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3 de fevereiro de 2011

Wesley Batista assume o comando da JBS

Wesley Batista assumiu ontem a presidência executiva do maior frigorífico do mundo. Ele está de volta ao Brasil após uma temporada nos Estados Unidos, quando tocou, entre outros negócios, a integração da Pilgrim"s Pride, adquirida em setembro de 2009. Joesley Batista, o caçula dos três irmãos de Goiás, deixa o cargo de CEO, mas permanece na presidência do conselho de administração, cuidando das decisões estratégicas.

Wesley Batista assumiu ontem a presidência executiva do maior frigorífico do mundo. Ele está de volta ao Brasil após uma temporada nos Estados Unidos, quando tocou, entre outros negócios, a integração da Pilgrim”s Pride, adquirida em setembro de 2009.

Joesley Batista, o caçula dos três irmãos de Goiás, deixa o cargo de CEO, mas permanece na presidência do conselho de administração, cuidando das decisões estratégicas. A mudança não surpreendeu o mercado, porque mantém a administração familiar. Também não é a primeira vez que os irmãos trocam de posição na empresa.

“Terminamos a consolidação das aquisições que fizemos nos Estados Unidos, Brasil e Austrália. O próximo grande desafio é integrar as operações de todos os países. Nada mais natural que o Wesley, que já toca 70% do negócio, assumisse como CEO”, disse Joesley Batista ao Estado.

Joesley ficou cinco anos no comando da companhia fundada por seu pai, José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, em Anápolis (GO), há 58 anos. Na sua gestão, a empresa partiu para um agressivo processo de internacionalização via aquisições, como as americanas Swift e Pilgrim”s Pride e a brasileira Bertin.

A troca no comando do JBS, no entanto, ocorre em um momento delicado, porque as ações da empresa têm sido castigadas na bolsa. O valor de mercado do grupo está em R$ 15,8 bilhões, inferior ao seu patrimônio, que chega a R$ 18,9 bilhões. Dois temas preocupam os investidores: os rumores da aquisição da Sara Lee e a negociação com o BNDES para uma nova emissão de debêntures.

Desde o início do ano, as ações do JBS caíram 10,74%, fechando ontem a R$ 6,40. Em 2010, os papéis já haviam perdido 22,8% do valor. A queda mais recente foi causada pelo receio do mercado de que o JBS elevaria muito o seu nível de endividamento caso adquirisse a gigante do setor de alimentos Sara Lee.

Joesley nega que esteja negociando a compra da empresa americana, mas não descarta o negócio. “A Sara Lee é uma empresa que nós respeitamos. Já avaliamos e seguimos avaliando, dependendo do preço”, disse. Na visão dos analistas, o negócio faz sentido, porque a Sara Lee tem marcas fortes no mercado americano, enquanto o JBS domina a produção de carne.

O problema, para analistas, é que a Sara Lee não “cabe no balanço” do JBS. Depois das diversas aquisições, a dívida da brasileira equivale a três vezes o fluxo de caixa, um patamar alto. Com a aquisição da Sara Lee, esse indicador “explodiria”, ultrapassando os 4,75 estabelecido entre o JBS e os bancos credores.

Na semana passada, circulou a informação de que a Sara Lee vai se dividir em duas empresas, uma com as operações de bebidas (especialmente café) e outra de proteína (carnes). Se o JBS optar por comprar só a divisão de carnes, o negócio não exigiria tanta alavancagem.

Para adquirir a Pilgrim”s, o JBS levantou R$ 3,4 bilhões com o BNDES, que subscreveu praticamente todas as debêntures emitidas pelo grupo. A operação provocou reclamações de favorecimento do JBS pelo banco. A empresa renegocia agora a rolagem dessa dívida com o BNDES e anunciou, no final do ano, que deseja fazer uma nova emissão de R$ 4 bilhões para substituir a antiga. Segundo Joesley, a negociação está em fase final e o negócio deve ser anunciado dentro de dois meses.

Na primeira operação, o JBS descumpriu uma cláusula do contrato que determinava a abertura do capital da companhia nos Estados Unidos, porque o momento era desfavorável. O contrato obrigou a empresa a pagar uma multa de R$ 500 milhões para BNDES. “Já quitamos integralmente esse prêmio com o banco”, garante Joesley.

Na visão da JBS, os papéis estão subavaliados. “Se o mercado hoje percebesse a JBS nos mesmo múltiplos de quando abrimos o capital, o preço da ação deveria valer R$ 24. Por que não vale? Não sei”, reconheceu Joesley.

O empresário tem uma teoria para as ações da empresa não deslancharem. “A JBS é uma empresa que cresce em ritmo acima da média. (…) Acho que, no fundo, o mercado quase que fica em negação, querendo não acreditar que a gente foi e é capaz de entregar o que a gente entrega”, disse, citando o caso da Swift americana – “uma empresa que ninguém queria”. A companhia, adquirida pela JBS em 2007 com resultado negativo, fechou 2010 com Ebitda de US$ 750 milhões, segundo Joesley.

Para ele, o mercado reconhece a capacidade da JBS de entregar resultado, mas a empresa também tem sido penalizada na bolsa pela situação da economia nos EUA, que ainda vive momento desfavorável. Questionado se em algum momento as ações terão o valor esperado pelo companhia, Joesley disse apenas que há uma “curva de aprendizado” para o investidor conhecer o ramo e a companhia.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Orlando Sanches Garcia Filho disse:

    Particularmente,acho eu, as açoes da jbs,o melhor investimento em açoes do mundo.o mercado ainda nao percebeu.
    1. as açoes estao muito baratas
    2.e o maior produtor de proteina animal do mundo,so o mercado nao viu ainda o potencial da jbs, o gigantismo da jbs assusta,mas e o mercado globalizado que eles enchergaram,e que poucas empresas conseguiram visualizar no mundo.
    3. a competencia administrativa dos irmaos batistas e sintonizada com o campo com o agronegocio brasileiro,e escrevam ai vao crescer muito mais,pois o mundo tem fome e a ´´jbs´´ mata a fome.
    afinal estao presentes em todos continentes.
    o agronegocio mundial tem que se orgulhar de ter uma jbs..e nos brasileiros muito mais….

  2. Humberto de Freitas Tavares disse:

    O mega-investidor Warren Buffett gosta de comprar ações cotadas abaixo do valor patrimonial por ação, como é hoje o caso da JBSS3.

    Mas fundamentalmente olha antes se os administradores são competentes. No momento em que os Batista começarem a mostrar que estão dominando as dezenas, centenas de unidades espalhadas por todos os continentes, talvez a ação comece a reagir.