Uso incorreto de vacinas pode levar a prejuízo de US$ 11,3 milhões

Segundo pesquisa realizada em 1999 pelos veterinários e pesquisadores Élio Moro e João Otávio Junqueira, divulgada no 4.º Congresso de Buiatria, em Campo Grande (MS), as perdas por lesões na carne do animal durante a inspeção nos frigoríficos alcançam, em média, 278 gramas por carcaça, ou R$ 0,89 por animal. “Isso dá US$ 11,3 milhões por ano”, calcula o médico veterinário do laboratório Merial, Júlio César Spegiorin. “A causa é a lida incorreta”, completa.

Spegiorin realiza periodicamente palestras do Encontro de Capatazes e Gerentes de Fazendas. Em uma delas, para 25 funcionários do Grupo Damha, na Fazenda Bonança, em Sud Mennucci (SP), ele ensinou como proceder no caso de picadas de cobras, intoxicações por organofosforados, piretróides, uréia, fotossensibilização, além de orientar sobre a forma correta de aplicar vacinas. Segundo o veterinário, um importante detalhe seria a aplicação da segunda dose após a primovacinação (primeira vacina na vida do animal), para obter uma resposta imunológica maior e de longa duração. “A proteção oferecida pela aplicação única é pequena e de curta duração na maioria das vacinas”, completa.

Os treinamentos em fazendas têm gerado resultados bastantes positivos, como a absorção de dicas e detalhes importantes no manejo do dia-a-dia. “Já fazia a troca de agulha a cada 30 cabeças, mas aprendi muitas coisas novas sobre vacinas que vão ajudar no trabalho”, diz o ajudante de encarregado, José Ailton Bispo. Mesmo tendo feito um treinamento, Geraldo Caetano da Silva, há um ano e meio como capataz, garante que as informações foram ampliadas. “As explicações sobre envenenamento por cobras foram coisas novas. A parte de intoxicação também.” Já Dassis dos Santos Silva, capataz há 18 anos, tinha participado de dois treinamentos. Segundo ele, a cada ano aparecem novidades e fica mais interessante. “Com certeza, a palestra esclareceu muitos pontos para as pessoas novas da equipe e vai contribuir para melhorar o manejo”, afirma. “A gente falando não tem tanta força quanto uma pessoa de fora.”

Fonte: Gazeta Mercantil (por Bete Melo), adptado por Equipe BeefPoint