Mercado futuro do boi gordo – 02-10-2014
3 de outubro de 2014
BRF é condenada a pagar R$ 10 milhões por ritmo inadequado de trabalho
3 de outubro de 2014

USDA: confira relatório sobre mercado pecuário da União Europeia

As previsões para o setor de bovinos e de carne bovina da União Europeia (UE-28) estão sendo moldadas pela liberação do mercado de lácteos. No norte da Europa, o rebanho leiteiro está se expandindo, o que levará ao aumento na oferta de bezerros e outros para engorda e abate. Ao mesmo tempo, o rebanho de corte está se estreitando devido à ausência de suporte do governo. Os abates elevados e os baixos preços dos alimentos animais deverão aumentar a produção de carne bovina na UE em 2014 e 2015. A oferta de carne bovina da América do Sul deverá ser desviada para a Rússia, enquanto a carne bovina da UE anteriormente exportada à Rússia deverá ser redirecionada a mercados alternativos.

Política

Em primeiro de fevereiro de 2014, a Rússia proibiu as importações de carne suína de todos os 28 Estados Membros da UE como resultado da febre suína africana (ASF), encontrada nas fronteiras orientais de Lituânia, Látvia e Polônia. A UE foi incapaz de negociar uma resolução com os serviços veterinários russos. No entanto, em 7 de agosto, o Governo russo implementou sanções em uma ampla gama de produtos e alimentos agrícolas dos Estados Unidos, UE, Canadá, Austrália e Noruega. O embargo inclui carne bovina e suína fresca e congelada, carne de frango, carnes preparadas salsicha.

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.21.45
Dados não oficiais do USDA. Fonte: Eurostat e escritórios do FAS na UE.

Liberação está apoiando expansão do rebanho leiteiro

Durante 2014 e 2015, a tendência de estreitamento do rebanho bovino de corte e expansão do rebanho leiteiro deverá persistir. Os cortes mais significativos no rebanho de corte são antecipados na Irlanda e no Reino Unido. A expansão do rebanho leiteiro é apoiada pelos baixos preços dos alimentos animais e pelos preços firmes do leite. Entretanto, o principal fator é a abolição das cotas de produção de leite em 2015.

Expansão do rebanho leiteiro aumentará números de abates

A expansão do rebanho leiteiro aumentará os números de abates. Em 2014, as exportações de bovinos para a África do Norte e Oriente Médio estão estagnando e não deverão compensar a queda nas exportações à Turquia. As exportações de bovinos vivos à Turquia continuam declinando desde o aumento das exportações durante 2011 e 2012. A Bielorrússia poderia possivelmente ser um novo mercado para bovinos vivos da UE à medida que abriu suas fronteiras em agosto. Por essa medida, a Bielorrússia será capaz de abater esses animais para o mercado russo. Em 2015, um aumento na disponibilidade de animais deverá aumentar levemente as exportações a outros países. A expansão do rebanho leiteiro e o aumento correlacionado na safra de bezerros terá um efeito mais pronunciado no mercado doméstico, em particular, nos abates.

Extrapolando os números da Eurostat, os abates em abatedouros oficiais reduziram em cerca de 0,7% durante a primeira metade desse ano. Entretanto, devido ao aumento geral no número de vacas, a oferta de animais, bezerros e outros jovens para engorda aumentará. Baseado nessa maior disponibilidade de animais, os abates da UE deverão se recuperar durante a segunda metade desse ano. Os abates não oficiais, de cerca de 0,95 milhões de animais em 2013, deverão cair gradualmente para cerca de 3% dos abates totais em 2015.

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.17.54

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.18.10

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.18.32

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.21.45

Dados não oficiais do USDA. Fonte: Eurostat e escritórios do FAS na UE.

Expansão do rebanho leiteiro reforçará produção de carne bovina da UE

Em 2014 e 2015, a produção de carne bovina da UE deverá aumentar baseado na expansão sustentada do rebanho leiteiro. Conforme informado anteriormente, essa tendência deverá ocorrer no norte da Europa. Durante o ano comercial de 2014/2015, a produção de carne bovina também será apoiada pelos elevados pesos ao abate devido à boa disponibilidade de alimentos animais e baixos preços da ração composta.

Importações de carne bovina de menor qualidade deverão estagnar

Baseado na maior disponibilidade, o consumo de carne bovina da UE deverá se recuperar levemente. Esse aumento será principalmente de cortes de menor qualidade. Como consequência da oferta escassa no mercado mundial e da maior disponibilidade doméstica, as importações deverão declinar. Durante a primeira metade do ano, as importações dos três principais fornecedores à UE, Brasil, Uruguai e Argentina declinaram, enquanto importações na cota de carne bovina de alta qualidade aumentaram da Austrália e dos Estados Unidos. O consumo de carne bovina no segmento de maior qualidade é limitado pela oferta restrita, não pela demanda. Isso indica que mais crescimento é possível das importações de carne bovina sob essa cota com tarifa zero.

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.18.49

UE deverá encontrar uma alternativa para o mercado russo

Em 7 de agosto, a Rússia proibiu as compras de carne bovina fresca e congelada como parte das sanções de uma ampla gama de produtos e alimentos agrícolas dos Estados Unidos, UE, Canadá, Austrália e Noruega. Em 2013, a Rússia importou cerca de 46.000 toneladas de carne bovina da UE e durante a primeira metade desse ano, cerca de 31.000 toneladas. Baseado nesses dados, a UE perderá cerca de 15.000 toneladas.

As exportações para outros destinos, principalmente Balcãs e Hong Kong, aumentaram em quase 20.000 toneladas durante a primeira metade desse ano. isso indica que a UE será capaz de redirecionar a produção de carne bovina anteriormente exportada à Rússia para mercados alternativos. Essa hipótese é apoiada pela menor competição no mercado mundial, à medida que a América do Sul deverá expandir suas exportações à Rússia.

Captura de Tela 2014-10-03 às 13.19.03

Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.