Abate intenso de matrizes de quatro anos para cá por causa de baixos preços da arroba; seca prolongada este ano e problemas de abastecimento de carne no mercado mundial foram os fatores que contaram para as sucessivas altas da arroba do boi, mais destacadamente de dois meses para cá.
Abate intenso de matrizes de quatro anos para cá por causa de baixos preços da arroba; seca prolongada este ano e problemas de abastecimento de carne no mercado mundial foram os fatores que contaram para as sucessivas altas da arroba do boi, mais destacadamente de dois meses para cá.
No dia 23 de novembro, segundo cotação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP (Esalq/USP), a arroba do boi bateu em R$ 75,48 à vista e em R$ 76,27 a prazo, valores nominais recordes, segundo o pesquisador do Cepea e professor da Esalq, Sérgio De Zen. “Em termos reais este valor não é recorde, porém”, diz De Zen.
Problemas de oferta
A analista de mercado pecuário Juliana Moretti Angelo, do Instituto FNP, concorda que o início do ano promete uma leve afrouxada de preços, “mas não muito forte”, diz ela, e explica: “Os grandes players do mercado internacional, Estados Unidos, Austrália, Brasil, Argentina e Uruguai, também estão passando por problemas de oferta, o que acaba interferindo nos preços internos pagos pela arroba”.
Além disso, lembra a pesquisadora, com a liberação, por parte da Rússia, da compra de carne de todos os Estados brasileiros – antes havia embargo a alguns Estados por causa da febre aftosa, a demanda externa vai aumentar e ajudar a manter os preços firmes, mesmo na entrada da safra.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo