A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo (SAA) lançou, terça-feira, na capital, a campanha de vacinação contra a febre aftosa, que tem início em novembro e deverá vacinar todos os bovinos e bubalinos do rebanho paulista, num total de 13 milhões de cabeças. Na última etapa de 2000, o índice de vacinação alcançou 98,48%. “Teremos vacinas suficientes para atender à demanda”, garante o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Sebastião Costa Guedes.
Segundo Guedes, durante outubro, os pecuaristas brasileiros adquiriram 39 milhões de doses de vacina contra aftosa, das quais 5,2 milhões foram compradas pelos criadores paulistas. “Além de 16,3 milhões de doses em estoques, existem 116 milhões de doses em fase de testes para liberação, pelo governo, ao longo do mês de novembro.” No acumulado de 2001 já foram consumidas 222 milhões de doses e a previsão de demanda de vacinas contra aftosa, até o fim do ano, é de 327 milhões de doses.
Raiva
Na etapa de novembro, além de aplicar a vacina contra a aftosa, os pecuaristas de 17 regiões do Estado de São Paulo (Botucatu, Bragança Paulista, Campinas, Dracena, Franca, Guaratinguetá, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Mirim, Orlândia, Pindamonhangaba, Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São Paulo e Sorocaba) deverão vacinar bovinos, bubalinos, eqüinos, ovinos e caprinos contra a raiva dos herbívoros, transmitida pelo morcego hematófago. Todos os animais deverão receber a primeira dose da vacina durante o próximo mês e após 30 dias receber uma dose de reforço.
Segundo o médico veterinário Celso Alberto Gonçalves, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, “O ideal seria vacinar todo o rebanho paulista, mas não há vacinas suficientes”, explica. No entanto, Guedes completou que, no primeiro trimestre de 2002, a produção de vacinas contra raiva e contra brucelose deve ter um grande aumento no Brasil.
Este ano, foram realizados 450 diagnósticos laboratoriais positivos da raiva, ante 750 durante o ano passado. No acumulado de 2001, além do registro de mordeduras de morcegos hematófagos em animais domésticos em 1.500 propriedades rurais, foram inspecionados 1.254 abrigos e eliminados mais de 30 mil morcegos. “A situação é crítica”, afirma Gonçalves, da CDA, acrescentando que o órgão possui 20 equipes de captura e controle da população de morcegos, visando o controle da raiva dos herbívoros. Existem ainda outras 75 equipes, formadas por um médico veterinário e um auxiliar de campo, contratadas por meio de convênio realizado entre a SAA e as prefeituras municipais. Quem não vacinar o rebanho terá que pagar multa de 5 Ufesp (cerca de R$ 50,00 por animal).
Fonte: Suplemento Agrícola, O Estado de São Paulo (por Bete Melo), adaptado por Equipe BeefPoint