Atualmente, os ionóforos são os aditivos mais extensamente utilizados, e os de maior importância na nutrição de bovinos de corte. A monensina foi extensamente estudada, comprovando-se melhoras na eficiência alimentar através de alterações na fermentação ruminal. O modo de ação dos ionóforos pode ser dividido em dois tipos: básico e sistêmico. O modo de ação básico é caracterizado pela interferência dos ionóforos na membrana celular dos microorganismos presentes no rúmen, enquanto o sistêmico está ligado à resposta dos animais em relação à modificação do metabolismo das bactérias presentes no rúmen. O tipo sistêmico de ação é composto de seis formas resultantes do tipo básico (SCHELLING, 1984):
– consumo de alimentos
– produção de gases
– digestibilidade e degradabilidade dos alimentos
– utilização de proteína
– modificação de produção dos ácidos graxos voláteis
– enchimento e taxas de passagem ruminal
Salles e Lucci (2000) avaliaram os efeitos de diferentes doses de monensina na alimentação de bezerros em crescimento acelerado. Foram utilizados 20 bezerros da raça holandesa, com 80 dias de idade e 90 kg de peso vivo, em média. Os tratamentos foram: controle, 0,4 mg de monensina/kg PV, 0,8 mg de monensina/kg PV e 1,2 mg/kg PV. Avaliou-se a ingestão de matéria seca (IMS), ganho de peso (GMD), conversão alimentar e características de carcaça dos animais, após abate aos 120 dias de experimento . A ração utilizada foi peletizada para fornecimento aos animais e apresentava a seguinte composição (tabela 1).
Tabela 1. Ingredientes e composição bromatológica da dieta experimental.
Os autores encontraram regressão quadrática para as características de ingestão de matéria seca e ganho de peso, estando o ponto máximo no nível de 0,8 mg de monensina/kg PV (tabela 2). No presente trabalho, a dose de monensina do tratamento 0,8 mg/kg PV estava mais próximo da dose indicada pelo fabricante para animais em crescimento, e o tratamento com 1,2 mg/kg PV correspondia a dose indicada para animais em terminação. Ao contrário de diversos trabalhos encontrados na literatura, não foram observadas diferenças para conversão alimentar com diferentes níveis de monensina na dieta, sendo em média de 3,7 kg de MS/kg de ganho (tabela 2).
Tabela 2. Ganho de peso (GMD), ingestão de matéria seca (IMS) e conversão alimentar (CA) de bezerros suplementados com diferentes níveis de monensina.
Tabela 3. Características de carcaça de bezerros suplementados com diferentes níveis de monensina.
Tabela 4. Análise econômica para diferentes níveis de monensina.
Referências bibliográficas
SALLES, M.S.V.; LUCCI, C.S. Monensina para bezerros ruminantes em crescimento acelerado. 1. Desempenho. Rev. Soc. Bras. Zootec., v. 29(2), p. 573-581, 2000.
SCHELING, G.T. Monensin, mode of action in the rumen. J. Anim. Sci., v. 58, n. 6, p. 1518-1527, 1984.