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Vendas de tratores recuam 9% no 1º semestre

As vendas de tratores agrícolas caíram cerca de 9% no primeiro semestre do ano, segundo apurou o jornal Valor Econômico junto a representantes do setor. De acordo com os dados preliminares, as montadoras venderam aproximadamente 26,5 mil unidades entre janeiro e junho, ante 29 mil em igual período do ano passado. Já as vendas de colheitadeiras devem ficar praticamente estáveis, na faixa de 2,2 mil unidades. Os números oficiais serão divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

As vendas de tratores agrícolas caíram cerca de 9% no primeiro semestre do ano, segundo apurou o jornal Valor Econômico junto a representantes do setor. De acordo com os dados preliminares, as montadoras venderam aproximadamente 26,5 mil unidades entre janeiro e junho, ante 29 mil em igual período do ano passado. Já as vendas de colheitadeiras devem ficar praticamente estáveis, na faixa de 2,2 mil unidades. Os números oficiais serão divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O recuo acontece após o resultado excepcional de 2010, quando as fabricantes comercializaram 56,4 mil tratores, o melhor resultado desde 1976. O aperto nas condições de crédito com o aumento nas taxas de juros do Programa de Sustentação de Investimento (PSI), do BNDES, e a perda de fôlego dos negócios associados ao Programa Mais Alimentos (PMA), para os agricultores familiares, explicam o desaquecimento em 2011. Juntos, os dois programas foram os principais responsáveis pelo crescimento do setor nos últimos anos, financiando cerca de 80% das vendas em 2010.

Desde que foi criado, em julho de 2008, até abril, o Mais Alimentos financiou a aquisição de quase 40 mil tratores, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O número corresponde a quase um quarto das máquinas produzidas no Brasil neste período – mais da metade daquelas com até 80 cavalos de potência. O PMA prevê juros de 2% ao ano, dois anos de carência e até 10 anos para pagar, condições sem pararelo em se tratando de crédito para investimento no Brasil.

Membros da indústria avaliam, porém, que o programa já supriu a maior parte da demanda reprimida entre os agricultores familiares, muitos dos quais compraram seu primeiro trator.

“Após dois anos de vendas muito fortes, o número de produtores elegíveis para o PMA começa a cair”, afirma Paulo Beraldi, diretor comercial da Valtra.

Ele destaca que as condições para aquisição de máquinas via PSI, programa criado em 2009 para estimular a indústria no ano da crise, se deterioraram, embora ainda se mantenham atrativas. O governo decidiu prorrogar a linha até dezembro, mas aumentou as taxas de juros para até 6,5% ao ano, ante 4,5% no ano passado. Já o Moderfrota, principal canal de financiamento para aquisição de máquinas agrícolas até a metade da década passada, ficou pouco atrativo diante das novas linhas, com taxas de juros que variam de 7,5% a 9,5% ao ano.

Beraldi afirma que a queda nas vendas de tratores era esperada devido ao que chamou de “confluência excepcional de fatores” do ano passado, mas que o resultado de 2011 deve ser comemorado. “Devemos fechar o ano com mais de 50 mil máquinas vendidas, o que é um dos melhores números da série histórica”, pondera.

Carlito Eckert, diretor da Massey, afirma que 2011 “está fechado” e que a indústria precisa se preocupar com 2012. “O PSI termina em dezembro, bem no meio da safra. Sequer calculamos como seria ficar sem essa linha, porque não admitimos ficar sem ela”.

Segundo ele, o mercado de máquinas agrícolas não sobrevive sem uma linha a juros subsidiados. A indústria pleiteia uma redução nos juros do Moderfrota. Recentemente, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apresentou uma proposta ao BNDES para reduzir as taxas para algo entre 3,5% a 6% ao ano.

A matéria é de Gerson Freitas Jr., publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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