimestral estimado vai de 4% a 15%, com o maior crescimento devendo ocorrer no primeiro trimestre desse ano. Entretanto, os níveis de importação para o primeiro trimestre de 2011 estão entre os menores registrados nas últimas duas décadas. Um forte crescimento também foi antecipado para o trimestre final de 2012.
Os dados são do relatório “Livestock, Dairy, and Poultry Outlook”, do USDA.