As exportações de carne brasileira in natura para os Estados Unidos só devem começar no final do ano que vem, calcula o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, depois de abordar o assunto com o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, numa reunião ontem em Washington.
A burocracia atrasará a entrada da carne brasileira no mercado americano em mais de um ano e meio. Num encontro anterior com autoridades brasileiras, a secretária da Agricultura, Anne Venneman, havia sinalizado que a importação de carne brasileira poderia começar ainda no primeiro semestre de 2004.
“Há boa vontade no governo americano, o problema é que o processo é mesmo burocrático. Também houve algum atraso na resposta, no Brasil, aos longos questionários requeridos para exportação”, disse Rodrigues. Segundo o porta-voz do representante comercial dos EUA, Richard Mills, o encontro abordou a questão da febre aftosa no rebanho.
Perguntado sobre os sucessivos problemas na exportação de estados do Sudeste e Sul do país causados por focos de aftosa nas regiões Norte e Nordeste, que não são liberadas para exportação, Rodrigues disse que a solução do problema depende da conscientização dos governos estaduais e produtores, pelo fato de a defesa sanitária ter estrutura regionalizada.
Sobre as negociações da OMC, Zoellick disse acreditar que o pilar mais viável seja a redução dos subsídios à exportação e o mais difícil, a abertura dos mercados para produtos agrícolas.
Rodrigues disse estar “esperançoso” com as ofertas para o setor agrícola que serão feitas pela União Européia por uma troca de e-mails. “Pela sinalização estamos esperando uma oferta que permita aumentar as exportações entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões anuais”, afirmou.
Nem o Brasil nem os EUA têm idéia de cronograma para retomar negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Não há idéia de data para a reunião ministerial que deveria ocorrer em novembro no Brasil. Mas o fechamento do acordo entre Mercosul e União Européia poderia “animar” as negociações acredita Rodrigues.
Fonte: Valor OnLine (por Tatiana Bautzer), adaptado por Equipe BeefPoint