Nancy Morgan, especialista em mercado mundial de carne da FAO (Food and Agricultural Organization), desenvolveu uma tabela analítica, com indicadores capazes de comparar a produtividade entre rebanhos de bovinos de corte de diversos países.
O diferencial deste trabalho está no indicador desenvolvido para comparar a produtividade anual entre países. Nomeada Beef Productivity Indicators, a tabela possui dados sobre: rebanho total do país, rebanho leiteiro, número de cabeças abatidas por ano, produção de carne, taxa de desfrute, idade média ao abate e peso médio das carcaças.
Com esses números em mão, calcula-se o indicador de produtividade anual, situado na última linha da tabela. Este índice é calculado através da seguinte maneira: {(total de carne produzida no ano)/(rebanho total – rebanho leiteiro)}*1000. O indicador de produtividade anual é utilizado de forma comparativa. Quanto mais alto, mais produtivo é o rebanho do país.
O índice de produtividade desenvolvido por Nancy Morgan mede quilos de carne (em equivalente carcaça) produzidos por animal (da totalidade do rebanho) durante um ano.
Existem ressalvas em como apurar o indicador de produtividade anual. A retirada dos animais leiteiros é uma delas, pois muitos animais com esta aptidão acabam entrando na cadeia alimentar, sendo abatidos como animais de corte quando envelhecem, por exemplo.
O tipo de alimentação também não é levado em conta, pois animais em confinamento sempre irão produzir mais carne do que animais produzidos a pasto, o que torna o indicador de produtividade anual mais favorável a países que utilizam basicamente grãos na dieta animal. Além disso, o indicador não leva em conta o custo de produção de carne nos países avaliados.
Exportações e importações de animais também podem aparentar maior ou menor eficiência produtiva em um país. Um bom exemplo é o caso da Austrália, que exporta grande quantidade de animais vivos, prontos para serem abatidos. Pela fórmula como foi criado o indicador, a Austrália tem sua produtividade penalizada, e o país importador é beneficiado.
Em sua primeira versão, a tabela da FAO traz avaliações de 6 nações: USA, Argentina, Brasil, União Européia, Namíbia e Austrália. Os dados plotados são dos anos: 1980, 1990, 1999 e 2004.
No estudo da FAO, o Brasil tem apresentado evolução na maioria dos indicadores. Em 1999 o Brasil aparece, segundo os números da FAO, com um rebanho 165,7 milhões de cabeças, tendo produzido 6,4 milhões de toneladas de carne, o indicador de produtividade anual ficou em 43,2 kg/cab.ano. Para 2004, nosso rebanho é estimado em 195,5 milhões de cabeças, salto de 18% em cinco anos. A produção de carne aumenta consideravelmente, evolução de 25%, atingindo 8 milhões de toneladas produzidas. O indicador de produtividade anual sobe para 45,1 kg/cab.ano, evolução de 4,4% em cinco anos.
Veja na tabela abaixo, o resumo do trabalho, analisando as diferenças entre países com dados preliminares de 2004: