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USDA cria um sistema nacional de identificação animal

A indústria de animais domésticos dos Estados Unidos planeja criar um sistema nacional de identificação animal que poderá rastrear os movimentos dos animais do nascimento até o abate, de acordo com um oficial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O Serviço de Inspeção de Sanidade Animal e Vegetal (Animal and Plant Health Inspection Service – APHIS), do USDA, publicará dentro de poucos meses uma proposta de lei para estabelecer o sistema nacional de identificação animal, de acordo com o coordenador nacional do sistema pelo USDA-APHIS, John Wiemers, durante a reunião anual do Iowa Farm Bureau, a 3 de dezembro.

“Temos conversado sobre a identificação e a rastreabilidade de animais há 20 anos. Somente nos últimos dois ou três anos, este (sistema de identificação animal) se tornou mais obrigatório à medida que testemunhamos doenças animais estrangeiras, como febre aftosa e doença da “vaca louca”, que têm batido à nossa porta”.

O USDA tem um rascunho do Plano de Identificação Animal dos EUA desenvolvido pela Força Tarefa de Identificação Nacional de Alimentos Animais como um guia para criar um sistema nacional de identificação animal.

A força tarefa, formada em abril de 2002, inclui membros de mais de 20 organizações de animais domésticos e de carnes, como a Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos EUA (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA), a Comissão Nacional de Suínos, a Federação Americana de Agência Rural, a Federação Nacional de Produtores de Leite (National Milk Producers Federation – NMPF) e o Instituto Nacional para Agricultura Animal.

A primeira meta da força tarefa é estabelecer um sistema nacional de identificação para rastrear todos os animais e todas as fazendas em contato com animais infectados com doenças contagiosas dentro de 48 horas após a descoberta.

“Atualmente, não temos um sistema de rastreabilidade em 48 horas. Podemos rastrear um animal da planta (frigorífico) para sua propriedade de engorda, mas, antes da engorda, não”, disse Wiemers.

Um sistema nacional de identificação animal ajudará os oficiais de sanidade animal dos EUA a rastrear a fonte de uma epidemia de uma doença animal ou rebanhos em quarentena que estiveram em contato com animais infectados.

No entanto, o sistema não ajudará os produtores a cumprir a lei de rotulagem obrigatória do país de origem, segundo Wiemers, somente coletará informações necessárias para resolver os problemas de saúde animal.

Preocupações dos consumidores

O economista agrícola da Universidade do Estado de Utah, DeeVon Bailey, disse que um sistema nacional de rastreabilidade animal ajudaria também a acalmar as preocupações dos consumidores com relação à segurança e qualidade dos alimentos.

Bailey observou que a descoberta de um caso da doença da “vaca louca” (Encefalopatia Espongiforme Bovina ou EEB) no Canadá mudou as atitudes dos EUA com relação à necessidade de um sistema nacional de identificação animal.

“Não posso realçar demais a forma como o advento de EEB, ou pelo menos, o entendimento de que a EEB pode estar atrelada à saúde humana, tem tido um grande impacto em como as pessoas vêem a rastreabilidade. Mais pessoas a estão vendo como um benefício para a saúde animal e humana”, argumentou Bailey.

Ele disse que os benefícios do sistema nacional de identificação ultrapassarão os custos de sua implementação. A rápida rastreabilidade de uma epidemia de doença animal aumentaria as chances de os EUA recuperarem seus mercados de exportação.

Plano

Wiemers informou que muitos produtores, companhias e estados, já coletam informações sobre os animais domésticos para controle de doenças e esforços comerciais. “O problema é que todas as informações coletadas são ligadas a diferentes sistemas e diferentes bancos de dados, e isso não é coordenado”, comentou.

O Plano de Identificação Animal dos EUA proposto forneceria números de identificação, brincos e coleta de dados padronizados. A Força Tarefa de Identificação Nacional de Alimentos Animais recomenda que o USDA implemente o plano em três fases:

Fase I – Todas as condições envolvidas com a produção animal, incluindo fazendas, leilões e frigoríficos, receberão um número de identificação único em todo os EUA. A força tarefa propõe que a fase I comece em julho de 2004.

Fase II – Todos os animais domésticos receberão números de identificação individuais, começando em julho de 2005. Os animais receberão brincos visíveis com os números de identificação. Começando em julho de 2005, o sistema usará dispositivos com freqüência de rádio para identificar eletronicamente os animais.

Fase III – Todos os movimentos animais serão rastreados eletronicamente. O relatório dos movimentos interestaduais começará em julho de 2005, enquanto o rastreamento dos movimentos intraestaduais começará em julho de 2006.

O APHIS manterá um banco de dados centralizado para coletar todas as informações de identificação sob o sistema proposto. Os oficiais de saúde animal dos EUA usarão as informações somente para controle de doenças animais.

“Falamos somente sobre coleta de poucas peças-chave de informações – dados sobre a movimentação animal, número de identificação e localização -. Todas estas informações serão de propriedade dos produtores”, explicou Wiemers

A força tarefa aceitará comentários sobre o Plano de Identificação Animal dos EUA até janeiro de 2004.

Fonte: Iowa Farm Bureau (por Teresa Bjork), adaptado por Equipe BeefPoint

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