As autoridades agrícolas dos EUA anunciaram ontem que sacrificarão, nesta semana, 450 bezerros de um rebanho de Washington, o que inclui uma cria do animal infectado com o mal da “vaca louca”.
O chefe do serviço de inspeção veterinária do Departamento de Agricultura, Ron DeHaven, disse que os bezerros de um mês serão enviados a um matadouro em desuso, mas não precisou o local. DeHaven assegurou que a carne desse lote não será consumida por pessoas nem por outros animais. O dono do rebanho será pago conforme os preços de mercado.
O subsecretário da Agricultura dos Estados Unidos para Serviços Estrangeiros, J. B. Penn, enfatizou que o país está próximo de conseguir que a OIE, agência mundial para saúde animal, mude suas normas para permitir a retomada das exportações americanas de carne bovina. “Nós achamos que a OIE deveria revisar suas normas para torná-las mais atualizadas com o que conhecemos sobre essa doença. Esperamos que a OIE faça isso e que possa ser retomado o comércio com países que têm surtos muito limitados, como uma única vaca”.
Mais de 30 países suspenderam suas importações após 23 de dezembro, quando foi constatado no país um caso do mal da “vaca louca”.
Pressão
O FDA, departamento que regulamenta alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, enfrenta pressão crescente para ampliar a proibição ao uso de restos de animais em alguns tipos de rações. O órgão ainda não implementou qualquer medida de segurança desde a descoberta do primeiro caso de “vaca louca” no país. O fato tem levantado discussões a respeito da forma de criação e abate do gado nos EUA.
Na semana passada, quando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou novas medidas de segurança alimentar, autoridades do FDA disseram que levariam algum tempo para decidir se precauções adicionais seriam necessárias para proteger o rebanho bovino dos EUA da doença da vaca louca.
Em agosto de 1997, o FDA baniu o uso de restos de bovinos em rações para vacas, cabras e ovelhas, prática apontada como responsável pela disseminação da doença da “vaca louca” no Reino Unido nas décadas de 1980 e 1990.
Autoridades norte-americanas acreditam que a doença atingiu o animal em Washington por ter sido alimentado com ração contendo farinha de carne com cérebro, espinha e outras partes de um bovino infectado. Na semana passada, o USDA baniu o uso de cérebro e tecido espinhal de animais mais velhos da cadeia alimentar, mas o FDA continua a permitir a utilização desses materiais “de alto risco” em ração para suínos e frangos.
Alguns legisladores e grupos de consumidores pedem medidas mais severas. Funcionários da indústria, no entanto, dizem que essa ação é desnecessária, já que o animal doente provavelmente nasceu no Canadá. Resultados dos testes de DNA da vaca doente devem sair nesta semana, determinando qual a origem da rês.
Autoridades do USDA e grupos da indústria defendem que os países compradores de carne dos EUA devem retirar a suspensão das importações se ficar provado que a vaca nasceu no Canadá.
Fonte: Correio do Povo/RS, O Popular/GO e Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint