O mercado físico do boi gordo parece não ter encontrado um equilíbrio de preços satisfatório tanto para compradores quanto para vendedores, indica análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). A instituição relata que, após ter beirado os R$ 160 no início de abril, o Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo (mercado paulista) está, agora, ao redor de R$ 155.
Nos últimos sete dias, o Indicador do Boi Gordo teve queda de 0,59%, fechando a R$ 156,02 nessa terça-feira. No mesmo período, a carcaça casada de boi negociada na Grande São Paulo cedeu 1,73%, com o preço médio de 15 quilos em R$ 144,90, ou R$ 9,66/kg. Por sua vez, o boi magro teve queda de 3,3%, informa o Cepea.
A pressão vem do ligeiro aumento da oferta devido à estiagem, que já prejudica as pastagens em muitas regiões, e também da desvalorização da carne no atacado, refletindo a fraca demanda. “Os valores negociados, no entanto, ainda são considerados altos pela ponta compradora que, com frequência, relata dificuldade para as vendas de carne no atacado, e baixos por pecuaristas que alegam dificuldades para a reposição”, diz o relatório.
Assim, o resultado tem sido lentidão nos negócios. Representantes de frigoríficos estão receosos quanto à demanda efetiva por carne que terão no início de maio – em função do pagamento de salários e do dia das mães, em 8 do mês que vem – e, por isso, seguem pressionando novas quedas da arroba. Já os pecuaristas resistem em negociar nos patamares mais baixos. “A efetivação de negócios tem acontecido basicamente quando há certa urgência de uma das partes – no caso do pecuarista, decorre especialmente do clima”, diz a instituição.
Fonte: Estadão Conteúdo, adaptada pela Equipe BeefPoint.