Nesta entrevista, Vagner Giomo, gerente de desenvolvimento carnes do Grupo Pão de Açúcar, conversa com Miguel da Rocha Cavalcanti sobre o programa carne Taeq e os projetos desenvolvidos pelo Pão de Açúcar para agregar valor a este produto.
Nesta entrevista, Vagner Giomo, gerente de desenvolvimento carnes do Grupo Pão de Açúcar, conversa com Miguel da Rocha Cavalcanti sobre o programa carne Taeq e os projetos desenvolvidos pelo Pão de Açúcar para agregar valor a este produto.
“O conceito de carne magra é o que ajuda no sucesso do nosso produto”.
“Depois de algum tempo trabalhando com carne a gente percebe esse movimento para se evitar a gordura. Assim eu vejo que não há motivo para se gastar energia colocando gordura num animal, terminado em confinamento, se ela vai ser tirada no açougue. Então quando você encontra uma genética, faz um cruzamento e ao invés de gordura você coloca carne, acho que esse é o melhor dos mundos para quem corta a carne, para quem vende e também para quem consume”.
“Não estou falando do que a gente conhece como marruco, aquele animal velho, com pouca gordura. É evidente que um animal jovem produz uma carne mais macia”.
“O programa de carne Taeq já tem três anos de mercado. A gente iniciou o programa com 9 fazendas, hoje temos 40 fazendas em produção, abatendo anualmente em torno de 15 mil cabeças ano.”
“A embalagem de papel foi uma grande sacada para fazer a venda dessa carne, porque ela tem a característica de poder trazer a informação, coisa que a bandeja de isopor impossibilita. Nessa embalagem, nós conseguimos imprimir as tabelas nutricionais, informações de outros atributos, características da carne, como preparar e como consumir. Essa embalagem realmente informa o consumidor”.
“A última novidade é o nosso código de rastreabilidade, que através de um código 2D é possível acessar todas as informações dessa carne até mesmo com um celular ou pela internet. O cliente acessando o sistema consegue ter todas as informações das fazendas e inclusive ver as fotos dos animais, das pastagens, das áreas de reservas. Agora essa informação está disponível para quem se interessar”.
“O interessante é que as próprias fazendas alimentam esse sistema, mostrando aquilo que elas gostariam de mostrar para quem consome a carne. É uma forma de contar a história”.
“Assim, não estou vendendo só um produto. Eu estou vendendo um valor que eu tenho, que eu faço questão de colocar numa fotografia ou num dado. E acho que isso ultrapassa até a questão comercial”.
“As fazendas estão concentradas em Mato Grosso e Goiás. Buscamos produtores que tenham uma visão de ponta. Não aquele cara que simplesmente é produtor de boi, queremos aquele que busca produzir carne. Essa visão é extremamente importante. Quando a pessoa se encanta com a carne, com o rendimento, com aquilo o que vai acontecer no frigorífico e não só com que preço que você vai pagar, a gente entende que isso é uma indicação do trabalho que ele vai fazer. Ele tem que produzir um boi que vai virar uma carne macia, saborosa e sustentável”.
“Esses produtores fazem questão de visitar nossos stands nas feiras, visitar as lojas, levar um amigo, colocam essa carne como a 1ª opção. Ele faz questão que as pessoas vejam que ele está produzindo e tem orgulho de mostrar a carne produzida e a loja onde ela está sendo vendida”.
“Temos 2 produtos: os terneiros, que são abatidos com 8-9 meses entre 12 e 14 arrobas aproximadamente, e os novilhos, que são animais de 18 arrobas, abatidos com aproximadamente 1 ano e meio”.
O desenvolvimento deste projeto só foi possível graças ao apoio da Allflex, In Vitro Brasil e Pioneer Sementes, que confiaram no trabalho da Equipe BeefPoint e viabilizaram a produção das entrevistas gravadas na Feicorte 2010.
8 Comments
Carne macia e saborosa sem gordura? Onde fica o “cold-shortening”, marmorização, genética taurina… ?
Isso para mim é marketing puro, mas vou experimentar.
Uma empresa só cria VALOR quando competências essencias são usadas como vantagem competitiva. Isso a CBD sabe fazer muito bem. Parabéns!
Olá Luiz,
A carne é macia e com baixa gordura. O sabor é diferente, mais suave e com menos gordura. Eu gostei muito. Mas é diferente de uma carne para churrasco tradicional, de animais mais velhos e com mais gordura (que eu também gosto muito!).
Abs, Miguel
Vou experimentar. Saudações e parabéns pelo beefpoint!
Esta é uma excelente estratégia para agregar valor ao produto,parabéns.
Sou defensor deste modelo de venda de carne.
Imaginem o quanto venderia se usar o mesmo modelo de marketing para vender uma carne Gourmet, com promotores nos pontos de venda,degustação, maiores informações para os colaboradores e clientes.
Existe espaço para os dois argumentos de venda( carne magra e carne Gourmet).
Mas ao meu ver, a demanda por uma carne com garantias de sabor, suculência, maciez, será sempre muito superior a uma carne bovina com o apelo light.
O problema é garantir este fornecimento.
Hj a raça brangus é a mais produzida no pais com estas características, estimo que se produza mais de 3 milhões por ano , se levarmos em conta, que todo cruzamento entre Angus e as raças zebuínas se forma um brangus, vamos ter o meio sangue, 5/8, 3/4, 3/8.
Todos estes grupos sanguíneos conferem maior qualidade a carne e é alternativa pronta para começar a garantir ao consumidor carne de qualidade.
O rebanho esta ai, a qualidade é comprovada, precisamos agora informar isto ao mercado(donas de casa) e este consumidor com certeza vai pagar um valor maior por uma carne com estas garantias.
E é claro premiar o produtor com um valor maior por este produto de qualidade superior que ele produz.
Basta oferecer um premio real ao produtor, que em bem pouco tempo esta produção crescerá muito mais.
Olá Miguel,
Que ótimo que você esteja cada vez mais trazendo informações sobre todos os elos da cadeia de bovinos,desde a produção até a entrega da carne com satisfação ao cliente final.Eu sou como muitos outros colegas um apaixonado pela cadeia da carne bovina e a cada evolução dos nossos sistemas e inovações fico muito entusiasmado.
Moro na Holanda já a alguns anos e percebo a importancia desta forte ligação entre todos os elos da cadeia.Embalagens e etiquetas com rastreabilidade e informações extras são carros chefes de produtos que o consumidor busca por aqui.
Eu ganhei uma embalagem com duas picanhas de vitelo de um amigo e na embalagem eu notei que a marca do produto era simplesmente o nome da fazenda.A marca é a fazenda.Você com o código do produto entra no site da marca/fazenda e vai descobrir de onde veio aquela peça e mais informações a respeito do produto e da fazenda.http://www.petersfarm.com/ .
A embalagem tem um apelo muito forte na venda da carne bovina.Acredito que todos do elo deveriam se aproximar mais dos fornecedores de embalagem para obter as ultimas tendencias.P&D é o caminho para agregarmos valor e entregarmos um produto que satisfaça o consumidor e que também o informe mais sobre a produção e variaveis envolvidas no preparo da carne que ele tanto aprecia.
Atenciosamente,
Fábio Andrade.
Gostaria de saber mais informações para passar para meus clientes.
Esta atividade podera ser uma forma mais rápida e segura de mercado e de ciclo de produção.
Clinvet – George Adriano
Muito bom, parabéns.
Sou um grande defensor deste modelo de negocio, e ele deve ser feito com a carne bovina também, ja que não é novidade para os mais diversos produtos no mercado.
Acredito que tem espaço no mercado para os dois produtos : Carne Light e Carne Gourmet.
Imaginem fazer este mesmo modelo marketing com produto certificado, padronizado, com promotores, degustação, treinamento de colaboradores e principalmente maiores informações para os consumidores, para se vender uma carne Gourmet.
Esta carne magra ao meu ver, deveria ser uma derivação seguinte ao processo de padronização de carnes de qualidade, primeiro se garante um bom bife Gourmet e depois deriva para menos ou mais gordura.
Pedindo preços justos e não absurdos por ela( é calro que deve ter um sobre preço), tenho certeza que venderia muito mais do que esta carne light.
E é possível se oferecer esta carne, usando animais Brangus, que acredito ser o rebanho de carne de qualidade(marmoreio, suculência, maciez,etc) mais produzido no Brasil hoje.
Estimo que se produza por ano no Brasil cerca de 3 milhões de animais.Lembro que Brangus são todos os cruzamentos entre Angus e raças zebuínas.
E hj estes animais estão sendo vendidos para os frigoríficos sem nenhum diferencial e vendidos aos consumidores sem nenhum diferencial também.
Esta tudo na vala comum e todos estão perdendo, produtores, frigoríficos e consumidores que não tem um produto com qualidade garantida oferecida a ele.
Gostei muito da carne, realmente é macia e saborosa.Atualmente só compramos essa marca. Parabéns!!!!!
A loja Pão de Açúcar de Campinas do Centro de Convivência atende muito mal no açougue com exceção da funcionária Joelma. A carne taeq está sendo vendida em bandejas de isopor , apenas com uma pequena identificação na etiqueta.