A indústria brasileira do couro pretende retomar neste ano as negociações com o governo federal para obter a restituição de impostos sobre o produto na fase wet blue, de acordo com o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello.
Atualmente, o couro wet blue tem seu faturamento taxado em 9%. Nas contas do CICB, no ano passado, foram recolhidos por meio dessa taxa R$ 103 milhões. Bello lembra que a tributação foi estabelecida como medida de proteção da indústria nacional, em uma época de consumo interno maior de couro, mas que com o mercado doméstico cada vez mais fraco, a taxa perdeu sua importância.
Ele ressalta, por exemplo, que 80% do maquinário utilizado pelos curtumes é importado de países da Europa, especialmente a Itália, e também de fornecedores da Ásia.
Em 2014, a exportação de wet blue representou 46% do volume em unidades vendidas. Uma situação bem diferente do verificado há alguns anos, quando a participação superava os 70%, mas ainda distante do que o setor gostaria. A meta do CICB é reduzir para 20% a 25%. As vendas de couro acabado para o exterior representaram 43,9% no ano passado e a de crust (semi-acabado) 9,5%.
Apesar de destacar a urgência da questão, Bello, informou que ainda não há uma previsão de quando serão retomadas as conversas com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Fonte: Revista Globo Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.