Mercados Futuros – 12/11/07
12 de novembro de 2007
Spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e equivalente físico, de janeiro de 2002 a outubro de 2007
14 de novembro de 2007

USDA aumenta testes de carnes do Canadá

Após as evidências de que a carne bovina canadense contribuiu para os caso recentes de E.coli nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura do país (USDA) anunciou seus planos para aumentar os testes das carnes vermelhas e de aves oriundas do Canadá antes que os produtos possam cruzar a fronteira.

Após as evidências de que a carne bovina canadense contribuiu para os caso recentes de E.coli nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura do país (USDA) anunciou seus planos para aumentar os testes das carnes vermelhas e de aves oriundas do Canadá antes que os produtos possam cruzar a fronteira.

A partir desta semana, o Serviço de Inspeção e Segurança dos Alimentos (Food Safety and Inspection Service – FSIS) do USDA “aumentará os testes para Salmonella, Listeria monocytogenes e E coli O157:H7 e requererá que os envios sejam mantidos até que os testes estejam completos e os produtos tenham resultados negativos confirmados para estes patógenos”, disse o subsecretário de segurança alimentar do USDA, Richard Raymond.

O anúncio segue o relatório do USDA de que carne bovina do Rancher’s Beef, companhia de Alberta, no Canadá, era a provável fonte da E coli O157:H7 que contaminou carne bovina moída da Topps Meat Co., que levou a um recall de mais de 9,5 mil toneladas de carne moída após a carne da companhia ter sido relacionada a epidemias de E.coli envolvendo 40 casos em oito estados.

Raymond disse que o FSIS tomará os seguintes dois passos adicionais: aumentará os níveis de re-inspeção dos produtos canadenses “para confirmar que estão apropriados para entrar no comércio quando apresentados na fronteira dos EUA”; e lançar uma auditoria do programa de segurança alimentar do Canadá que manterá seu foco na Rancher’s Beef Ltd. e incluirá outros estabelecimentos similares que exportam carne bovina aos EUA.

“A auditoria e o aumento das inspeções estão sendo conduzidas por causa das preocupações sobre as práticas de testes da Rancher’s Beef Ltd. que foram descobertas como parte de uma investigação que está em andamento”. O USDA revisará os resultados preliminares da auditoria para determinar se continuará com o aumento nos testes e inspeções.

A porta-voz do FSIS, Amanda Eamich, disse que a agência inspeciona todas as cargas de produtos de carnes vermelhas e de aves para se certificar que vêm de um país adequado para exportar aos EUA. Cerca de 10% dos envios passam por inspeções mais intensivas, que podem incluir abertura de caixas e coleta de amostras, disse ela ao CIDRAP News (informativo do Centro para Pesquisa e Política em Doenças Infecciosas dos EUA). No entanto, ela não deu mais detalhes sobre o quanto as inspeções intensivas aumentarão ou quantas amostras serão testadas para os patógenos.

Eamich disse que os testes levam vários dias para ter seus resultados definitivos – 3 a 5 dias para E.coli e Salmonella e 3 a 7 dias para Listeria.

A ação do USDA gerou protesto da indústria canadense de carne bovina, enquanto o braço oficial de segurança alimentar do Canadá pediu que a agência reconsiderasse a medida.

O presidente da Federação de Exportação de Carne Bovina do Canadá, Ted Haney, disse que a medida do USDA é irracional e injustamente implica que os testes canadenses não são equivalentes aos feitos nos EUA, de acordo com uma reportagem do Toronto Globe and Mail. Haney disse que as ações contradizem as políticas do Acordo de Livre Comércio da América do Norte e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (CFIA) quer que o USDA reconsidere a medida de aumentar os testes e as inspeções, segundo informou reportagem da agência Reuters.

Os EUA são o maior mercado de carnes do Canadá, com 81% das exportações canadenses em 2006, segundo a Reuters.

0 Comments

  1. Francisco Pereira Neto disse:

    Essa notícia provoca em mim uma imensa sensação de “inveja” e impotência ao constatar que países do primeiro mundo estão rastreando doenças que acometeram seres humanos. Esse episódio, já é rotina nesse “mundo”. Surtos de doenças causadas pela E. coli O157:H7 nos E.U.A. são investigados mediante um eficiente sistema de notificação interligados – saúde animal e saúde humana. Nós aqui no Brasil comparativamente, vivemos na era jurássica, tamanho o descompasso. Nós não conseguimos ainda erradicar doenças ridiculamente persistentes em nossos rebanhos como brucelose e tuberculose. O recente episódio da fraude do leite é vergonhoso para nós. “Empresários” inescrupulosos fraudam esse nobre alimento da forma mais vil possível. São verdadeiros criminosos, que podem ser classificados nos níveis de traficantes de drogas. Essa é a realidade do nosso país, infelizmente.
    Como sou um cara otimista, ainda espero que um dia eu possa ver e participar com o meu modesto trabalho.