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USDA rastreia animal infectado com EEB e recebe críticas

O secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Mike Johanns, disse em uma conferência a imprensa na sexta-feira à tarde que apesar de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estar certo sobre o rebanho onde nasceu o animal infectado com Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), um teste de DNA está sendo feito para fazer uma identificação definitiva. Johanns não deu um prazo para que mais informações sobre a origem do animal sejam disponibilizadas.

Em meio a este cenário, o USDA recebeu uma série de críticas, mesmo de oficiais da indústria de carne bovina que normalmente apoiavam a entidade.

Com a confirmação, surgiu uma enxurrada de perguntas da imprensa, de alguns produtores de carne e de políticos questionando a forma como o USDA administra a situação da EEB.

O senador democrata Tom Harkin, de Iowa, mandou uma carta dizendo que o anúncio levantou questões, se o USDA tem um procedimento cientificamente válido para testar os animais para a doença.

O republicado Rose DeLauro, de Connecticut, disse que a descoberta “confirmou que os EUA não estão fazendo tudo em seu poder para prevenir esta doença e garantir a integridade de nosso rebanho e de nosso fornecimento de alimentos. O fato de o Inspetor Geral do USDA ter tido que pedir uma segunda rodada de testes neste animal depois que ele apresentou resultado positivo levanta sérias questões sobre a vigilância do país”.

Durante a conferência de imprensa, os repórteres pressionaram Johanns para saber porque o teste Western Blot não foi feito depois dos resultados conflitantes do teste rápido Bio-Rad e do teste de imunohistoqúimica (IHC), como é padrão na Europa e em outros locais e que é recomendado pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE).

O secretário norte-americano respondeu que o teste IHC era considerado de mais alto padrão quando os protocolos foram estabelecidos durante o mandato da ex-secretária da Agricultura, Ann Veneman. Porém, a ciência avançou, contradizendo desta forma a defesa veemente do USDA de seu regime de testes antes de o Inspetor Geral ter ordenado um teste confirmatório.

Durante a conferência de imprensa feita imediatamente após a apresentação do USDA, oficiais da Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos Estados Unidos (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA) revelaram que a organização tinha anteriormente escrito uma carta ao USDA pedindo uma explicação de seus protocolos, mas nunca receberam resposta.

Apesar de afirmar que a carne bovina dos EUA é segura, a NCBA faz alguns questionamentos sobre a incapacidade do USDA de dizer onde o animal infectado foi descoberto, onde ele nasceu e onde foi criado. Um repórter questionou porque a agência não fez mais progressos em rastrear o animal durante as duas semanas em que as amostras do animal estavam sendo testadas pelo laboratório de EEB de Weybridge, Inglaterra.

Outra questão foi porque, com toda a publicidade dada à rastreabilidade e aos planos do governo de um sistema de identificação animal, as autoridades não foram capazes de rastrear as origens deste animal cerca de oito meses após sua descoberta.

Apesar de não ter recebido comentários imediatos dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, Johanns afirmou que o envio de amostras para uma terceira parte poderá ajudar a garantir aos parceiros comerciais, ou seja, Japão e Coréia do Sul, a transparência e a integridade dos protocolos de detecção, prevenção e testes dos EUA.

Fonte: MeatingPlace.com, adaptado por Equipe BeefPoint

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