O uso de dietas com altos níveis de concentrados passou a ser avaliado de forma diferente pelos nutricionistas de bovinos, devido ao aumento da produção agrícola de grãos nos últimos anos. Juntamente ao crescimento da produção de grãos, houve também aumento na disponibilidade de resíduos oriundos desses grãos, como os farelos de soja e algodão. Com isso, houve um estreitamento na diferença do custo por unidade de energia da dieta entre volumoso e concentrado, havendo inclusive situações onde o custo por unidade de energia da dieta no concentrado é mais barato do que no volumoso. Por essas razões, observou-se aumento na proporção de concentrados em dietas de bovinos de corte confinados.
Ribeiro et al., (2002) avaliaram as características de carcaça de tourinhos confinados com dietas de 79, 85 e 91% de concentrado. Foram utilizados animais com 3/4 de sangue europeu e 1/4 Zebu, com aproximadamente 257 kg de peso vivo e 9 meses de idade, sendo abatidos com 13 meses e 435 kg. O volumoso utilizado como fonte de fibra da dieta foi o bagaço de cana cru, outro subproduto de baixo custo da agroindústria. As composições das dietas experimentais estão descritas na tabela 1.
Tabela 1. Composição das dietas experimentais em porcentagem da matéria seca.
A utilização de baixos níveis de fibra em dietas de alto concentrado para bovinos inteiros jovens confinados, não altera a composição física das carcaças.
Tabela 2. Características de carcaça, composição física e peso das carcaças
Tabela 3. Médias de força de cisalhamento dos músculos Supraspinatus e Longissimus dorsi.
Referências bibliográficas
RIBEIRO, F.G.; LEME, P.R.; BULLE, M.L.M.; LIMA, C.G.; SILVA, S.L.; PEREIRA, A.S.C.; LANNA, D.P.D. Características de carcaça e qualidade da carne de tourinhos alimentados com dietas de alta energia. Rev. Soc. Bras. Zootec., v. 31, p. 749-756, 2002.