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USDA: mercados mundiais e comércio de carnes – previsões para 2012

A produção global de carne bovina em 2012 está virtualmente sem mudanças com relação à ultima previsão feita em outubro, de 57 milhões de toneladas. A previsão de exportação foi revisada em 497.000 toneladas a mais, para um recorde de 8,7 milhões de toneladas, impulsionadas por Índia, Colômbia, Austrália e Nova Zelândia, somado com as revisões históricas para Bielorrússia e Paquistão, que resultaram em um aumento na previsão.

A Índia deverá se tornar o maior exportador de carne bovina mundial em 2012 devido à expansão do rebanho leiteiro, às melhoras na eficiência, aos maiores abates e à competitividade de preços no mercado internacional, particularmente com relação ao Brasil.

As exportações da Índia são exclusivamente de carne de búfalo congelada (carabeef), que é incluída na estimativa global do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de produção de carnes. De acordo com o mais recente Censo Indiano de Animais (2007), os búfalos representam aproximadamente um terço do rebanho bovino do país. Os búfalos são preferíveis aos bovinos no país devido a sua adaptabilidade às condições climáticas e ao alto teor de gordura do leite, já que a produção leiteira impulsiona o setor bovino. A lei federal da Índia proíbe o abate de todos os animais (machos e fêmeas), bovinos e búfalos destinados à produção de leite. Assim, a produção de carne é direcionada pelo abate de búfalos que é permitido, apesar de restrito a machos e fêmeas não produtivas.

As exportações indianas tiveram grandes progressos no Oriente Médio, África do Norte e Sudeste da Ásia (mercados importantes para o Brasil), à medida que toda a carne de búfalo tem menor preço e é produzida de acordo com padrões halal. Além disso, a carne de búfalo é magra, com características importantes para os processadores.

Os ganhos de produção são em grande parte destinados ao mercado de exportação. A demanda doméstica está limitada pelas instalações com cadeia de frio e pela preferência dos consumidores por proteínas não de bovinos, como produtos de aves, produtos lácteos e os aumentos, dessa forma, meramente acompanhando o crescimento populacional.

Previsões para o mercado de carne bovina e de vitelo em 2012, revisadas com relação ao relatório de outubro

A produção global de carne bovina em 2012 está virtualmente sem mudanças com relação à ultima previsão feita em outubro, de 57 milhões de toneladas. A previsão de exportação foi revisada em 497.000 toneladas a mais, para um recorde de 8,7 milhões de toneladas, impulsionadas por Índia, Colômbia, Austrália e Nova Zelândia, somado com as revisões históricas para Bielorrússia e Paquistão, que resultaram em um aumento na previsão. As importações por parte da Venezuela, Rússia e Estados Unidos estão aumentando devido à demanda mais forte que não é satisfeita pelas ofertas domésticas. A produção de carne bovina dos Estados Unidos está levemente menor; as exportações permanecem virtualmente sem mudanças.

Veja revisões histórias aos balanços de oferta-demanda para vários países com base em novos dados detalhadas em Notas aos Leitores, no final deste texto.

Produção mundial estável, exceto a Índia com crescimento significante

Índia: a produção deverá aumentar significantemente (220.000 toneladas) para 3,5 milhões de toneladas, baseada na expansão do rebanho leiteiro, maiores abates e competitividade de preços no mercado global de carnes, particularmente em comparação ao Brasil. Como as exportações representam 44% da produção, o crescimento nas exportações apoia o aumento da produção.

Austrália: a produção aumentou levemente, para 2,2 milhões de toneladas, devido às melhores condições de pastagens e ofertas de alimentos animais, resultando em pesos historicamente altos das carcaças. A produção da Nova Zelândia também foi revisada para cima, para 652.000 toneladas, à medida que as melhores condições de pastagens no final do ano passado adiaram alguns abates até 2012 e o peso das carcaças aumentou.

Coreia do Sul: a produção foi revisada para 340.000 toneladas devido aos maiores abates refletindo maiores estoques, preços menores do gado, elevados custos dos alimentos animais e os planos do Governo para abater vacas de menor desempenho.

Estados Unidos: a produção deverá ser levemente maior, em 11,5 milhões de toneladas, à medida que os gados colocados para engorda no final de 2011 devido à seca foram comercializados no começo de 2012. As safras de bezerros de 2011 e de 2012 foram revisadas para baixo; a safra de bezerros de 2011 é a menor desde 1950.

Rússia.: a previsão de produção foi reduzida em 45.000 toneladas, para 1,3 milhão de toneladas, à medida que a lucratividade na indústria de lácteos, da qual a carne bovina é subproduto, encoraja os produtores a reter vacas e novilhas.

Egito: o recente foco de febre aftosa resultou em uma diminuição na revisão para 280.000 toneladas.

Venezuela: a produção foi revisada para baixo, para 285.000 toneladas, compensada por um aumento nas importações para suprir a demanda.

Maior exportador mundial de carne bovina: Índia

As exportações da Índia foram revisadas em 250.000 toneladas a mais, para 1,5 milhão de toneladas, tornando esse país o líder mundial em exportações. A expansão da demanda por importadores de carne de baixo valor, principalmente no Sudeste da Ásia, Oriente Médio e África impulsionaram um aumento no número de exportação. O status de febre aftosa da Índia permanece um obstáculo significante para a expansão de seu acesso a mercados.

A maior produção na Austrália e Nova Zelândia aumentarão as ofertas e as exportações aumentarão para 1,4 milhão de toneladas e 544.000 toneladas, respectivamente. A forte demanda dos Estados Unidos, particularmente para processamento de carne bovina, pesará mais do que o alto dólar australiano e suportará maiores exportações aos Estados Unidos.

A renovação das relações comercias da Colômbia com a Venezuela permitirá que suas exportações aumentem para 100.000 toneladas e também impulsionará os envios de animais vivos.

As exportações do Brasil foram revisadas para marginalmente menores, para quase 1,4 milhão de toneladas, à medida que o declínio na demanda iraniana somente será parcialmente compensado pelos ganhos nos mercados alternativos como Egito e Venezuela.

As exportações da União Europeia (UE) foram revisadas para baixo em 20.000 toneladas, para 445.000 toneladas, à medida que a Turquia, um importante mercado, ajustou as tarifas de importação para apoiar mais importações de gados vivos ao invés de carne bovina.

Importações mundiais impulsionadas pela maior demanda

As previsões de importações dos Estados Unidos foram aumentadas em 166.000 toneladas, para 1,1 milhão de toneladas, à medida que as ofertas domésticas escassas, a forte demanda e as amplas ofertas da Oceania compensam o dólar fraco.

A previsão de importações da Rússia foram revisadas para cima em 85.000 toneladas, para 1,1 milhão de toneladas, devido à menor produção e às novas condições de acesso a mercados pela acessão à Organização Mundial de Comércio (OMC). As revisões para estimativas comerciais históricas para a Bielorrússia gerou um aumento na previsão para as importações da Rússia.

A renovação das relações comerciais da Venezuela com a Colômbia facilitará maiores importações, que deverão aumentar para 325.000 toneladas com relação à previsão de outubro, para 125.000 toneladas. As ofertas também virão do Brasil e os gados vivos (para abate na Venezuela) serão fornecidos pela Colômbia e pelo Brasil.

Como resultado de maiores ofertas domésticas, as previsões de importações da Coreia do Sul caíram em 30.000 toneladas, para 390.000 toneladas. Os envios dos Estados Unidos a esse mercado deverão se manter estáveis como resultado de um dólar fraco.

O aumento nos testes de resíduos de ractopamina de Taiwan na carne bovina importada afetará de forma adversa as importações, cujas previsões caíram em 25.000 toneladas, para 100.000 toneladas.

Nota aos leitores

O relatório Livestock and Poultry: World Markets and Trade é designado a dar uma visão instantânea sobre a atual situação entre os principais participantes do comércio de carnes. As tabelas de sumário de produção, importações, exportações e consumo fornecem uma visão geral.

Modificações de dados:

Carne bovina/bovinos

– Bielorrússia – baseado em análises e informações adicionais, os dados de bovinos e carne bovina foram revisados de 1988 até agora.

– Rússia – baseado em análises e informações adicionais, os dados para carne bovina foram revisados de 1988 até agora.

– Vários países – baseado em novos dados de comércio e/ou produção, os dados históricos para carne bovina foram revisados para Albânia (1998-2010), Bósnia & Herzegovina (2003-2010), República Dominicana (2002-2010), Gabão (1998-2009), Geórgia (1998-2010), Israel (2000-2010), Kuwait (2000-2010), Líbano (1998-2010), Macedônia (1998-2009),Omã (1998-2010), Paquistão (2003-2010) e Arábia Saudita (1998-2010).

Fonte:  Livestock and Poultry: World Markets and Trade, Foreign Agricultural Service/USDA – Abril de 2012

Veja o relatório na íntegra aqui (em inglês).

1 Comment

  1. jorge leon perez p disse:

    es muy interesante la informacion,colombia figura con una poblacion ganadera de 31.000.000 que es muy superior a las conocida de cerca a 25.000.000 de cabezas de vacuno