As 167 nações que determinam os padrões de saúde animal mudaram no final do mês de maio seu código fitossanitário, facilitando as vendas de carne bovina de países com casos confirmados de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ou doença da ‘vaca louca’.
“Isso terá um impacto significante no comércio de qualquer país”, disse o presidente da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE), Alex Theirmann.
No entanto, no Japão, onde o processo de reabertura do mercado às importações de carne bovina dos Estados Unidos está em andamento, o ministro da Agricultura, Yoshinobu Shimamura, disse que não espera qualquer aceleração na consideração do governo nos padrões de testes.
O secretário da Agricultura dos EUA, Mike Joahnns, disse que espera que vários países façam emendas em suas regulamentações para “refletir essas diretrizes que continuarão a promover nosso objetivo principal, de proteger a saúde animal e humana”.
Na verdade, as mudanças no código da OIE refletem apenas pequenas mudanças da versão de 2004. Além disso, os países membros da organização são livres para decretar seus próprios padrões sanitários e fitossanitários para alimentos importados.
O ponto principal das diretrizes da OIE ratificadas em 27 de maio é uma redução nos níveis de riscos para EEB de cinco criados há quase 20 anos, quando a doença foi descoberta na Inglaterra, para três. O risco é baseado no número de casos confirmados no ano anterior e nas medidas tomadas para controlar a doença, como barreiras em suplementos para bovinos contendo proteína originada de ruminantes. As três categorias que foram determinadas agora são:
As vendas de cortes de músculos de carnes desossadas de quaisquer países com uma categoria de risco estão permitidas, uma vez que o processador removeu os materiais de risco especificado da carcaça antes de cortá-la em cortes primários. Os materiais de risco especificado incluem cérebro, medula espinhal, terminações nervosas, intestino delgado e outros órgãos onde sabe-se que existe concentração de proteínas.
“A colocação das carnes vermelhas em uma categoria segura irá desmistificar e amenizar o terrível impacto comercial ocorrido no mundo por causa da EEB”, disse Thiermann.
Fonte: CapitalPress.info (por Tam Moore), adaptado por Equipe BeefPoint
0 Comments
É, o mercado internacional é mesmo difícil de entender.
Como é que pode uma doença como o mal da “vaca louca”, que vitimou mais de 200 pessoas no Reino Unido , altamente fatal, tem a sua legislação “alterada” para favorecer a exportação de determinados países.
Já a aftosa, cujos efeitos no homem são inofensivos, e cuja contaminação via carne, sêmen e embriões são de risco zero, ainda nos impede de acessar mercados como EUA, Japão e Coréia. E o que dizer de países como o Egito, que proíbem a importação de animais vivos do Brasil devido à mosca-da-bicheira, respaldados pela OIE.
Não falamos de vírus ou bactéria, mas de um INSETO!! Imaginem se não é possível um tratamento eficaz na quarentena dos animais e uma inspeção na chegada no país, garantindo a inexistência do parasita.
Entretanto, infelizmente, hoje a OIE publica o que quer, sem que haja alguém aqui do Brasil para contestar. Hoje temos protocolos firmados com apenas 6 países, e todos os outros estão fechados para a nossa genética devido exclusivamente à perigosíssima FEBRE AFTOSA!!!
Creio que todos merecemos que o BeefPoint pesquise e nos informe, objetivamente, sobre o que é verdade na OIE, como debate, como decide, como “certifica” os países… Muitos podem se surpreender ao constatar verdade contra o que nossas autoridades normalmente mitificam e nos fazer crer…
Com relação ao artigo específico sobre EEB, o poder dos países ricos é evidente nestes casos. Não podemos ir contra a corrente. Creio que esta notícia terá uma incidência direta na importância e necessidade de programas de rastreabilidade sérios nos países que queiram oferecer garantias de segurança de sua carne. É uma pena que neste ponto o Brasil não consiga avançar seriamente faz um ano, com isso Uruguai e Austrália continuam ganhando terreno.
José Pereira