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PIB da agropecuária cresce 3% em 2002

A agricultura cresceu 5,12% nos quatro primeiros meses de 2002, garantindo, praticamente sozinha, o crescimento acumulado de 3,03% do PIB do setor agropecuário no período. Como a performance do sub-setor da pecuária apresentou a inexpressiva elevação de 0,50% no primeiro quadrimestre, os números do PIB rural comprovam a tendência de recuperação do sub-setor da agricultura, iniciada no segundo semestre do ano passado. No acumulado do ano, a agricultura apresenta um PIB de R$ 57,33 bilhões, em valores de 2001, a pecuária fica em R$ 45,08 bilhões e a agropecuária chega a R$ 102,42 bilhões.

Em abril, isoladamente, o PIB da pecuária teve variação negativa de 0,01% e o PIB básico da agricultura apresentou alta de 1,88%. Na avaliação dos técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os dados são positivos, uma vez que a economia brasileira cresceu 0,73% no primeiro trimestre do ano. “Se não fosse a agropecuária, esse desempenho seria inferior”, comentou o chefe do departamento econômico da entidade, Getúlio Pernambuco.

Segundo ele, a produção física das lavouras e a evolução positiva dos preços de produtos agrícolas contribuíram decisivamente para a recuperação da agricultura, iniciada no segundo semestre do ano passado e que continuará nessa tendência em 2002. Pernambuco destacou, porém, que a queda na renda dos trabalhadores está prejudicando o setor de carnes. Como o consumidor está sem dinheiro para comprar proteína e o mercado externo não vem absorvendo toda a produção, há grandes excedentes.

Os frigoríficos, diz, estão com estoques lotados e resolveram retardar o abate de animais. Nesse cenário, os preços de suínos e do leite caíram 6,7% em termos reais. Os ovos recuaram quase 3%. Os preços do frango ficaram estagnados e os da carne encolheram cerca de 7%.

O crescimento acumulado de 1,54% do PIB da agropecuária brasileira é o resultado da respectiva elevação de 1,81% e de 0,95% da agricultura e da pecuária nos primeiros quatro meses do ano. Este comportamento de um setor até a pouco tempo atrelado à ineficiência, revela a consolidação de um novo modelo agrícola, de base tecnológica e gerencial, cada vez menos dependente de suporte governamental. O valor real do PIB do agronegócio, segundo estimativas baseadas nos indicadores CNA/Cepea/USP, chega a R$ 350,27 bilhões, contra os R$ 344,95 bilhões, de 2001.

Apesar do crescimento de 3,84% no acumulado do PIB do setor de insumos da agricultura, a taxa ainda é muito inferior aos 5,12% registrados pelo PIB primário da agricultura, confirmando a rentabilidade das lavouras. No caso da pecuária, no entanto, o aumento de 1,57% no acumulado do ano do PIB do segmento de insumos do sub-setor da pecuária é três vezes superior à taxa registrada pelo PIB básico da pecuária, de 0,50% no primeiro quadrimestre de 2002. Significa que os produtores precisaram gastar mais para comprar produtos e serviços essenciais à produção primária da pecuária, transferindo renda para o segmento de insumos.

Exportação

As exportações brasileiras do setor agropecuário caíram 13,8% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 7,762 bilhões ante os US$ 9,008 bilhões de 2001, segundo dados da CNA. As importações somaram US$ 1,945 bilhão, 5,91% abaixo dos US$ 2,067 bilhões em igual período de 2001. O saldo da balança comercial agropecuária somou US$ 5,816 bilhões, contra os US$ 6,940 bilhões em 2001, apresentando uma queda de 16%.

“Dificilmente repetiremos o saldo de US$ 14,7 bilhões do ano passado”, admitiu o chefe do departamento de comércio exterior da CNA, Antônio Donizeti Beraldo. “O recuo dos preços das carnes e do café devem impedir que o resultado se repita.”

Fonte: Departamento de Comunicação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), O Estado de São Paulo (por Fabíola Salvador) e Valor On Line, adaptado por Equipe BeefPoint

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