EUA: outdoors promovem carne bovina aos latinos
13 de junho de 2002
Bertin está otimista com exportações
17 de junho de 2002

Zoonoses podem barrar exportações

O controle da brucelose e da tuberculose estará na pauta do dia para que o Brasil possa exportar carne de bovinos e bubalinos em alguns anos. Segundo o coordenador do Serviço de Doenças Infecciosas da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul (SAA), Maurício Pretto, não há barreiras comerciais para países que ainda não erradicaram estas doenças, mas em breve este quadro deve se reverter. “Existe possibilidade de entrar na lista das barreiras comerciais. No ano passado, a Rússia já tentou barrar por causa disso”.

Pretto acredita que assim que a febre aftosa for erradicada, o foco recairá sobre a brucelose e a tuberculose. Além da possibilidade de prejudicar as exportações nos próximos anos, estas doenças já acarretam perdas econômicas aos produtores, uma vez que o índice de mortalidade dos animais no Brasil ainda é alto. Fora este fato, existe o risco de contágio de seres humanos. Hoje, a responsabilidade pela vacina está a cargo do produtor. Até o final da década de 80, o serviço oficial da SAA produzia e aplicava a vacina contra brucelose durante campanhas de vacinação, o que foi suspenso com a privatização da rede pública de vacinas. A secretaria mantém campanha de educação sanitária permanente, para conscientizar o produtor de que deve vacinar o rebanho.

A necessidade econômica de controle das doenças vem ao encontro da campanha nacional de controle da brucelose e tuberculose de bovinos e bubalinos, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pôs em prática desde o início do ano em 14 estados, entre eles o Rio Grande do Sul, e que deve abranger todo o país até o final de 2002.

O chefe do serviço de sanidade agropecuária do Mapa no RS, Hélio Pinto, explicou como vai funcionar o programa. De junho a dezembro, deverá ser oferecido treinamento às universidades interessadas no programa. Depois de habilitadas, essas instituições poderão oferecer cursos a veterinários, que serão incluídos na lista de profissionais credenciados do Mapa. Eles poderão trabalhar junto às propriedades que aderirem ao programa, fazendo os testes para certificação das mesmas como livres das doenças. “Como a adesão é espontânea, não temos prazos estipulados”, esclareceu Hélio Pinto.

Os veterinários que não se cadastrarem poderão continuar trabalhando na aplicação da vacina contra a brucelose. Cada estado é responsável pela execução do programa, mas a certificação das propriedades livres das doenças estará a cargo das delegacias regionais do Ministério. O processo começará a ser feito no primeiro semestre de 2003.

Mato Grosso do Sul

A assinatura de convênio que envolverá entidades ligadas ao setor rural para o combate à brucelose e tuberculose em bovinos no Mato Grosso do Sul será o tema central da reunião marcada para a próxima segunda-feira (17) às 19h30, na sede da Associação dos Criadores de MS (Acrissul), em Campo Grande.

O acordo vai envolver também os donos de lojas de produtos veterinários. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, o pecuarista Kenneth Coelho, do vendedor ao veterinário contratado para fazer exames no animal, todos terão de seguir os critérios da Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro). O órgão vai capacitar e credenciar veterinários para supervisionar a vacinação de brucelose.

Fonte: Correio do Povo/RS e Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.