O Brasil exportou 162,8 mil toneladas de carne bovina (in natura e processada) no mês passado, 20% a menos do que em março de 2022, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O declínio refletiu a suspensão dos embarques à China, principal destino dessa proteína, que se estendeu de 22 de fevereiro a 23 de março. O Brasil suspendeu as exportações de maneira voluntária depois da confirmação de um caso do mal da vaca louca no Pará.
O impacto foi ainda maior sobre o faturamento das exportações, que caiu 37%, para US$ 1,123 bilhão. A carne que o Brasil vende ao mercado chinês é mais cara do que a média, o que explica o fato de a receita ter caído mais do que o volume.
Com o recuo em março, o volume acumulou queda de 8% no primeiro trimestre, e a receita, de 22%, para 498,9 mil toneladas e US$ 2,255 bilhões, respectivamente. O preço médio no primeiro trimestre caiu 15,3% em relação ao mesmo período de 2022, para US$ 4.521. No caso do produto destinado à China, o recuo foi de 22,7%, a US$ 4.899 por tonelada.
Mesmo com uma queda de 7,1% nos volumes, para 228,2 mil toneladas, a China manteve-se como o principal destino da carne bovina brasileira. A receita das vendas aos chineses recuou 28,2%, para US$ 1,118 milhões.
Os Estados Unidos compraram 58 mil toneladas, menos que as 69,8 mil toneladas dos primeiros três meses de 2022. A receita caiu de US$ 356,6 milhões para US$ 254,5 milhões. O Chile ocupou a terceira posição, com receita de US$ 90,9 milhões neste ano, pouco inferior aos US$ 91,1 milhões de 2022. A movimentação, em contrapartida, subiu de 18,7 mil toneladas para 19,26 mil.
Ontem, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estimou que os embarques brasileiros devem crescer 4% neste ano e totalizar 3 milhões de toneladas equivalentes em carcaça. O volume corresponde 25% de toda a carne bovina negociada entre países.
Já as exportações brasileiras de carne suína cresceram no mês passado. Os embarques somaram 91,5 mil toneladas em março, o que representou um aumento de 16,9% em relação ao mesmo mês de 2022, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA). A receita subiu 30,8% na mesma comparação, para US$ 248,9 milhões.
No acumulado do primeiro trimestre, os embarques chegaram a 274,8 mil toneladas, volume 15,7% maior que as 237,5 mil toneladas do intervalo entre janeiro e março de 2022. Já a receita avançou 29,6%, para US$ 646,3 milhões.
De acordo com a ABPA, oito dos dez maiores importadores da carne suína brasileira aumentaram suas compras no primeiro trimestre devido ao impacto de problemas sanitários e dos elevados custos de produção na oferta de outros países. “Os três primeiros meses deste ano seguem em ritmo equivalente ao visto no segundo semestre do ano passado, indicando um ano com tendência de alta das exportações”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
A China, maior comprador de carne suína brasileira, importou 109,6 mil toneladas entre janeiro e março. O volume é 25,6% maior do que o do primeiro trimestre do ano passado.
Fonte: Valor Econômico.