O Brasil está em negociações para vender carne bovina in natura para os Estados Unidos no próximo ano. Esta semana, o País envia aos Estados Unidos documentos que comprovam a sanidade do rebanho. A meta é fechar 2002, com US$ 3,2 bilhões de vendas de carne bovina, suína e de frango, com um aumento de 15% em relação às exportações em 2001.
A retomada das negociações com os americanos foram feitas pelo secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos Oliveira.
A abertura do mercado americano para a carne bovina in natura é um sonho antigo. As negociações foram iniciadas há quase três anos, mas estacionaram em virtude do foco de febre aftosa no Rio Grande do Sul. “Estamos confiantes que, apesar da demora, teremos a aprovação para as vendas este ano”, afirmou o ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes. O ministro acredita que, além da segurança sanitária, o Brasil tem um ponto a mais que é o programa de rastreabilidade, em vigor desde janeiro, que permite conhecer todas informações dos rebanhos nacionais, bovino e bubalino, desde a fazenda até a comercialização.
A abertura do mercado americano será para todos os estados livres da aftosa. O País já exporta aos EUA, mas apenas carne industrializada. Aquele país responde por aproximadamente 10% das exportações do Brasil, que em 2001 totalizaram US$ 1 bilhão. O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Ênio Marques, acredita que, com a abertura de mercados, o setor terá aumento entre 10% e 15% das suas exportações em 2002.
Nos Estados Unidos, o secretário de Defesa Agropecuária teve audiências com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e visitou o Congresso. Segundo ele, o líder da bancada para assuntos com o Brasil, Willian Jefferson, vai acompanhar as negociações de abertura do mercado norte-americano para a carne e o frango brasileiro. Oliveira também se encontrou com o presidente do Conselho de Importadores de Carnes das Américas, Petter Malloney, que sinalizou a potencialidade do mercado.
Segundo Oliveira, o processo de análise de risco de sanidade do rebanho brasileiro estará concluído entre seis meses e um ano. “O ministério enviará os documentos para os Estados Unidos ainda nesta semana”.
Martins afirmou que os países do Nafta ainda não são prioridade para a exportação de suína. Todas atenções estão voltadas para a missão européia que visita o Brasil em março. A abertura do mercado europeu facilitará a entrada do produto brasileiro no Japão, o maior importador mundial de carne suína, com 850 mil toneladas. Com isso, o setor pretende vender 350 mil toneladas este ano, alcançando a receita de US$ 500 milhões.
Fonte: O Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint