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XXIII Fórum ABAG-Cocamar: Rio+20, ILPF, Plano Safra e Programa ABC

A Conferência Rio+20, que acontecerá entre os dias 20 e 22 de junho, será a grande oportunidade para o setor mostrar a grandeza do agronegócio nacional. “A discussão principal vai ser a produção de mais alimentos de forma sustentável”, apontou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, durante o Fórum ABAG-Cocamar – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, realizado na sexta, 18, em Maringá (PR), na 40ª edição da Expoingá.

Rio+20 é a chance do agronegócio:

A Conferência Rio+20, que acontecerá entre os dias 20 e 22 de junho, será a grande oportunidade para o setor mostrar a grandeza do agronegócio nacional. “A discussão principal vai ser a produção de mais alimentos de forma sustentável”, apontou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, durante o Fórum ABAG-Cocamar – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, realizado na sexta, 18, em Maringá (PR), na 40ª edição da Expoingá. O dirigente lembrou que o mundo depende do agronegócio brasileiro para se alimentar e destacou a importância do sistema de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) neste processo.

O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, ratificou que a cooperativa acredita na ILPF. “Isso vai mudar a agricultura brasileira, pelo potencial de recuperação de área. Precisamos de uma mudança de atitude”, disse.

Juros do Plano Safra podem ser reduzidos, disse  o Banco do Brasil:

As taxas de juros do Plano Safra 2012/13, que deverá ser anunciado no dia 1º de julho, poderão ser reduzidas. A sinalização foi dada pelo vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil (BB), Osmar Dias, durante o Fórum. Segundo o vice-presidente de Agronegócio do BB, a ideia é reduzir de 6,75% para 4% a taxa para custeio dos produtores que optarem pelo seguro rural. Os demais permaneceriam com a taxa atual. Para investimento, a proposta do BB é de corte da taxa para 4%. Para o médio produtor, o juro seria ainda menor: 3,5%. Em relação ao seguro rural, Dias afirmou que o governo e o Banco estão em fase de estudos, visando apresentar um modelo novo.

Dias fez duras críticas ao movimento “Veta Dilma”, que tem como objetivo impedir a aprovação do Código Florestal pela presidente. O ex-senador lembrou das ácidas críticas direcionadas por representantes da União Europeia ao Código, já aprovado no Congresso, quando esteve em Londres, em missão junto com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

Dias relembrou que o Brasil preservou 70% das florestas primárias, enquanto a Europa teve índice de 0,3%. “Os números mostram que o produtor brasileiro preservou recursos naturais. Usamos pouco para produzir muito”, completou Dias.

Para o ex-senador, o código teria que ser ambiental e não florestal, dividindo a responsabilidade do produtor com o poder público, que não fez investimentos necessários em saneamento público, por exemplo. Osmar Dias anunciou ter enviado documento à presidente solicitando que a faixa de mata ciliar oscile entre 5 metros e 100 metros. “O produtor adotaria o equivalente à metade da extensão do rio, nas duas margens, com exceção de propriedades com menos de quatro módulos. Se o rio tiver 10 metros de extensão, seriam 5 metros para cada lado”, completou.

Programa ABC: Banoc do Brasil liberou R$ 690,1 milhões até maio/12

O Banco do Brasil (BB) liberou R$ 690,1 milhões na temporada 2011-12, até maio, para o Programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono -, atendendo 2.202 operações. O BB responde por 80,2% dos recursos liberados até o momento pelo programa, que tem como objetivo financiar a recuperação de áreas e pastagens degradadas; a implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária, de plantio direto na palha, de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), de florestas comerciais e de planos de manejo florestal sustentável; e a adequação ou regularização das propriedades rurais ante a legislação ambiental.

Considerando que o Programa ABC destinou R$ 3,15 bilhões aos produtores, a demanda pelos recursos ainda é pequena.

O ABC é a ferramenta encontrada pelo governo para incentivar as práticas conservacionistas, para cumprir com o acordo de reduzir 33,1% das emissões de gás carbônico até 2020. Entre as metas estabelecidas pelo programa estão a expansão da área de plantio direto brasileira de 25 milhões para 33 milhões de hectares; a recuperação de 15 milhões de hectares de áreas degradadas; o aumento em 4 milhões de hectares do sistema de ILPF e o plantio de 6 milhões a 9 milhões de florestas comerciais.

Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)

Dentro do contexto de aumento na população mundial, expansão da urbanização global e crescimento na renda de países populosos, este cenário justifica a adoção de práticas como a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Além dos recursos disponibilizados pelo Plano Safra, outras medidas estão sendo adotadas para expandir a utilização da ILPF. Durante o Fórum, foi ressaltada a Rede de Fomento, um conjunto de instituições dispostas a dar apoio financeiro ou tecnológico à prática. Entre os envolvidos, estão a cooperativa Cocamar, de Maringá, a Embrapa e empresas como a John Deere e a Syngenta. A estes, deverão ser associadas instituições de crédito, governo, universidades, entre outros.

O estudo de caso da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri, no sudoeste de Goiás, é o melhor exemplo dos benefícios e dos resultados positivos da adoção da prática de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). “Houve uma melhora significativa na fertilidade do solo, na fixação de carbono, através da maior utilização de matéria orgânica e uma evolução consistente na produtividade”, apontou o pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pela implementação do projeto em 2006 na fazenda, João Kluthcouski, durante o Fórum.

A produtividade da soja pulou de 2.400 quilos por hectare para 4.080 quilos por hectare, bem acima da média nacional. O rendimento do milho mais que dobrou, pulando de 4.800 quilos para 10.800 quilos por hectare. No caso da pecuária, a produtividade passou de 2 arrobas para 16 arrobas por hectare, a idade média de abate de 4 para 3 anos e o custo de produção de carne baixou de 73 reais para 24 reais por arroba.

Entusiasta do sistema, Kluthcouski citou ainda outros benefícios, como a garantia de empregos, o treinamento de estagiários, a recuperação de área degradada, a manutenção da pastagem produtiva e a redução dos impactos ambientais. Para o pesquisador, a ILPF vai ser uma revolução na agropecuária brasileira, garantindo a produção em solos considerados ineficientes para isso.

Também palestrante no evento, o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Sérgio José Alves, concorda que a ILPF é a nova revolução agrícola. “Há 30 anos trabalhamos com práticas conservacionistas. No começo, as pessoas não acreditavam no que estávamos fazendo. Hoje, estamos buscando produtividade de até 3.600 quilos por hectare de soja na região do arenito. Algo impensável há alguns anos”, frisou, destacando ainda o caráter sustentável da Integração. Alves informou ainda que há 300 mil hectares de ILPF no Paraná, que geram R$ 500 milhões.

Fonte: ABAG, Cocamar, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

 

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