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RS reforça vigilância na fronteira com a Argentina

O ingresso de produtos de origem animal pela fronteira com a Argentina passará a merecer um tratamento especial por parte dos serviços de vigilância sanitária do Rio Grande do Sul.

O superintendente federal da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, suspeita que carnes e subprodutos oriundos do Paraguai possam entrar no mercado gaúcho por meio de triangulação com comerciantes procedentes do país vizinho. “A vigilância tem de ser permanente para que se tenha 100% de segurança, disciplina e rigor no trânsito junto à fronteira”, disse. O dirigente vai propor um encontro hoje pela manhã com a Secretaria da Agricultura para o desenvolvimento de ações conjuntas nesse sentido.

Conforme o chefe do Serviço de Sanidade Agropecuária do Mapa/RS, Bernardo Todeschini, todas as cargas vindas da Argentina estão sendo inspecionadas com especial atenção, principalmente por São Borja, Uruguaiana e Porto Xavier, onde o controle é permanente. “Todas as fronteiras estão sendo reforçadas. Carne argentina só entra desossada”.

Há ainda as patrulhas de controle do trânsito vicinal de pequenas cargas e, em conjunto com técnicos da SAA, as barreiras móveis. Todeschini descarta a necessidade de instalar-se pedilúvios ao longo da fronteira. Signor, por sua vez, deve requerer hoje a instalação de um para quem desembarca no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

A Supervisão Regional do Departamento de Produção Animal, com sede em Erechim, trabalha desde a manhã de ontem nas barreiras de fiscalização do tráfego de animais vivos e carnes entre RS e SC. As equipes estão fiscalizando as passagens de Goio Em, na divisa de Nonoai com Chapecó (SC), e no Estreito, na divisa de Marcelinho Ramos com Concórdia (SC). Caminhões com cargas de milho do Centro do país e do PR são obrigados a passar também por um rodolúvio.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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  1. João Francisco S. Vaz disse:

    Tecnicamente sabemos, que a Grande Região formada pelo Chaco Paraguaio, Pantanal sul-matogrossense e, as províncias do extremo nordeste argentino, apresentam sob o aspecto epidemiológico, características de área endêmica para o vírus da aftosa.

    Quem conhece esta imensa região, sabe das grandes dificuldades em desenvolver programas eficazes de combate à doença, devido às características ambientais peculiares que impedem, na prática, o controle do vírus dentro dessa área.

    Apesar dos esforços desenvolvidos pelo Centro Panamericano de Combate à Aftosa, com a estratégia de tentar “isolar” esta área das regiões vizinhas, nem sempre se obtém sucesso absoluto.

    Ciclicamente, o vírus “escapa” dessa área para áreas limítrofes, percorrendo caminhos bastante conhecidos, indo contaminar animais em outras províncias Argentinas (Corrientes, Missiones, Entre Rios), Uruguay, Brasil (particularmente o Sudoeste até o Rio Grande do Sul).

    A “vítima” agora, infelizmente é o estado do Mato Grosso do Sul, que está sofrendo na carne as penalidades decorrentes da descoberta desse foco.

    Em 2001, a vítima foi o RS, que até hoje paga um alto preço pelo episódio da aftosa, com perdas imensas em exportações, e até a proibição da venda de boi vivo para Santa Catarina.

    Estranhamente, o problema se agrava quando se diagnostica e se noticia nos meios de comunicação, algum foco de Aftosa no território brasileiro.

    Lembro que no evento da Aftosa no Rio Grande em 2000/2001, foram diagnosticados 24 focos da enfermidade dentro de nossas fronteiras, e apesar de divergências políticas entre o governo do Estado (PT), e do Ministro Pratini, foram tomadas todas as providências para evitar um mal maior.

    Na mesma ocasião, dentro do Uruguay, foram diagnosticados 1.200 focos da doença.
    E daí para frente reduzimos drasticamente a exportação de carne bovina, e o vizinho país “aumentou” suas exportações para mercados importantes (incluindo os EUA).

    Será que as medidas sanitárias tomadas dentro do Uruguay foram tão mais eficientes assim?

    Em resumo: o mercado tem receio da carne do Rio Grande, e confia plenamente na na carne Uruguaia e Argentina, áreas estas sabidamente com tanto risco sanitário quanto nós.

    Então, sul-matogrossenses, façam tudo o que for possível e rapidamente, para minimizar as graves conseqüências da Aftosa, porque além do Vírus, temos que combater outros problemas ainda não bem diagnosticados.

    Grato,

    João Francisco S. Vaz
    Médico Veterinário