Atacado – 06/08/2012
6 de agosto de 2012
FDA (EUA) completa investigação sobre foco de vaca-louca, caso raro
6 de agosto de 2012

CME: redução no rebanho dos EUA preocupa, dizem analistas

Se a taxa com relação ao ano anterior continuar assim até dezembro, os abates anuais serão de pouco mais de 32,1 milhões, o menor nível desde 2005 e o menor nível não influenciado pela encefalopatia espongiforme bovina (EEB) desde 1992.

A redução no rebanho de corte dos Estados Unidos e da safra anual de bezerros preocupam a analistas e a indústria, disseram Steve Meyer e Len Steiner. Menos vacas significam menos pessoas envolvidas na indústria, menos influências políticas e diversos outros fatores prejudiciais. Porém, isso não leva à uma redução na produção de carne bovina. Isso também não tem tido um grande impacto negativo no abate de bovinos. Essas afirmações parecem ser contraditórias, o que está acontecendo?

Primeiro, como se pode ver no gráfico abaixo, os abates de bovinos nos Estados Unidos ficaram entre 32,7 a 33,9 milhões de cabeças nos últimos seis anos. Em relação ao ano anterior, os abates estão 4,3% menores e provavelmente chegarão a níveis inferiores. Se a taxa com relação ao ano anterior continuar assim até dezembro, os abates anuais serão de pouco mais de 32,1 milhões, o menor nível desde 2005 e o menor nível não influenciado pela encefalopatia espongiforme bovina (EEB) desde 1992.

O gráfico abaixo mostra que a contínua redução na safra de bezerros (calfcrop) dos Estados Unidos tem sido resultado de menores níveis de abates de novilhos e novilhas. Se a queda de 4,6% nos abates de novilhos de novilhas neste ano persistir, o total anual será de apenas 25,06 milhões de cabeças, o menor nível desde 1980. A queda de abates deste ano poderá ser a maior, exceto em relação à queda de  2004, quando houve o foco de EEB no Canadá e as importações de animais de reposição foi proibida.

Porém, note no primeiro gráfico que (linha rosa), embora os abates totais de gado de 2005 a 2011 tenham ficado em média em 1,8 milhão ou menos do  que ficou de 1995 a 2002 (antes da EEB no Canadá ter impactado nos números a partir de maio de 2003), a produção anual de carne bovina ainda está quase no mesmo nível. A razão é mais carne bovina por animal, em função dos maiores pesos de abate e maior rendimento de carcaça. Existe uma série de fatores que contribuem para ambos os aumentos.

Primeiro, os animais são melhores geneticamente. A maior ênfase em seleção para taxa de crescimento, carne magra, etc., e ferramentas mais sofisticadas para análise destes dados, permitiu que operações comerciais de bovinos fizessem progressos significantes. Não faz muito tempo que as únicas pessoas que sabiam o que era diferença esperada de progênie (DEP) – medida do impacto que um animal pai terá sobre seus descendentes – tinham Ph.D. em seus nomes. Agora, todo profissional que lida com gado não somente sabe o que isso significa, mas também, usa isso regularmente para selecionar os animais.

Em segundo lugar, os programas de nutrição estão melhores. Avanços nas pesquisas, medidas mais precisas sobre os ingredientes da ração e muitos outros fatores permitiram que o gado alcançasse maior peso enquanto mantinha crescimento magro. A carne bovina magra ajudou na demanda dos consumidores? Provavelmente. Isso tem ajudado na eficiência de produção e processamento e, dessa forma, mantido a carne bovina competitiva com relação à carne de frango (mais barata) e à carne suína? Eles acham que não ha dúvidas sobre isso.

Finalmente, a quantidade de carne bovina por quilo de peso vivo – rendimento da carcaça – aumentou, especialmente nos últimos anos. O gráfico a seguir mostra os rendimentos de carcaça computados usando dados de sistemas obrigatórios de registros de preços desde janeiro de 2002. Assim como para a maioria dos fatores relacionados à pecuária, existe uma considerável sazonalidade do rendimento de carcaça, mas a tendência de alta desde o final de 2007 é clara. Melhores animais, melhor nutrição, melhor marketing e aditivos nutricionais também contribuíram para esse aumento.

A reportagem é do TheCattleSite.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.