A rede de fast food do Japão, Yoshinoya, disse que deverá parar de servir seus pratos de arroz e carne com cebola, marca registrada da rede, a menos que as autoridades japonesas retirem as barreiras às importações de carne bovina dos Estados Unidos.
A rede de restaurantes Royal Host está considerando se poderá aumentar a quantidade de carne bovina que obtém da Austrália. O McDonald’s Japão colocou um anúncio de página inteira em um jornal do país garantindo que seus hambúrgueres são feitos unicamente com carne bovina australiana.
As notícias de que Washington apresentou um animal positivo para EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), a doença da “vaca louca”, em dezembro, criou um dilema nas redes de restaurantes do Japão, o maior consumidor mundial da carne bovina dos EUA.
Os consumidores japoneses recuperaram apenas recentemente a demanda por carne bovina após o medo causado pela doença da “vaca louca” no Japão. Por isso, grupos de restaurantes japoneses estão se apressando para substituir o fornecedor e oferecer alternativas.
Para redes com baixo custo, porém, como a Yoshinoya, não há substituto para a carne bovina barata dos EUA. Com 980 restaurantes em todo o país, a Yoshinoya conta com o fornecimento dos EUA para 99% da carne bovina usada em seu prato gyudon, que custa cerca de US$ 2,50.
O presidente da Yoshinoya, Shuji Abe, disse que a rede deverá esgotar os estoques de carne bovina em fevereiro. Se a barreira à carne bovina importada continuar, a Yoshinoya não será capaz de continuar servindo seu produto mais tradicional.
A carne bovina japonesa é tipicamente mais cara que a importada e, freqüentemente, está reservada para delicatesses, como sukiyaki, tiras finas de carnes marmorizadas cozidas com vegetais. Em uma loja de carnes de Tóquio na terça-feira (06), duas libras (907 gramas) de sukiyaki de carne bovina doméstica estavam sendo vendidas por cerca de US$ 28, quase duas vezes o preço do produto importado.
O Japão importou cerca de dois terços de sua carne bovina e cerca de 47% ou mais de 226 mil toneladas tiveram origem nos EUA no ano passado. O restante veio principalmente da Austrália e da Nova Zelândia. Os EUA venderam US$ 1,03 bilhão em carne bovina, de vitelo, produtos preparados e variedades de carnes ao Japão em 2002.
Os supermercados ainda não sabem se irão retirar a carne bovina dos EUA de suas prateleiras. Alguns restaurantes colocaram avisos de que sua carne bovina não é dos EUA. Outros insistem que o produto é seguro porque saiu de outros estados dos EUA que não Washington.
Fonte: Associated Press (por Kozo Mizoguchi), adaptado por Equipe BeefPoint