Segundo relatório do USDA, Departamento da Agricultura dos Estados Unidos, a produção e as exportações de carne bovina do Brasil deverão expandir, apesar do foco de febre aftosa registrado em outubro de 2005. Direcionadas pelo crescimento na demanda doméstica e externa, menores ofertas globais e maiores preços, a produção deverá aumentar 3,4% e as exportações em 6% durante 2007.
Segundo relatório do USDA, Departamento da Agricultura dos Estados Unidos, a produção e as exportações de carne bovina do Brasil deverão expandir, apesar do foco de febre aftosa registrado em outubro de 2005. Direcionadas pelo crescimento na demanda doméstica e externa, menores ofertas globais e maiores preços, a produção deverá aumentar 3,4% e as exportações em 6% durante 2007.
Apesar de embargos parciais relacionados a doenças por importantes compradores, como União Européia (UE) e Rússia, o crescimento nas exportações brasileiras de carne bovina continua e é parcialmente sustentado por novas oportunidades no Oriente Médio (Egito, Irã e Arábia Saudita). As vendas para estes mercados não tradicionais têm compensado um declínio nas vendas à UE e o acesso limitado ao mercado russo.
Tabela 1.Comércio de carne bovina e de vitelo dos principais comerciantes e dos EUA, em 1000 toneladas (equivalente peso- carcaça)
(1) Dados preliminares. (2) Previsão.
Fonte: USDA
Previsões revisadas para o mercado de carne bovina em 2007
A previsão da produção de carne bovina pelos principais comerciantes em 2007 não mudou após a revisão, ficando em 54,8 milhões de toneladas.
Enquanto as previsões sobre a produção de carne bovina para os principais produtores (EUA, China e UE) não mudaram na revisão, a previsão para o Brasil aumentou em 2,2%, para pouco mais de 9,3 milhões de toneladas devido à firme demanda doméstica, expansão das exportações a mercados não tradicionais e melhora nas pastagens e nos lucros.
A previsão revisada das exportações de carne bovina teve um leve aumento; a oferta no mercado global ainda está escassa.
A previsão revisada para 2007 das exportações de carne bovina pelos principais comerciantes aumentou quase 2% para quase 7,6 milhões de toneladas, o que pode ser atribuído principalmente à recuperação nas exportações pelo Brasil. A ausência de novos surtos de doenças pelos principais exportadores e a falta de mudanças significantes nas políticas de importação dos principais importadores para eliminar ou reduzir as restrições comerciais relacionadas a doenças geraram um certo grau de estabilidade no mercado de carne bovina.
Entretanto, o mercado global de carne bovina permanece caracterizado pela oferta escassa como resultado das restrições comerciais relacionadas a doenças. No caso do Brasil, a febre aftosa gerou barreiras parciais por seus principais parceiros comerciais, Rússia e UE-25. As exportações de carne bovina dos EUA e do Canadá continuam limitadas pelas restrições relacionadas à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) por importantes importadores.
Brasil
A previsão revisada das exportações brasileiras em 2007 teve um aumento de quase 13% e, como líder mundial nas exportações de carne bovina, este crescimento tem um impacto significante no mercado mundial. Diante das restrições comerciais relacionadas à febre aftosa em mercados tradicionais como Rússia e UE-25, o crescimento tem sido estimulado por um mix diversificado de produtos e maiores vendas a mercados não tradicionais, como Oriente Médio e África do Norte.
EUA
Os EUA continuam lutando em sua busca por acesso a importantes mercados da Ásia após a descoberta inicial de EEB no país, em dezembro de 2003. Apesar de a carne bovina dos EUA não estar mais proibida na Coréia do Sul, os dois países ainda não concordaram nas condições comerciais que permitiriam que as exportações de carne bovina norte-americana à Coréia do Sul ocorressem em uma base comercialmente viável.
A previsão revisada assume que os EUA exportarão somente pequenas quantidades de carne bovina à Coréia do Sul em 2007. As vendas ao Japão estão prejudicadas pelas restrições na idade do animal, de 20 meses ou menos, e pelo processo de verificação da idade. Entretanto, tem havido um grande sucesso no Hemisfério Ocidental. As exportações de carne bovina dos EUA ao México e ao Caribe ultrapassaram os níveis de 2003 em 15% em 2006 e estes serão os principais destinos para crescimento em 2007.
Argentina
A previsão revisada das exportações em 2007 caiu com relação à previsão anterior em quase 17%, para 500.000 toneladas. Apesar de a Argentina ter se beneficiado da redução nas vendas do Brasil ao mercado russo nos últimos anos, o comércio continuará se desacelerando até que as regulamentações que restringem as exportações impostas pelo Governo da Argentina sejam retiradas.
As políticas do Governo argentino que apóiam o consumo doméstico são as principais limitantes nas exportações do país. A Argentina tem o mais alto consumo per capita de carne bovina do mundo, mas o país tem sido recentemente afetado pela instabilidade econômica. A economia instável inspirou o Governo do país a impor barreiras às exportações de carne bovina em março de 2006 com o objetivo de reduzir o preço doméstico da carne fresca e ajudar a conter a inflação.
Além de regular o peso dos animais ao abate, as regulamentações limitam as exportações de carne bovina a 70% do nível do ano anterior. Entretanto, o Governo da Argentina honrará os acordos comerciais e continuará completando a Cota Hilton à UE-25.
Importações: previsão revisada reflete estabilidade
Sem mudanças nas restrições comerciais relacionadas a doenças, existem poucas mudanças significantes pelos principais importadores. É importante notar que a previsão revisada das importações da Coréia foram 28% maiores do que no último relatório. Já as do Japão foram revisadas como sendo 8% menores do que na previsão anterior.
Coréia do Sul
O aumento nas previsões revisadas das importações de carne bovina da Coréia reflete a projetada estabilidade de 2006 apesar da ausência do produto dos EUA no mercado. A Austrália continuará sendo o principal fornecedor deste mercado em 2007.
Japão
O fornecedor primário ao mercado japonês continuará sendo a Austrália, onde as condições de seca resultaram em uma aceleração do abate de bovinos e uma oferta maior. Para compensar a retomada das exportações de carne bovina dos EUA ao Japão, a Austrália deverá continuar suas campanhas de marketing e fornecerá uma quantidade maior de carne oriunda de animais alimentados com grãos.
Rússia
A estimativa revisada assume uma continuidade das políticas colocadas em prática em abril de 2007 e uma escassez cada vez maior da oferta global, além de altos preços. A previsão revisada das importações da Rússia em 2007 é 6% maior do que a previsão anterior e determina que essas serão menores do que o pico de 2005.
Tabela 2. Sumário de carne bovina e de vitelo em países selecionados, 1000 toneladas (equivalente peso-carcaça)
Tabela 3. Consumo per capita de carne bovina em países selecionados, Kg por pessoa
Equipe BeefPoint, com dados do USDA
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Enfim boas notícias!
Apesar do Brasil estar estagnado, no que diz respeito a tecnologia de produção pecuária, temos crescido, pouco, mas temos crescido.
Enquanto outros setores apresentam grandes desenvolvimentos em tecnologia, a pecuária vive ainda em tradicionalismo, “ah, meu avô fez assim, meu pai também e, eu vou continuar”, isso ainda é dito por muitos que acham estar produzindo grandemente.
Imagine só, se deixássemos de viver de tradições, e investíssemos mais em tecnologias de produção.
Que possamos encarar tudo isso como desafio, para melhorarmos o setor produtivo pecuário!
O Brasil mostra mais uma vez que apesar das dificuldades na cadeia produtiva da carne tem um potencial empresarial de dar inveja a qualquer economia do mundo, pena não termos uma maior atenção dos políticos que continuam a massacrar o empresariado com altos impostos e falta de incentivo para as exportações.
E agora aqui no Sul enfrentamos uma falta de matéria-prima nunca vista antes e mesmo assim, continuamos acreditando no nosso potencial como maior produtor de carne bovina do mundo.
A única pergunta que se faz é: Até quando os criadores vão segurar o gado no campo e prejudicar as exportações? Quem vai ganhar com isto, se os frigoríficos do Sul do país começarem a migrar para as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil?
Saudações a todos.