Milho
Diferentemente do que os analistas suspeitavam, o USDA elevou, para 273,83 milhões de toneladas, sua projeção para a safra de milho nos EUA, alta de 0,51% ante o relatório de dezembro, apesar da pior seca em décadas que atingiu o país.
Contudo, a maior demanda por pecuaristas americanos deve fazer com que os estoques finais do grão recuem mais 6,8%, a 15,3 milhões de toneladas.
Segundo Stefan Tomkiw, analista do Jefferies Bache, em Nova York, a situação do milho está delicada em relação ao nível de estoque, mas a demanda de um modo geral vem dando sinais de arrefecimento (há semanas, os EUA reportam baixas vendas semanais). “O mercado deve se estabilizar um pouco nos níveis atuais, até pela entrada da safra sul-americana, e depois ter uma escalada antes do verão no Hemisfério Norte”, prevê.
O USDA também revisou para cima a estimativa para a colheita de milho no Brasil em 1,42%, para 71 milhões de toneladas, e elevou em expressivos 9,37%, ou 1,5 milhão de toneladas, a expectativa para a exportação do grão pelo país na temporada 2012/13
Trigo
No caso do trigo, o corte no estoque mundial foi relativamente leve (de 0,2%, para 176,6 milhões de toneladas), mas chegou a quase 5% para os EUA, que devem passar para a safra seguinte com 19,5 milhões de toneladas.
Soja
O que, definitivamente, não surpreendeu os agentes foram os números da soja. O USDA elevou a perspectiva para a colheita mundial em 0,63%, a 269,4 milhões de toneladas, e a americana em 1,48%, para 82,06 milhões de toneladas. O Brasil segue como o principal fornecedor, já que a safra 2012/13 do país foi elevada em 1,85%, a 82,50 milhões de toneladas.
A oferta mundial de soja só não é maior em função do declínio previsto na Argentina, onde o excesso de chuvas não deve deixar a safra passar de 54 milhões de toneladas. Em Chicago, os papéis de soja para março fecharam em baixa de 0,47% na sexta-feira, a US$ 13,7325 por bushel.
O receio de que os preços da soja disparassem para um patamar acima de US$ 20 por bushel na bolsa de Chicago, após a maior seca dos últimos 50 anos ter castigado as lavouras americanas, fez os importadores mundiais da oleaginosa, principalmente a China, adiantarem suas compras de maneira nunca vista na história americana.
Do total de 36,6 milhões de toneladas estimadas para a exportação na temporada 2012/13, 84,94% foram negociadas de setembro (início da safra) até 3 de janeiro. Na mesma data do ciclo 2011/12, os americanos haviam comprometido 66,24% da produção.
Entretanto, com o preço da oleaginosa em queda desde outubro, as compras feitas pelos chineses estão recuando e alguns cancelamentos foram feitos. “A China está abastecida e percebeu que a correria era exagerada”, disse o analista da Newedge Daniel D´Avila. Porém, Steve Cachia, analista da Cerealpar, pondera que os cancelamentos não significam que o país não precise se abastecer de soja no momento. Segundo ele, a China tende a realocar suas compras para a América do Sul.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.