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USDA começará a fazer testes para evitar ocorrência de EEB

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou na terça-feira que começará a testar as carnes na tentativa de evitar a presença de tecidos da medula espinal e de tecido nervoso dos animais, evitando que estes sejam consumidos, como medida extra de segurança contra a encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da ‘vaca louca’.

Segundo a vice-secretária do USDA, Elsa Murano, os testes são necessários para evitar que produtos contendo tecidos nervosos sejam vendidos junto à carne bovina, bem como para fornecer maior proteção contra a EEB. “Os consumidores dos produtos derivados de carne não esperam que a carne bovina que eles consomem contenha espinha dorsal, e não devem mesmo esperar. Nosso trabalho é evitar que esses produtos cheguem ao mercado”.

Atualmente, o USDA dependia dos inspetores de carne para averiguar a presença de pequena quantidade de espinha dorsal ou tecido nervoso na carne, quando era feita a inspeção nas fábricas processadoras.

Porém, grupos de consumidores solicitaram no ano passado ao USDA que fossem feitos testes, uma vez que o sistema nervoso de bovinos que contêm a EEB pode estar afetado. Murano, no entanto, enfatizou que essas ações não são relacionadas com a saúde pública, uma vez que os EUA nunca apresentaram nenhum caso de EEB.

Acredita-se que a EEB se disseminou da Inglaterra para outros países da Europa através de ossos, espinha dorsal e outros tecidos provenientes de animais que continham a doença, e que foram usados para alimentar os rebanhos bovinos. Os EUA, que nunca reportaram nenhum caso de EEB, proibiram o uso de produtos de origem animal na alimentação do gado bovino desde 1997.

Muitas fábricas processadoras de carnes dos EUA utilizam equipamentos, chamados pela indústria de “sistema avançado de recuperação da carne”, para separar a carne bovina dos ossos. Porém, pode acontecer desta máquina deixar resíduos de espinha dorsal ou tecido nervoso na carne crua.

O USDA disse que os inspetores federais irão, a partir de agora, realizar testes de rotina na carne bovina proveniente destas máquinas para garantir a ausência de espinha dorsal ou tecido nervoso na mesma. Murano disse que o USDA ainda não decidiu com que freqüência estes testes serão feitos.

Além dos testes, o USDA informou que irá proibir que carnes contendo estes tecidos nervosos sejam rotuladas como carne bovina. Caso este produto já tenha sido colocado à venda, o USDA irá exigir que sejam recolhidos.

Porém, segundo o Instituto Americano de Carnes (AMI), essa medida do USDA será um desafio à indústria do país, devido aos custos relacionados à retenção do produto, durante o período de testes (1 dia). “Entretanto, nós reconhecemos que os consumidores podem querer medidas adicionais que assegurem que as técnicas de processamento da carne, como a de separação da carne do osso, estão dentro de suas expectativas”, disse o presidente do AMI, J. Patrick Boyle.

Fonte: Reuters (por Randy Fabi), adaptado por Equipe BeefPoint

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