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Vacina contra brucelose é obrigatória

Comprovação será exigida para emitir as guias de trânsito de animais.

A partir deste ano a vacinação contra brucelose será obrigatória no rebanho bovino e bubalino de todo o Paraná. A ação faz parte de um programa nacional, já lançado pelo governo federal, de erradicação da doença que prevê também erradicação e controle de tuberculose.

Para a brucelose apenas as fêmeas de bovinos e bubalinos entre três e oito meses de idade devem ser vacinadas. A comprovação de vacinação será exigida para a emissão da Guia de Trânsito de Animais (GTA) como já ocorre com a imunização contra a aftosa. Para animais mais velhos que não receberam vacina enquanto bezerros a orientação é fazer exames para comprovar a ausência da doença.

No caso da tuberculose não existe vacina. Hoje o indicado é identificar e eliminar animais positivos para a doença. A principal forma de controle é o diagnóstico de animais portadores do bacilo Mycobacterium bovis.

No Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), lançado pelo Ministério da Agricultura em 2001, está previsto que até dezembro de 2003 todos os Estados devem pôr em prática o programa de vacinação contra brucelose.

Uma estimativa do governo federal aponta para a incidência da brucelose sobre 4% do rebanho bovino em todo o Sul do País. No caso da tuberculose esse índice é de pouco mais de 1%. O estudo é de 1975 e agora cada Estado brasileiro deverá fazer um levantamento da saúde dos rebanhos para atualização dos números.

A preocupação do governo se justifica pelo fato dessas doenças serem zoonoses (transmissíveis ao homem) e por possibilitarem, mesmo sem fundamentação técnica, a formação de barreiras sanitárias para o comércio de carnes dentro e fora do País.

Objetivos

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Luiz Carlos de Oliveira, disse que a prioridade é garantir a saúde pública. Os objetivos são baixar a incidência dessas zoonoses, criar um número significativo de propriedades com baixo risco sanitário, controlar a transmissão de ambas ao homem e evitar quebra na produção animal e a vulnerabilidade a barreiras sanitárias impostas pelo mercado externo.

Alguns compradores da carne brasileira, segundo o Ministério da Agricultura, ameaçam exigir certidão negativa de brucelose em bovinos para a compra do produto. São barreiras técnicas injustificáveis que escondem questões econômicas, pois o contágio da brucelose não se dá pela ingestão da carne. Nos humanos a brucelose é considerada uma doença ocupacional que atinge quem trabalha diretamente com os animais como veterinários, tratadores e funcionários de frigoríficos e não pelo consumo da carne de animais doentes. O homem corre maior risco de contrair a tuberculose ao consumir leite cru ou produtos lácteos sem inspeção sanitária.

A brucelose causa prejuízos na fertilidade dos animais, provocando abortos, queda na produção de carne ou leite, entre outros problemas. A tuberculose atinge mais os animais de produção leiteira, com queda na produção.

Fonte: Folha de Londrina (por Cláudia Barberato), adaptado por Equipe BeefPoint

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