Por Carlos Nascimento1
O mundo da carne em transformação
“As pessoas mudam menos com base em análises que moldam seu raciocínio do que por força da visão de uma verdade que influencia seus sentimentos.”
Essa informação é verdadeira sobretudo nas mudanças organizacionais, nas quais se lida com transformações, reestruturações, novas estratégias, novos mercados, globalização – seja em todo o âmbito da empresa, seja apenas num escritório, departamento ou grupo de trabalho.
A realidade também nos ensina que as empresas que não se adaptam às suas necessidades internas de mudanças e às mudanças originadas pelo contexto externo começam a ter sintomas que afetam seu desenvolvimento econômico, e se esses sintomas não são diagnosticados, encontrando-se as causas, e se não forem introduzidas mudanças, às vezes radicais, as empresas não sobrevivem.
Numa era de turbulência, os vencedores serão aqueles que souberem lidar com essa realidade. Quem tratá-la de maneira inadequada, ficará louco, gastará muito dinheiro e sofrerá dores agudas.
Constata-se que, as empresas de sucesso sabem como sobrepujar os anticorpos que rejeitam qualquer coisa nova. Conhecem as maneiras de aproveitar oportunidades e evitar riscos. Percebem que os maiores saltos são cada vez mais o resultado de grandes vitórias. Têm consciência de que somente o gradualismo da melhoria contínua já não é suficiente.
A mudança bem sucedida é um processo complexo que se desenvolve pelas seguintes etapas:
– Promover o sentimento de urgência;
– Constituir uma equipe de orientação;
– Desenvolver a visão e as estratégias;
– Divulgar com eficácia a visão e as estratégias;
– Remover os obstáculos à ação;
– Conquistar vitórias de curto prazo;
– Continuar desencadeando sucessivas ondas de mudança até que o trabalho esteja concluído e,
– Criar uma nova cultura que consolide os comportamentos recém adquiridos.
O desafio central de todos essas etapas é mudar o comportamento das pessoas.
Não se trata de estratégia, nem de sistemas, nem de cultura. Tais elementos e muitos outros até podem ser de grande relevância, mas o âmago do problema é, sem dúvida, comportamental – o que as pessoas fazem e a necessidade de mudanças significativas no que fazem.
A mudança de comportamento é menos uma questão de oferecer análises para afetar o raciocínio do que de ajudar a ver a verdade para influenciar os sentimentos. Tanto o pensamento quanto o sentimento são essenciais, e ambos estão presentes nas empresas bem sucedidas, mas o centro da mudança são as emoções.
O Fluxo ver-sentir-mudar é mais vigoroso do que o esquema analisar-pensar-mudar. As diferenças entre ver e analisar, entre sentir e pensar são críticas porque, em geral, analisamos e pensamos com muito mais freqüência, competência e conforto do que vemos e sentimos.
Quando somos dominados pela frustração, às vezes tentamos convencer-nos de que é menor a necessidade de mudança. Mas forças poderosas e incessantes agravam a turbulência.
Quando somos levados pelo desânimo, por vezes achamos que os problemas são inevitáveis e incontroláveis. Portanto, precisamos aprender a lidar com as mudanças em tempo integral e de maneira extremamente eficaz.
Para compreender por que algumas empresas estão saltando para o futuro com mais sucesso do que outras, é preciso entender, de início, o fluxo das iniciativas eficazes de mudança. Em quase todos os casos, constata-se uma sequência, um conjunto de etapas, com as quais poucas pessoas lidam de maneira satisfatória.
Uma coisa é certa: as empresas só mudam quando os comportamentos das pessoas que nela trabalham, mudam também. É bom lembrar que “uma boa forma de enlouquecer é esperar resultados diferentes do mesmo comportamento”.
” É preciso falar em mudança a cada segundo do dia”, Jack Welch.
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1Carlos Nascimento, Bacharel em Direito, Administrador com Especialização em Gestão Empresarial. Experiência internacional na realização de trabalhos em empresas nacionais e multinacionais, como Diretor Geral, Superintendente e “Ínterim Management” , com destaque para o Grupo Bunge.