Apesar da perda de ritmo, o comércio acumulou alta de 9,8% de janeiro a novembro do ano passado. Em novembro, o segmento de hiper, supermercados e produtos alimentícios, que depende diretamente da renda dos trabalhadores, salvou o varejo de um resultado pior e foi responsável, sozinho, por 56%, ou 2,9 ponto porcentual, do aumento total de 5,1% nas vendas ante igual mês do ano anterior.
A crise internacional chegou ao varejo e provocou forte desaceleração nos segmentos vinculados ao crédito, como móveis e eletrodomésticos e automóveis. As vendas caíram 0,7% em novembro ante outubro – o segundo recuo consecutivo. Na comparação com novembro de 2007, houve aumento de 5,1%, quase a metade do apurado em outubro (9,8%) – o pior novembro em dois anos.
Apesar da perda de ritmo, o comércio acumulou alta de 9,8% de janeiro a novembro do ano passado. Em novembro, o segmento de hiper, supermercados e produtos alimentícios, que depende diretamente da renda dos trabalhadores, salvou o varejo de um resultado pior e foi responsável, sozinho, por 56%, ou 2,9 ponto porcentual, do aumento total de 5,1% nas vendas ante igual mês do ano anterior.
A redução da oferta de crédito por causa da crise internacional é o principal motivo apontado pelo técnico da coordenação de comércio e serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nilo Lopes, para a desaceleração do varejo em novembro. “As atividades mais sensíveis ao crédito foram as mais atingidas, enquanto as vinculadas à renda mantiveram resultados positivos.”
De sete atividades pesquisadas, cinco desaceleraram de outubro para novembro, na comparação com igual mês de ano anterior. É o caso de segmentos como equipamentos para escritório e informática (42,8% em outubro para 20,8% em novembro), móveis e eletrodomésticos (15,7% para 4,5%) e combustíveis e lubrificantes (10,9% para 5,5%). “Todas essas atividades vinham crescendo especialmente por causa do crédito e foram muito afetadas.”
A economista da MB Associados, Tereza Fernandes observou que fatores que contribuíram para os ótimos resultados em 2006 até novembro de 2008, como elevação da massa salarial, melhoria na quantidade e qualidade do emprego e expansão do crédito, “estão se revertendo”. Ela acredita que os bens duráveis continuarão os mais afetados. “Na nossa visão quanto maior o preço do bem e a necessidade de crédito para a sua comercialização mais o segmento vai desacelerar”, afirmou.
Os dados do comércio varejista ampliado (que incluem automóveis, motos e peças e material de construção) foram ainda piores, com queda de 3,4% nas vendas ante outubro e recuo de 4,1% ante novembro de 2007.
A matéria é de Jacqueline Farid, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.