Varejo muda estratégias para evitar reajustes

Na queda-de-braço com a indústria para saber quem paga a conta gerada pela alta dos preços das commodities, o varejo tem mostrado grande poder de resistência. Com a dificuldade de repassar os novos custos ao consumidor final, as redes de varejo buscam novas estratégias, deixando de comprar alguns produtos, substituindo outros por marcas mais baratas e até trocando de fornecedor.

Na queda-de-braço com a indústria para saber quem paga a conta gerada pela alta dos preços das commodities, o varejo tem mostrado grande poder de resistência. Com a dificuldade de repassar os novos custos ao consumidor final, as redes de varejo buscam novas estratégias, deixando de comprar alguns produtos, substituindo outros por marcas mais baratas e até trocando de fornecedor.

O novo cenário levou à redução de cerca de 3% no mix de produtos da rede. “Decidimos não comprar dos fornecedores irredutíveis na negociação.”, comenta Walter Ghislandi, diretor comercial da rede de supermercados Bistek, que tem nove lojas em Santa Catarina. Segundo o varejista, a maior pressão de preços veio dos fabricantes de menor porte. “Talvez as grandes indústrias tenham mais gordura para queimar.”

A rede de supermercados gaúchaUnidasul, alterou cerca de 20% do mix de produtos para driblar os aumentos de preços nos últimos quatro meses. No período, a estratégia foi substituir itens mais caros, conhecidos como “marca líder”, por similares mais baratos, explicou o diretor comercial Augusto De Césaro.

Conforme o empresário, os maiores aumentos, disse ele, ocorreram nos alimentos básicos, como arroz, feijão, trigo, derivados de soja e milho e carne bovina. Agora, diz De Césaro, os aumentos dos preços dos alimentos começam a perder fôlego. Segundo ele, o leite recuou 20% em comparação com o fim de junho devido ao aumento da produção no Rio Grande do Sul. A carne bovina também tende a cair, acredita o empresário. “O pior já passou”, diz.

“Se tivéssemos aceitado o aumento da indústria, os preços estariam bem maiores”, avalia o presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Everton Muffato, sócio da rede que leva seu sobrenome, uma das maiores do Estado.

O executivo diz que a média de aumento da indústria é de 5% a 10%. No caso de produtos derivados de commodities, por exemplo, cujos preços tiveram aumentos no mercado internacional, não deu para exigir repasse zero. Segundo Muffato, em 80% dos casos têm sido possível fazer acordo e, quando não há acerto, o varejista troca de marca, em especial nos produtos em que o cliente não costuma manter fidelidade.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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