As exportações de sêmen bovino devem crescer 72,4% este ano. As vendas externas, que no ano passado respondiam por 1% da produção, este ano chegarão a 2,4%. O Brasil está ampliando a remessa de doses porque criou, há um ano, um consórcio de empresas visando o mercado externo, o Brazilian Cattle Genetics. Paralelamente, as vendas internas de sêmen devem fechar 2004 com crescimento de 6%.
A expectativa do gerente do Brazilian Cattle Genetics, Gerson Simão, é que neste ano sejam remetidas ao exterior 100 mil doses de sêmen frente às 58 mil de 2003, totalizando cerca de US$ 500 mil. Para 2005 a meta é chegar a 200 mil doses de sêmen. A abertura dos mercados da Austrália, África do Sul e Panamá é esperada ainda para este ano. No ano que vem, o País pretende vender também para a China e o México.
Para a prospecção de mercados estão sendo investidos, até dezembro, R$ 2 milhões, visando trazer estrangeiros ao país e também levar a genética a feiras agropecuárias. Atualmente, a maior parte das exportações é enviada para países da América do Sul (Colômbia, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e da África (Angola, Senegal e Costa do Marfim).
Nas exportações o Brasil vende mais Gir leiteiro, cerca de 50% do volume. Para o mercado interno o maior volume é de nelore (31%). “Muitos países dos trópicos estão mudando o modelo de produção, deixando o gado europeu e investindo no zebuíno”, explica Simão.
Entre os grandes exportadores está a Lagoa da Serra, que pretende triplicar as vendas de um ano para outro (comparando-se o período de agosto de 2004 a agosto de 2005). Segundo o gerente de exportação da Lagoa da Serra, Maurício José de Lima, no ano passado foram vendidas 50 mil doses e para o ano comercial 2004 a empresa espera chegar a 150 mil doses. De acordo com ele, esse aumento se deve ao fato de o Brasil ter ampliado o número de países com acordos sanitários.
No ranking dos exportadores está também a ABS Pecplan. Segundo o gerente de comércio exterior da empresa, Sílvio Okuno, este ano as vendas externas devem representar entre 15% e 20% do total comercializado. Há 25 anos a ABS Pecplan exporta sêmen, mesmo antes da formação do consórcio. Segundo Okuno, 60% das remessas são de doses de gir leiteiro.
No mercado interno, as vendas de sêmen totalizaram 7,5 milhões de doses em 2003 e, para este ano, acredita-se em um crescimento de 6%. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Everardo Carvalho, o crescimento das vendas tem se mantido constante nos últimos anos. Acredita-se que 6% do rebanho nacional utilizem a inseminação artificial.
O consórcio é formado por 16 empresas, que incluem a venda de sêmen, embriões, animais, produção veterinária e nutrição. Este ano, todos os segmentos do Brazilian Cattle Genetics devem exportar US$ 20 milhões, sendo US$ 7 milhões de animais vivos.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint
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Lendo o artigo intitulado “Venda externa de sêmen bovino vai crescer 72%” pode-se concluir que os programas de melhoramento genético do Brasil estão sendo enxergados com bons olhos pelos países de clima tropical da América (Colômbia, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e do continente Africano (Angola, Senegal e Costa do Marfim).
A adaptação das raças zebuínas ao clima quente é um dos diferenciais para a exploração viável dos bovinos nos trópicos, sendo alvo de inúmeros trabalhos científicos desenvolvidos por instituições de pesquisa e universidades brasileiras.
Na figura de Professor/Pesquisador na área de Reprodução Animal (UNOESTE – Pres.Prudente – SP) observamos o potencial produtivo e reprodutivo dos zebuínos, quer em regime de monta natural ou em programas de inseminação artificial, com sêmen de zebus em vacas com diferentes graus de sangue europeu, proporcionando para o consumidor uma carne de excelemte aspecto e palatabilidade.
Oxalá, que continuemos caminhando em direção ao aumento da produtividade.