A notícia mais esperada pelos selecionadores de gado de elite brasileiros já é realidade. A Vitrogen, líder mundial na produção de embriões por Fecundação in vitro, inicia este mês de maio a comercialização de clones bovinos. O trabalho de clonagem é feito em parceria com o médico veterinário Flávio Vieira Meirelles, Doutor em Genética, Professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP/Pirassununga.
A diretora de pesquisa da Vitrogen, Yeda Watanabe, explica que para produzir um clone o criador precisa primeiro solicitar a coleta de células do animal a ser clonado. Esse procedimento custa R$ 2 mil, mais o deslocamento da equipe. “Coletamos um pequeno fragmento de pele, geralmente da prega da cauda. Colocamos em cultivo e, cerca de 45 dias depois, as células estão prontas para iniciar a clonagem”, detalha.
Segundo Meirelles, antes de produzir os clones, essas células passam por uma avaliação de qualidade em termos de alteração de números e outras patologias cromossômicas para que os procedimentos tenham uma maior chance de produzir mais embriões e de melhor qualidade. O professor comenta que o criador pode até não produzir os clones imediatamente, optando por congelar as células. “Assim ele tem garantido, por tempo indeterminado, o potencial genético de seus melhores animais”.
Yeda explica que o preço do trabalho de clonagem varia de acordo com o número de bezerros nascidos. “Um clone sadio, aos trinta dias, custa de 50 até 150 mil reais, ou menos. O custo reduz de acordo com a quantidade de animais nascidos”, afirma.
Meirelles explica que a técnica de clonagem deve ser executada por um indivíduo altamente especializado, em microscópio invertido equipado com micromanipuladores. O profissional retira o material genético do óvulo e introduz no espaço perivitelíneo (espaço entre o citoplasma e a zona pelúcida) uma célula do animal que se deseja clonar. “Além desse procedimento, a dupla oócito e célula somática sofre uma fusão por choque elétrico e depois se desenvolve in vitro à semelhança de um embrião produzido por FIV”, explica.
Depois desses procedimentos apenas alguns embriões continuam o desenvolvimento sendo capazes de gerar uma gestação normal e a termo. Em números, um técnico treinado pode fazer 100 a 120 embriões reconstruídos em um dia que, com uma taxa de fusão de 50% e uma taxa de desenvolvimento de 20 a 30%, leva ao desenvolvimento de 10 a 18 embriões por manipulação. Uma taxa de 10 a 15 % de permite, então, uma a duas gestações por dia de trabalho. “É um resultado bom se levarmos em consideração os resultados obtidos anteriormente”.
De acordo com a bióloga Yeda, a empresa optou por entregar animais após 30 dias de vida evitando problemas com natimortos e mortalidade peri-natal, que já foram reportadas em animais clonados. O prazo de entrega dos clones é de 18 meses, a contar após a avaliação das células que indica se elas estão adequadas para a clonagem. Passado esse prazo, caso não ocorram nascimentos, a Vitrogen garante a devolução do dinheiro que o criador investiu.
Watanabe confirma que alguns selecionadores já estão iniciando os procedimentos para clonar matrizes de renome. “Assim como a FIV, a clonagem contribui para a multiplicação de animais com genótipos superiores. Nos sentimos muito satisfeitos em ver que o trabalho da Vitrogen impulsiona o desenvolvimento da pecuária brasileira”, finaliza.
Fonte: Assessoria de imprensa da Vitrogen