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Vacari: aumento da lista Traces depende de processo mais simples e prêmios mais altos

A provável simplificação no processo de aprovação das propriedades auditadas para exportar carne in natura para a União Europeia (UE), conforme anunciada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, deve exercer pouca influência no aumento das propriedades credenciadas em Mato Grosso. Para o superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, "essa ampliação no número de propriedades credenciadas depende das duas coisas, de um processo mais simples e de prêmios de melhor valor".

A provável simplificação no processo de aprovação das propriedades auditadas para exportar carne in natura para a União Europeia (UE), conforme anunciada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, deve exercer pouca influência no aumento das propriedades credenciadas em Mato Grosso.

O incremento no número de propriedades deve ocorrer se, além da celeridade nos processos, houver melhoria no valor do prêmio pago pelos frigoríficos aos pecuaristas. É o que prevê a coordenadora do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov/MT),Patrícia Cristina Borges.

Ela comenta a instabilidade do mercado e diz que atualmente os pecuaristas autorizados a fornecer carne para o mercado europeu estão sendo remunerados a preços variáveis entre R$ 5 e R$ 7 a mais por arroba. Para ela, desde a baixa no valor dos prêmios, o fornecimento àquele mercado deixou de remunerar satisfatoriamente a atividade, exceto por enquanto no caso daqueles que praticam o confinamento, que conseguem preparar o animal para abate em até 90 dias. “Se estivessem pagando R$ 10 a arroba, seria diferente, porque há despesas com brinco, auditoria da certificadora, etc”.

O superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, corrobora a opinião. “Essa ampliação no número de propriedades credenciadas depende das duas coisas, de um processo mais simples e de prêmios de melhor valor”. Ele relembra que, no ano passado, apesar dos prêmios melhores, a burocracia na aprovação inibiu ao interesse dos pecuaristas. “Acho que o valor pago deveria aumentar em pelo menos 10% sobre o atual, para compensar”, opina.

A coordenadora do Sisbov/MT revela que até o ano passado, o processo de publicação das propriedades auditadas demorava 20 dias para ficar pronto. “Neste ano, a publicação pela UE demorou dois meses para sair”. Ela explica que a responsabilidade de publicar alista é da UE, mas a visita de Rossi a Bruxelas, Bélgica, promete dar autonomia ao governo brasileiro para que assuma essa responsabilidade, após realizadas as auditorias das propriedades consideradas aptas à exportar para a UE.

A matéria é de Silvana Bazani, publicada na Folha do Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Bruno Manhani Corrêa disse:

    Pensando na carne exportada para a U.E. lembro que eles compram a nossa carne não por sua qualidade mas sim pelo seu preço.
    Eu não sei o quanto mais barata é a nossa carne para eles mas me parece evidente que aumentar o prêmio ao produtor seria aumentar o preço da carne e talvez fazê-la menos atrativa para a exportação. Ainda mais com o dólar no preço que está.
    Qual é a alternativa para fazer com que a U.E. não seja tão exigente e que nós consigamos exportar mais pra lá? Na minha opinião essas são lutas políticas! Quem tem que comprar essa briga é o Presidente. O Ministro da Agricultura, das Relações Exteriores.

  2. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Sem dúvida a decisão de adesão dos produtores é influenciada pelo diferencial recebido pelos animais rastreados, pelos custos adicionais de produção e pela taxa de sucesso dos produtores no atendimento da norma, onde o rigor excessivo sempre é um complicador.

    A estagnação no número de propriedades habilitadas é sim indicador de que o custo / benefício precisa ser melhorado de alguma forma se quisermos ampliar esta lista.

    O diferencial de preços é regrado pelo mercado mas aperfeiçoamentos no sistema podem, sem reduzir seu rigor, facilitar muito o cumprimento da norma. E nos últimos anos simplesmente deixamos de investir no aperfeiçoamento do sistema (BND, procedimentos, treinamento, etc) por conta da perpectiva de mudança.

    Mas acredito que aperfeiçoamentos como simplificar o processo de re-identificação de animais e definir níveis de tolerância a erros e ações corretivas específicas para os principais problemas detectados poderiam ajudar a “descomplicar” bastante o processo atual além de serem úteis para qualquer novo sistema que se queira implantar. E o custo para o setor destes ajustes é baixíssimo.

    Att,

  3. José Leonardo Montes disse:

    concordo plenamente, vacari somente o premio incentivara a adesao no sisbov. se nao será o seu fim.

  4. Mario Ribeiro Paes Leme disse:

    Sigo o mesmo pensamento,paguem melhor e terão o que querem…….