A possível compra das operações da rede de fast food McDonald´s na América Latina pela Pactual Capital Partners deve provocar mudanças no perfil do varejo de alimentação no Brasil. A operação, estimada pelo mercado em US$ 600 milhões, deve fortalecer a rede no país, que vem sofrendo com baixa rentabilidade, e deve levar os concorrentes, como Bob´s e a rede Giraffas, a acelerar o crescimento para se manter na competição.
A possível compra das operações da rede de fast food McDonald´s na América Latina pela Pactual Capital Partners deve provocar mudanças no perfil do varejo de alimentação no Brasil. A operação, estimada pelo mercado em US$ 600 milhões, deve fortalecer a rede no país, que vem sofrendo com baixa rentabilidade, e deve levar os concorrentes, como Bob´s e a rede Giraffas, a acelerar o crescimento para se manter na competição. Isso pode resultar em um processo de aglutinação do setor, na opinião do consultor em fusões e aquisições Kan Wakabayashi, da Cypress Associates.
Segundo ele, nesse modelo de negócio, a escala é fundamental, pois maximiza o pagamento de royalties e da verba de publicidade e propaganda, possibilita à franqueadora oferecer um serviço melhor aos franqueados e eleva os ganhos de compras, o que resulta em melhor resultado operacional. O custo da mercadoria vendida corresponde, em média, entre 28% e 30% da receita líquida de uma empresa de alimentação. Daí a necessidade de união de empresas menores.
“O caminho natural é que concorrentes agreguem diferentes marcas debaixo de um mesmo guarda-chuva. Ter, sob um mesmo CNPJ, vários segmentos de fast food para ganhar escala”, disse em reportagem de Tatiana Freitas, da Gazeta Mercantil.
O McDonald´s pretende substituir o modelo de franquia pela “licença de desenvolvimento” na América Latina até o final de 2008. A rede possui hoje 544 restaurantes no Brasil, 119 em sistema de franquia. Na América Latina, são 2.300 lojas.
Segundo Wakabayashi, o negócio do McDonald´s na América Latina deixou de ser saudável há tempos. O lucro operacional médio anual de um restaurante latino americano é de US$ 35 mil por ano, quase seis vezes menor do que o de uma loja norte-americana, de aproximadamente US$ 200 mil.
Pelo modelo atual, a matriz oferece o imóvel ao franqueado, que investe em móveis, equipamentos, decoração, material de trabalho, dentro de moldes da rede. E paga royalties pelo uso da marca e pelo modelo de negócios, além do aluguel. Pelo novo modelo, a rede não investirá mais na propriedade, eliminando o risco de não receber o aluguel.