Conforme avança o ano, o cenário da atividade da indústria frigorifica da Argentina melhora em relação a 2011, que foi o pior ano para o setor desde 1980. O setor está se recuperando após política antipecuária nacional, mas a velocidade do processo é muito gradual e esse ano apenas chegaria a recuperar a queda de 2011, de acordo com o último relatório da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina (CICCRA).
Conforme avança o ano, o cenário da atividade da indústria frigorifica da Argentina melhora em relação a 2011, que foi o pior ano para o setor desde 1980. O setor está se recuperando após política antipecuária nacional, mas a velocidade do processo é muito gradual e esse ano apenas chegaria a recuperar a queda de 2011, de acordo com o último relatório da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina (CICCRA).
No primeiro quadrimestre do ano, os abates totais foram de 3.744 milhões de cabeças, com um crescimento acumulado anual de 7%. Isso implica que foram abatidas 244 mil cabeças a mais que nos primeiros quatro meses do ano passado.
Em abril, a participação das fêmeas nos abates totais continuou sendo reduzida, de forma que se pode inferir que o processo de retenção de ventres e de recomposição do rebanho prosseguiu. Porém, pela primeira vez em 16 meses, essa proporção ficou acima de 40% (40,4%), fechando o primeiro terço do ano em uma média de 39,5%.
Essa prolongada retenção de fêmeas não se traduziu até o momento na recuperação do rebanho que era esperada, segundo a CICCRA. Os dados preliminares de vacinação mostrariam somente 500.000 bezerros a mais que no ano anterior, com o que se confirmaria o processo de recuperação muito lenta do rebanho pecuário e, portanto, uma crise da indústria frigorífica maior do que muitas empresas nacionais poderão suportar.
No que diz respeito à produção de carne bovina, em abril foi de 196.000 toneladas de carcaça com osso e registrou um aumento de 2,3% anual. Em termos absolutos, a produção cresceu em 4.400 toneladas de carcaça com osso em comparação com abril de 2011. O menor avanço da produção de carne em relação aos abates totais, respondeu novamente a uma queda estimada do peso médio da carcaça no gancho (224 quilos de carcaça com osso versus 233 quilos de carcaça com osso – queda de 3,8% anual).
No primeiro quadrimestre do ano, a produção de carne da Argentina totalizou 840 mil toneladas carcaça com osso, volume 4,3% maior do que no primeiro quadrimestre de 2011 (o peso médio do animal abatido acumulou uma baixa de 2,5% anual – 224 quilos de carcaça com osso versus 230 quilos de carcaça com osso -, ampliando a oferta de carne bovina em 34.762 toneladas de carcaça com osso.
A maior oferta de carne bovina se voltou em sua totalidade ao mercado interno, que sofreu o impacto da queda do volume exportado. De janeiro a abril de 2012, foram consumidas internamente 774.536 toneladas de carcaça com osso de carne bovina, o que mostrou uma melhora de 7,4% anual e de 53.231 toneladas de carcaça com osso. No entanto, no mesmo período, foram exportadas 64.546 toneladas de carcaça com osso de carne bovina, o que denota uma baixa de 22,2% anual e de 18.470 toneladas de carcaça com osso.
Em consequência, a participação do consumo interno na oferta total de carne bovina passou de 89,7% em janeiro-abril de 2011 a 92,3% no primeiro quadrimestre de 2012. As exportações de carne perderam 2,6 % de importância relativa, baixando de 10,3% para 7,7%.
Com relação ao consumo por habitante de carne bovina, de janeiro a abril foi de 56,4 quilos por ano e acumulou uma melhora de 6,4% anual, apesar de continuar estando em 16,3% abaixo do nível alcançado no primeiro trimestre de 2007, quando chegou a um máximo relativo de 67,4 quilos por ano.
Por último, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) certificou as exportações de carne bovina totalizando 9.873 toneladas de peso produto em abril, tendo acumulado no primeiro quadrimestre do ano um total de 42.450 toneladas de peso produto. Em termos interanuais, os volumes enviados ao exterior durante janeiro a abril de 2012 registraram uma contração de 20,4% medidos em toneladas de peso produto e uma queda de 22,2% em toneladas de carcaça com osso.
A CICCRA disse que essa queda nas exportações pode ser explicada por vários fatores:
As exportações de cortes Hilton totalizaram 7.149 toneladas de peso produto à União Europeia (UE) de janeiro a abril desse ano. Isso foi 25,1% a menos do que o registrado no primeiro quadrimestre de 2011. Esses dados ratificam pelo quinto ano consecutivo o não cumprimento da cota Hilton pela Argentina.
Fonte: CICCRA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.