A empresa holandesa Zandbergen - World´s Finest Meat enviou comunicado oficial ao BeefPoint sobre o risco do Brasil ter suas exportações de carne bovina a UE suspensas, caso as deficiências na defesa sanitária e rastreabilidade encontradas na última missão européia não sejam corrigidas até o final do ano.
A empresa holandesa Zandbergen – World´s Finest Meat enviou comunicado oficial ao BeefPoint sobre o risco do Brasil ter suas exportações de carne bovina a UE suspensas, caso as deficiências na defesa sanitária e rastreabilidade encontradas na última missão européia não sejam corrigidas até o final do ano. Abaixo publicamos o comunicado na íntegra.
O Brasil alcançou nos últimos anos uma incontestável posição de liderança no mercado mundial da carne. No ramo há mais de 30 anos, a empresa Zandbergen mais do que ninguém foi testemunha do vertiginoso crescimento e desenvolvimento da indústria brasileira. O Brasil é hoje nosso principal fornecedor, e ao longo da última década estabelecemos não só boas relações comerciais, mas também relações de confiança e amizade com os brasileiros. A bandeira brasileira está hasteada todos os dias em frente ao nosso escritório na Holanda e por isso acreditem, o interesse dos brasileiros é também o nosso.
É óbvio que um crescimento tão rápido também traria problemas à indústria brasileira. Os portos, estradas e a cadeia de frio certamente não estavam adaptados para o volume de exportação gerado hoje pelo país. Essa infra-estrutura precisa urgentemente de investimentos para garantir o futuro das exportações brasileiras. O Brasil produz carne de excelente qualidade, que para ser mantida depende de rapidez na logística e de um rigoroso controle de temperatura.
Há um outro problema entretanto que poderia causar a interrupção das exportações brasileiras à Europa em um prazo mais curto. A União Européia já enviou missões veterinárias ao Brasil no início do ano passado, no fim do ano passado e em abril deste ano. A cada visita dessas, um relatório é feito e uma série de reivindicações são enviadas às autoridades de defesa sanitária brasileiras. A cada vez que os veterinários voltam eles não ficam completamente satisfeitos com os resultados.
Enquanto Brasília noticia que as visitas foram de modo geral positivas, a repercussão na Europa é inversa. Depois desta última visita, DG Sanco, o Diretório da União Européia para Saúde e Proteção ao Consumidor finalmente declarou que caso o Brasil não atinja os padrões requeridos pelos veterinários europeus as importações de carne brasileiras serão bloqueadas no final deste ano.
A ameaça existe e é real. É compreensível imaginar que existe uma pressão por parte do lobby de agricultores e pecuaristas britânicos, irlandeses e franceses para que o embargo seja declarado. John Bryan, chairman da Irish Farmers´ Association´s livestock committee declarou há poucos dias atrás que a Comissão Européia não pode mais ignorar o fracasso do Brasil em atingir os padrões requeridos pela Europa, e não deveria adiar mais a decisão sobre um embargo.
No início de 2001, em plena crise da vaca louca na Europa, o Canadá (e o Nafta em consequência) proibiu as importações de carne brasileira. O lobby da Bombardier, a empresa canadense concorrente da Embraer no mercado mundial de aviões, conseguiu naquela época se aproveitar da crise da vaca louca e achar um motivo qualquer para pedir que seu governo tomasse aquela atitude contra o Brasil, neste caso foi a falta de rastreabilidade de alguns animais importados da Europa. Tanto canadenses como americanos sabiam que o risco de BSE no Brasil era negligenciável, mas bastou aparecer um motivo para que alguém com outros interesses se aproveitasse disso.
O que restou aos brasileiros durante as três semanas da crise foi sair por aí quebrando garrafas de whiskey canadense e levando vacas passear nos jardins da embaixada do Canadá.
O que vivemos hoje na Europa é parecido. O lobby de agricultores não será a causa do embargo, mas eles irão sim se aproveitar de qualquer falha do lado brasileiro. Além dos argumentos sobre a rastreabilidade e sanidade somam-se outros mais inverossímeis como a destruição da Amazônia.
É preciso entender que estamos falando de um continente cujos consumidores enfrentaram nos últimos anos sucessivas crises alimentares, de BSE, dioxina, salmonella, nitrofuranos, febre aftosa, gripe aviária. A cada crise apareciam imagens de alimentos sendo destruídos, pessoas doentes, carcaças sendo incineradas, agricultores em desespero. É claro que ninguém quer que isso se repita. Na página web do DG Sanco aparece escrito: “Our job is to help make Europe´s citizens healthier, safer and more confident” (Nosso trabalho é ajudar a fazer os cidadãos da Europa mais saudáveis, seguros e confiantes). Mr. Markos Kyprianou, o comissário responsável é um funcionário dedicado e ninguém poderá culpá-lo por fazer o seu trabalho. Ele irá cumprir sua missão sem se preocupar se irá faltar carne bovina na Europa.
Se faltar carne brasileira a União Européia poderá aumentar sua produção. A Irlanda por exemplo ainda exporta parte da produção para fora da União e poderia redirecionar este fluxo para o mercado comunitário. Ou ainda irá importar mais carne do Uruguai ou da Argentina, onde novas leis estão a caminho para flexibilizar a exportação. A carne dos Estados Unidos e da Austrália, considerando-se os preços hoje na Europa está ficando mais competitiva. Também Namíbia e Botswana são fornecedores da União Européia, e ainda são beneficiados por acordos bilaterais e por uma excelente qualidade microbiológica de carne. E se a carne bovina ficar muito cara o consumidor redicionará suas compras para suínos e aves. O Brasil pode ser muito importante como fornecedor mas para o DG Sanco não é mais importante do que a saúde dos europeus.
Nós, dentre todos os europeus, sabemos da competência de pecuaristas e indústrias brasileiras que trabalham com profissionalismo.
As principais revindicações dos veterinários europeus dizem respeito a defesa sanitária, rastreabilidade e a detecção de resíduos químicos na carne.
Em relação aos resíduos, a ABIEC têm trabalhado junto aos frigoríficos na instalação de laboratórios e na análise da carne.
Quanto à rastreabilidade, nós já visitamos fazendas no Brasil onde a mesma é completa, do nascimento ao abate, e onde todas as vacinas, medicamentos e alimentos são controlados, onde o meio ambiente é preservado assim como o bem estar animal. Não é uma surpresa que estas fazendas frequentemente apresentem melhores resultados econômicos do que aquelas cujo dono desconhece até quantos animais possui.
A rastreabilidade não deve ser vista pelos pecuaristas como uma exigência européia para atrapalhar as exportações do Brasil, mas sim como uma indispensável ferramenta no manejo econômico da propriedade. A recompensa virá com o tempo. O que a Europa exige hoje outros mercados exigirão amanhã.
E sobre defesa sanitária nós temos um conselho. Irlandeses e franceses são bons de lobby, sejam também. Mobilizem seus parlamentares, mobilizem o Ministério da Agricultura, exijam atenção, exijam verbas para a defesa e sobretudo não deixem que os relatórios europeus sejam esquecidos em Brasília.
Mais uma vez, a ameaça de embargo é real. Em 2006 o Brasil vendeu US$ 1.4 bilhão em carne bovina à União Européia, 36% do valor total das vendas brasileiras. Este artigo é um apelo às responsabilidades de cada um envolvido na cadeia de produção da carne no Brasil, indústrias, pecuaristas e governo.
Contamos com vocês, assumam as próprias responsabilidades e transformem esta ameaça em algo a seu favor, não brinquem com fogo.
Fonte: Zandbergen.
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Excelente matéria, conhecendo a Zandbergen, não poderia esperar outra posição deles, não fosse essa.
Espero que com este comunicado as autoridades brasileiras e principalmente os exportadores de carne brasileira e pecuaristas tomem consciência da importância da rastreabilidade, vacinação, proteção ao meio ambiente, respeito aos trabalhadores e ao manejo adequado do rebanho.
Sou funcionário de frigorífico e desde os focos de aftosa em 2005 estamos passando por sérias dificuldades de reposição de carne em mercados secundários, além de termos uma unidade modelo, muito boa operacionalmente e muito rentável, totalmente parada no cone-sul do MS.
Há quase dois anos não exportamos 1 kg de carne para a U.E. e isso reflete muito no desempenho financeiro de qualquer organização, pois os melhores preços são apurados na europa e esse motivo, por si só, já é um fator determinante para darmos a atenção que os europeus merecem.
Muito tem se noticiado e falado pelas autoridades brasileiras sobre as ações para recuperação do status sanitário, porém nada de concreto – o governo promete, ilude e quer mostrar um cenário que só existe na cabeça dos senhores do executivo e legislativo.
Essa brincadeira de esconde-esconde do governo pode ser muito prejudicial ao Brasil, à agropecuaria brasileira, à cadeia de carne como um todo, pois se perdermos a habilitação da União Européia, estaremos retrocedendo muitos anos na evolução dos mercados de exportação de bovinos, pois lembrem-se que muitos países seguem as decisões sanitárias da U.E, como Egito e Argélia, importantes mercados compradores da nossa carne.
Como disse a Zandbergen e já dizia minha querida vovózinha, crianças, não brinquem com fogo.
Cordialmente,
Daniel Savazzi Abreu
Como diria Bóris Casoy: Isto é uma vergonha!
Abs
E para variar um pouco o governo acha que esta tudo uma beleza.
Abs
O cenário não poderia ser pior, dólar a R$ 1,98 e a expectativa do mercado é R$ 1,75 em dezembro, muito boi no pasto, ameaça de embargo da UE, etc. É por isso que nas periferías das grandes cidades já se compra Acém ou Paleta, mais barato que alguns cortes de frango.
Que Deus nos ajude.
Sds,
Alexandre Campos
Com relação ao alerta contra a omissão do governo em relação ao controle de doenças importantes como a aftosa onde ainda não estamos vendo uma intervenção efetiva dos órgãos de defesa sanitária na erradicação desta doença, concordamos plenamente.
Já com respeito a rastreabilidade que estão tentado implantar já algum tempo, acho obra de ficção, pois o país não tem a mínima possibilidade estrutural de poder cumprir com as regras que estão tentado impor aos pecuaristas. Somente pessoas que não convivem com o dia a dia, na prática, com comércio de animais desde bezerros até garrotes para recria e engorda podem acreditar neste modelo que estão tentado obrigar os pecuaristas a seguirem.
Quanto ao possível embargo da União Européia, acho que está chegando a hora dos produtores rurais, ministério da agricultura, frigoríficos e demais empresas que tem interesse na área se reunirem de uma forma realista e propor um sistema de rastreabilidade que seja exeqüível pela maioria dos produtores rurais. Repito, não acredito que o atual sistema proposto vá efetivamente funcionar como alguns estão alardiando em diversos artigos, sempre levantando a ameaça dos cortes que possivelmente o país irá sofrer nas exportações.
O que tem mais irritado os europeus são as promessas sempre não confirmadas pelos nossos negociadores.
Por isso, se modificarmos este sistema de rastreabilidade de acordo com a real capacidade de gerência de nossos produtores rurais e empregados, acredito que possamos renegociar com êxito estes novos compromissos e ai sim garantir o que foi combinado.
Daniel Savazzi não esta sozinho nisso, eu também me preocupo por ser um colaborador de uma grande empresa exportadora para a UE e ser um brasileiro que sente muito a falta de cuidado das autoridades brasileiras que não investem e monitoram como deveria ser monitorado, por pessoas qualificadas e honestas com dedicação e cuidados necessários para não ocorrer tamanha anomalia.
Trabalhei 8 anos no Mato Grosso do Sul, é o maior e melhor rebanho que já constatei nos meus quase 18 anos no ramo e me corta o coração ver a apresentável carne daquele estado não sê valorizando e trazendo riquezas e respeito pelo mundo, e ainda a falta de informação aos enganados que ainda dizem que a carne ficando no Brasil o comércio interno e mais acessível para o povo brasileiro.
Natal Julio
A Zandbergen, os frigoríficos, exportadores de carne, consultores, certificadores, etc, podem ficar tranqüilos. Não vou rastrear meu gado, porque meus controles administrativos já são suficientes. Vacino todos os animais, não uso agrotóxicos, não confino para engorda, não temos mosca do chifre em nossa propriedade, e a qualidade genética de nosso rebanho está acima da média, mas não vou assumir uma despesa que só cabe aos interessados em exportar carne.
Quem estiver interessado em fazer parcerias para exportação, que assuma esta despesa e todo o trabalho necessário para cumprir suas exigências.
Se continuar esta perseguição movida por exportadores, certificadores, ou ainda, os famosos consultores (que só dão palpite, mas não põem a mão na massa, nem participam do prejuízo), eu vou encerrar a atividade pecuária e plantar cana. Pois por enquanto, cachaça ainda não é rastreada.
Creio que este aviso vem de endereço conhecido.
Qual a vantagem, até o presente momento, que os pecuaristas tiveram com a tal rastreabilidade?
Para onde está indo a nossa pecuária, devido a falta de credibilidade, acredito que toda a cadeia produtiva da carne, tem a sua parcela de culpa, sem exceção, incluindo também o governo federal. Precisamos, urgentemente, começar a mudar os nossos conceitos, ser mais sérios.
Como diz a empresa holandesa Zandbergen, em 2006 o Brasil vendeu US$ 1,4 bilhão em carne bovina à União Européia, o que corresponde a 36% do valor total das vendas brasileiras.
Avaliaram isso, se perdermos esta conquista. A Europa precisa de carne, e nós temos a faca e o queijo, mas está parecendo que não sabemos exportar porque o queijo está estragado e a faca está cega.
Daniel concordo com você, e com a matéria da Zandbergem, mais em quanto os pecuaristas brasileiros não entederem que os Europeus enxergam o Brasil como um todo, e os diversos frigoríficos de outros estados , não se unirem para o bem de toda a cadeia nacional da indústria frigorífica (coisa difícil de acontecer) e os Governos não enxergarem o desastre que pode causar no desemprego e na balança comercial do Agronegócio, o que posso dizer é que no nosso estado MS foi um desastre, disseram que em 6 meses a casa estaria em ordem, já faz 19 meses, e agora que estamos vendo o novo governo dar uns passos com seriedade e com vontade de colocar o estado de volta ao status que tinha anterior ao fato da aftosa de 2005. Mas se os grandes não pensarem em ajudar os pequenos e médios a terem os mesmos diretos, eles poderão ver o tiro sair pela culatra, carne brasileira não é de um estado ou outro ela é do Brasil.
Espero que a matéria do Ministro da Agricultura que o governo é reponsavel pelo prejuízo dos pecuarista se estenda as 3 unidades frigoríficas que ficaram fechadas com prejuízos incalculáveis enquanto o ministério em Brasil ia e MS não se entendiam entre sí. Porque agora houve o abate sanitário e antes não, porque estão com as pessoas certas no lugar certo, e o que noto que este governo é para todos e não para meia dúzia.
Cordialmente
Roberto Leme Praxedes
Vamos encarar este aviso como uma ameaça real, séria, e que tem uma grande chance de se efetivar.
O governo assim como a classe produtora, deverão sair da letargia o mais rápido possível, entender de uma vez por todas, o que o mercado consumidor quer, estabelecer um critério prático, confiável, inteligível e realizável no país, no que se refere a definitiva implantação e suporte permanente para a rastreabilidade, e de uma vez por todas entender que quem dá as cartas no negócio é o consumidor.
Sendo assim, temos ainda 6 meses ou menos para tentar evitar o caos que se estabelecerá na bovinocultura ,caso estes avisos prévios se confirmem.
Não poderemos alegar surpresa ou ignorância com acontecimentos futuros, que no presente já estão mandando sinais de tragédia a curto prazo.
Quanto a Zandbergen, só temos a agradecer pela “dica” antecipada, infelizmente.
Luiz Henrique Leite Nogueira
Agradecemos a Zandbergen por nos comunicar o que estamos carecas de saber.
Sabemos também, do empenho e comprometimento da classe produtora em buscar sanar possíveis problemas existentes.
Só gostaria de perguntar: Quem vai pagar a conta de um possível embargo da carne brasileira à Europa?
Tenho certeza que novamente será o produtor rural.
O frigorífico vai achatar o ganho do produtor e vai continuar com suas margens. O governo, que não está, nem nunca esteve nem aí para o produtor, vai buscar uma bandeira qualquer para se aproveitar da situação, e colocar a culpa na cadeia produtiva. Como diz um colega ainda em outra carta, talvez diga que foi bom para o consumidor de baixa renda do Brasil, pois a carne ficará a preço acessível.
E por fim, as certificadoras são as que tem a menor parcela de culpa no processo. Não foram elas que criaram as regras de rastreabilidade e nem a exigência. Pelo contrário, tentaram auxiliar modificando algumas regras para acertar o processo.
Enquanto tivermos um governo incompetente para o setor primário, frigoríficos e atravessadores querendo ganhar só o seu, sem dividir responsabilidades, e associações de classe inertes, estaremos à mercê de fantasmas como este que agora se apresenta, e pior, ainda teremos que arcar com o prejuízo.
E como acreditar nas notícias do governo brasileiro? Se as missões internacionais vem aqui fazer vistorias nos frigoríficos, no sistema de Defesa Agropecuária e fazem recomendações, por que o Governo não cumpre seu papel e atende tais reivindicações?
Por mais que haja o esforço de alguns elos da cadeia produtiva em profissionalizar o setor em todos os sentidos, ainda somos muito amadores.
Quero parabenizar o Sr. Mario Carlo Vargas Pareto e o Sr. Sergio Benoni Sandri pelas suas colocações. Acredito sim na preocupação da Zandbergen, mas em manter seus lucros com a carne brasileira e se mantem uma bandeira do Brasil em seu pavilhão, imagino quanto não devem lucrar com nossa carne.
O Brasil precisa sim ser mais competente nas questões sanitárias, mas o produtor sério tem feito sua parte e feito com muita competência. E quando conseguirmos atender todas as exigências impostas agora, serão feitas outras com o intuito claro de barrar nossos produtos e proteger o mercado deles. Isso só vai mudar quando sentirem que sem o Brasil, o mundo não come.
Eu colocaria outra questão:
Qual a desvantagem de rastrear com o programa existente? Será tão impossível assim em uma fazenda minimamente estruturada? Não seria apenas a falta de cultura em controlar dados?
Lo que devemos hacer es consumir toda la carne que producimos y olvidarnos de exportar, locura? Verdad bueno para aquellos que saben que existe algo que se llama otro continente les cuento,mandar carne por medio de frigorificos habilitados para tal efecto les puedo asegurar que muy contento no estan con las exigencias de los otros continente, en fin lo que quiero decir es que devemos ser habierto alas exigencias del comprador de afuera por que si nos sierran las salidas por aftosa o vaca loca o lo quesea el precio de tu @ en el mercado interno va caer como urubu sin freno, asi que quien esta en el negocio de carne o lo que sea alla afuera existen otros continente que saben la diferencia de la carne cebu y taurus, ustedes me entienden, por eso sigamos mirando el mercado externo con buenos ojos de oportunidad o mas que plantar caña vamos a tener que plantar mandioca para comer con carne .Muchas graxias.
O pecuarista brasileiro não aprendeu a ser responsável e tem que tomar vergonha na cara e dar valor ao que ele produz. O fazendeiro não está nem ai mais quando a coisa fica preta ele só reclama e não tem coragem de dar o melhor de si, enfim são acomodados e preguiçosos.
Concordo plenamente com o artigo do meu eminente concorrente Zandbergen. Hoje o Lobby europeu para um ban inteiro do Brasil é muito forte e aumenta cada vez mais. Consta lembrar que um ano atrás somente os “britânicos” (Inglaterra, Irlanda e Escócia) estavam favoráveis à esta possibilidade. Hoje dois outros parceiros europeus; França e Alemanha apoiam essa idéia.
As razões de cada estado membro da UE são várias, mas existe uma em comum: o “medo do Brasil”.
A capacidade deste pais de penetrar os diversos mercados da carne assusta os europeus que não enxergam como impedir essa dinâmica. Então, sim a rastreabilidade e as imperfeições do Sisbov podem ser os pretextos para os lobistas europeus conseguirem a suspensão das carnes bovinas brasileiras à UE.
Por outra parte, todos sabemos que Europa vai precisar de carne. O déficit entre produção e consumo interno aumenta cada ano mais. E as alternativas à carne brasileira não são enormes.
A Argentina auto limita suas exportações. O Uruguai tem uma baixa de abate e não teria os volumes necessários para aumentar suas exportações para a UE. Enquanto a Austrália, excepto alguns mercados (Inglaterra, Hollanda e Alemanha) a maioria dos estados membros não podem pagar o preco pedido.
Brasil deverá fazer esforços e atingir as metas sanitárias pedidas pela UE, mais o jogo vale a pena. O Brasil pode ser o primeiro parceiro da UE em carne bovina e, inclusive tem grandes probabilidades que aumente os volumes e as vendas para esse continente.
A bola esta do lado do Brasil, não “brinquem com fogo”.
Assinamos embaixo a carta do Zandbergen. Importamos carne do Brasil a anos e vemos com grande preocupação os atuais movimentos em Bruxelas. Infelizmente não podemos fazer nada além de alertar, pois a responsabilidade está nas mãos do governo brasileiro e da cadeia produtiva.
Com relação ao que o senhor produtor Mario Carlo Vargas Pareto escreve acima dizendo que “não vai rastrear seu rebanho, pois não compensa”, tenho o seguinte comentário: os pecuaristas, CNA e ou qualquer organização de interesse dos pecuaristas deveria apresentar claramente qual o custo por quilo de despesas que a rastreabilidade gera e exigir esse valor + arroba do frigorífico e o frigorífico que repasse o mesmo aos clientes europeus.
Da minha parte não teria nenhum problema em pagar por um produto que garanta o que as autoridades e consumidores europeus querem consumir. Conseguindo algo que até hoje não conseguimos: estabilidade nas entregas.
Transparência e organização são fundamentais para todos terminarem essa “novela” felizes e lucrando.
O recado foi dado a bastante tempo pelos europeus, infelizmente não dispomos, ainda, de uma política séria para o comércio da carne junto a OMC, proteção das fronteiras, e sanidade dos rebanhos. Nossos órgãos responsáveis pelo zelo aos sistemas pecuários, como Indea, Iagro e outros, age mais de forma punitiva a instrutiva, ou seja, fazendo vistas periódicas a médios e pequenos produtores, no intuito de conscientiza-los às formas de sanidade dos rebanhos, principalmente nas regiões de fronteira. Quanto a rastreabilidade, esta começou de forma errada, tendo muitos meios fraudulentos em sua trajetória, como sempre o famoso “jeitinho brasileiro” que mais cedo ou mais tarde iria esbarrar em normativas mais sérias e mais rígidas. Ainda há tempo! Vamos agir com seriedade!
Vocês europeus se acham superiores ao resto do planeta, só porque vocês tem o poder econômico nas mãos. Nós brasileiros temos conhecimento e capacidade na produção de carne, e carne de boa qualidade, carne saudável, de gado criado no pasto, sem hormônios e aditivos nas rações, carne absolutamente natural.
Já que hoje em dia, só se fala em qualidade de vida, em vida saudável, sem transgênicos e sem artificialismos, porque vocês não valorizam a nossa carne como assim deveria ser? Porque não interessa para vocês, é óbvio!
Finalizando, se vocês são tão bons assim, o que me diriam da vaca louca?
Eu preferiria pegar uma febre aftosa do que uma Encefalopatia Espongiforme (doença da vaca louca) que não tem cura!
Gostaria de agradecer o apoio, e a compreensão, daqueles que leram meu desabafo. porém, o momento exige uma reflexão que deve ir além da certificação, propriamente dita.
Posso não ser um típico produtor rural, pois a pecuária não é nossa única fonte de renda. Também “alugamos pastos”, pois devido ao manejo racional de pastagens (contamos com a assessoria de um engenheiro agrônomo), temos sobra de pasto inclusive durante a seca. Também temos umas vaquinhas leiteiras, nada muito especializado, aquela mistura de tatu com cobra resistente às intempéries, mas que produz leite.
Parte do “nosso” rebanho, também não é totalmente nosso, é de parceria pecuária. Também não enviamos toda nossa produção para abate, pois com os constantes boatos de frigoríficos quebrando, optamos por vender a garrotada, de forma pulverizada, nos diversos leilões da região. Entretanto, com exceção dos animais que estão em nossa propriedade, por força do contrato de aluguel de pastagens, todos os demais tem acompanhamento de um médico veterinário. Porém este não é o principal motivo pelo qual acho que o Sisbov é redundante e inepto.
Não é de hoje que os fazendeiros e, em particular, os pecuaristas, são chamados para pagar o pato ou a conta. Para o público em geral, somos ricos latifundiários. Há até quem nos considere como exploradores de vacas. A verdade é que somos uma classe desunida, cada vez mais endividada, e cujo achatamento da receita operacional, não comporta assumir mais nenhum custo. Porém, nem na legislação encontramos amparo, pois nos dois únicos contratos rurais típicos (parceria e arrendamento rural), previstos em nossa legislação, o proprietário da terra é considerado como a parte mais forte na negociação, o que nem sempre é verdade.
Na parceira pecuária, podem ocorrer casos, em que o proprietário de terra desprovido de capital de giro, mediante pagamento, cede espaço em suas pastagens, para que o rebanho de outro pecuarista se alimente. Hoje, é difícil dizer quem é a parte mais forte nesta relação, pois com a queda dos preços, boi já não é mais dinheiro que anda. Mas o problema persiste, pois se um juiz considerar que a relação entre os dois pecuaristas for arrendamento rural, o proprietário da terra ver-se-á obrigado ao contrato por cinco anos. Mais sorte terá aquele fazendeiro, cujo contrato for interpretado como parceria pecuária, pois neste caso o prazo mínimo de contrato é de três anos.
A falta de uma legislação, para regular uma transação tão típica no meio rural, não é o único sinal de desamparo do pecuarista. As cabeças que criaram o Sisbov também não previram estas possibilidades. Pois como é possível “sisboviar” a propriedade, se o gado do pecuarista, para quem aluguei pastagem, não está “sisboviado”? Porque alguns frigoríficos, não aceitam num mesmo abate, animais de dois proprietários diferentes, visto que são parceiros pecuaristas, e todos os animais sem exceção, estão “siboviados”?
Pessoalmente, herdamos um rebanho de boa qualidade genética. Nos últimos dezessete anos investimos em melhoramento genético. Compramos novos touros de excelente linhagem. Fizemos curso de inseminação artificial, para garantir, nós mesmos, que semens de Ludy, Bahjol, entre outros, não seriam desperdiçados. Não somos abastados. Trabalhamos duro para colher o resultado, que estamos colhendo a cada nova parição, mas nunca recebemos um centavo a mais por nosso esforço. Há quinze anos passados, assisti todo um abate ser classificado como “Cota Hilton”, mas nenhum centavo a mais pelo “Premium Beef”, levado ao abate. A única recompensa, que recebemos por um trabalho responsável, é ser agraciado com uma nova obrigação, Sisbov. Não, não aceito, nem muito obrigado.
Compreendo a necessidade de criar uma “Denominação de Origem Controlada”, assim como fizeram os produtores de vinho, mas isso não pode ser criado por decreto, o Brasil é muito grande para ser transformado num produtor da Champagne. Nem todos os pecuaristas dispõem das mesmas condições de genética, pastagens, recursos financeiros e humanos, necessários para tanto.
Não compreendo porque preciso de Sisbov, se tenho assistência técnica de profissionais habilitados por instituições superiores de ensino. Será que seus diplomas não valem nada? Qual o valor da assinatura, do médico veterinário, que vacinou meu rebanho contra a Febre Aftosa? Porque estão desvalorizando, este mesmo profissional que fez o exame de toque em nossas vacas, e aplicou as primeiras vacinas em sua crias? Qual o porque, deste controle redundante, Sisbov para cada animal, Sisbov para a propriedade? Porque criar mais um credenciamento, se cada estado já tem um órgão responsável pela saúde animal? Minha impressão é de que estão criando dificuldade, para vender facilidade.
É duro admitir, mas a Argentina e o Uruguai encontraram a solução mais acertada. O limite de cota de exportação garante não só, que haverá carne para consumo do mercado interno, assim como exige mais empenho de todos os parceiros interessados no mercado de exportação. Pois obriga o comprador a encontrar bons fornecedores, e recompensá-los com o devido diferencial de preço.
Será que esta é a melhor solução para o Brasil? Por um lado, reduziria o medo inerente aos produtores europeus, de um possível dumping de carne brasileira. Por outro lado, permitiria aos importadores/exportadores sérios, espaço para encontrar parceiros sérios, capazes de fornecer volumes constantes, de animais com qualidade para exportação. Possivelmente, a restrição criada pela cota de exportação, poderia também elevar o preço, e o status, de nossa carne no mercado externo. Mas que mal há nisso?
A outra alternativa é brincar com fogo, deixar a pecuária, plantar cana (ou mandioca, tal como já foi sugerido). Há também, a possibilidade de vender nossas propriedades para empresas multinacionais, que já estão se aproveitando da falta de apoio do governo, para com os produtores rurais, e estão se aproveitando como urubus, da carcaça dos falidos. Quem sabe assim, quando a pecuária brasileira estiver na mão, de meia dúzia de multinacionais, o SISBOV finalmente funcione. Quando já não for mais necessário.
Está na hora de parar a bola, e virar o jogo. Não sei quem é o técnico desse time, mas sei que sem ataque, não tem defesa que funcione. Bola pra frente, que atrás vem gente.
Parabéns ao BeefPoint pela publicação da carta e à Zandbergen pela redação.
Os pecuaristas protecionistas da Europa continuam fortes, pois podem contar com dois aliados brasileiros bastante eficientes. O primeiro desses aliados é a minoria de profissionais do setor de carne que continuam raciocinando como se o mundo não fosse globalizado e seguem uma longa tradição de extrativismo. O segundo desses aliados são os responsáveis públicos que cortam o orçamento da defesa sanitária e dedicam verbas irrisórias à segurança sanitária.
Acho que em boa lógica, esses dois aliados deveriam receber dos sindicatos de pecuaristas irlandeses ou franceses uma retribuição. Sugiro que eles tenham acesso a uma parte dos fartos subsídios recebidos pelos seus amigos europeus.
As “autoridades” brasileiras só iniciarão um movimento para solucionar este problema, se “sair” no Jornal Nacional (entenda-se “tribunal de última instância”). Depois que “sai” lá, é que alguém ficará responsável pelo problema.
É que, se a carne brasileira for embargada, nenhuma “autoridade” será responsabilizada, nunca foi!
Ninguém tem responsabilidade aqui, só depois que sai no JN. Lamentável!
Simplesmente devemos aceitar o seguinte fato, quem compra e paga, pode exigir a qualidade do produto que esta comprando. Ou atendemos o cliente adequadamente, ou perdemos.
Cadê o nosso presidente e o nosso ministro da agricultura e seus pares competentes? Onde está o compromisso com o setor que carrega a economia brasileira nas costas? Onde estão a CNA, o FUNDEPEC? As federações? Os sindicatos? Novamente, nós (produtores sérios) vamos pagar a conta?
Como se não bastasse a irresponsabilidade no episódio aftosa, setembro/outubro de 2005, contribuindo com o sufocamento financeiro dos nossos pecuaristas, a incompetência do governo brasileiro e a miopia de uma minoria de interesseiros poderá aniquilar o animo de quem quer mudanças para melhor.
Já não tenho mais argumentos, e muito menos esperança em relação ao futuro da pecuária no Brasil, já joguei a toalha, este ano saio definitivamente da pecuária, ainda com a vantagem de levar o que me sobrou, deixo a atividade para quem gosta de sonhar, e tem condições de bancar esse sonho, boa sorte aos que ficam.
A matéria é excelente e preocupante, faz-se necessário que toda a cadeia produtiva possa ter metas de desenvolvimento agropecuário neste país. Não temos políticas públicas que nos favoreçam, brinca o país de fazer defesa sanitária animal, não somos subservientes aos países da união européia, mas os mesmos nos cobram porque percebem a falta de compromisso. Há fatores importantes, que poderiam tornar-se efetivamente positivos para todos os produtores, é interessante se não fosse patético, quando falam de agronegócio, colocando o Brasil no podium, de quê? Se não há seriedade por parte dos políticos. Mas é bom fazer de conta não é?
Fico indignada e ninguém faz nada, chega a ser vergonhoso! Os embargos que poderão acontecer são fruto do descaso, de anos de sofrimento de quem produz. São eles, os produtores que no final irão pagar a conta!
Pelo que tenho visto o risco continua, pois estive com veterinários suecos aqui no Brasil recentemente, e verifiquei com eles tem a mesma posição, daqui para final do ano, ou vai ou racha.
O Brasil está a beira do caos, contaminação nas águas, no leite, pecuaristas que ainda hoje compram a vacina porém não aplicam no gado, governo sem seriedade, falta ao nosso povo dignidade, cidadania.
Temos que fazer o nosso dever de casa independente de saber que meu vizinho não esta fazendo direito. A jmarques não exporta, porém somos solidários com nossos companheiros exportadores, por acreditar que ao levar o nosso gado para fora, os mesmos levam a nossa bandeira, a nossa história.
Devemos nos organizar, reinvindicar nossos direitos, é obrigaçao do estado manter as condições sanitárias, os portos, estradas etc. Infelizmente o propinaoduto também atingiu nossa sociedade, hoje parece tudo normal, um embargo hoje seria lamentável, pois estamos usufruindo de anos de tecnologia investidos, de trabalho duro. Não temos politicas públicas que nos favoreçam porque somos coniventes com o governo.
Recentemente uma passeata gay levou as ruas 2 milhões de pessoas em São Paulo. Um grupo de pessoas organizadas pode levar 2 milhões de pessoas as ruas, nós pecuaristas somos desunidos, desorganizados e não reinvindicadores, por isto estamos a beira do fogo, já podemos senti-lo mas só correremos quando o fogo nos queimar.