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Casas agropecuárias de MT sofrem falta de vacinas

Após dez dias da abertura da última etapa de vacinação contra a febre aftosa, que vai de 1º a 30 deste mês, boa parte do comércio de produtos agropecuários de Mato Grosso está sem vacina para atender os pecuaristas. A reclamação das revendas é geral. De norte a sul do estado faltam doses no comércio há mais de uma semana e, em alguns municípios, a situação é crítica porque não há previsão de quando o produto estará disponibilizado.

Nas poucas casas onde a vacina ainda pode ser encontrada – tanto em Cuiabá como no interior – o estoque está praticamente no fim. É o caso da Agroamazônia, em Cuiabá, que tem estoque de apenas 30 mil doses para atender os pecuaristas da baixada cuiabana. Segundo a vendedora Cristina Willers, a procura nesta campanha superou em mais de 50% as vendas de anos anteriores. “Acredito que isso tenha ocorrido devido à preocupação do pecuarista em imunizar o seu rebanho mais cedo por causa do foco de aftosa em Mato Grosso do Sul”, supõe.

Na Comercial Agrovisa, a vacina está em falta desde o último dia 2. “Recebemos 30 mil doses no final de outubro mas em uma semana o estoque acabou e até agora não recebemos mais nada da distribuidora”, contou o vendedor Luís Carlos Carafine. Ele informou ter solicitado mais 30 mil doses, com expectativa de ser atendido até amanhã.

Em municípios pólos da pecuária como Barra do Garças, Cáceres e Alta Floresta, o comércio agropecuário também vive o drama da falta de vacina na etapa mais importante do ano para a imunização do rebanho bovino e bubalino.

Em Barra do Garças, a maioria das lojas está sem o produto há mais de uma semana. Segundo o vendedor Dimas Rodrigues, da Casa da Lavoura, a procura por doses é intensa desde o começo do mês. “Vendemos até agora apenas 65 mil doses e só conseguimos atender cerca de 30% da demanda, em torno de 200 mil doses”, revelou. Segundo o vendedor, a loja está sem o produto há uma semana e a média é de 30 solicitações de vacina por dia. No ano passado, a Casa da Lavoura comercializou 280 mil doses de vacina em Barra do Garças, quatro vezes mais do que já foi comercializado este ano.

A Agrocampo, em Alta Floresta, foi obrigada a suspender todos os seus compromissos de entrega porque não há estoque. As 48 mil doses disponíveis na loja foram comercializadas no começo do mês. “Solicitamos 30 mil doses, mas não há previsão de quando a distribuidora irá nos atender”, informou o vendedor Devanir Cavalcanti.

Em Cáceres, que concentra o maior pólo pecuário do estado, os estoques de vacina estão no fim. Uma das poucas lojas que ainda têm a vacina no município, a Da Roça, chegou a ficar sem o produto. “O estoque está em baixa e a qualquer momento pode zerar”, disse o vendedor Marcos Mendes. A loja tem previsão de receber novas remessas da distribuidora hoje. “Vendemos cerca de 250 mil doses na atual etapa, mas isso não chega a representar 50% do previsto para esta reta final de imunização”, destacou Mendes.

Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marcondes Maciel), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Luiz Marcos de Oliveira Penna disse:

    Sou do MS e estava de partida para a minha propriedade pantaneira quando fui surpreendido por este mesmo problema. Fui atrás de informações a respeito e descobri que uma grande quantidade de vacina não foi aprovada para comercialização pelo MAPA.

    Pergunto, em sendo esta a primeira vez que eu ouço falar em partida de vacina ser jogada fora, será que as vacinas das campanhas passadas estavam boas? É mais um fato normal que só sendo pecuarista para agüentar, totalmente à deriva?

    Obrigado,

    Luiz Marcos Penna
    Médico veterinário e pecuarista

  2. Jairo Pradela disse:

    Boa tarde, senhores.

    Até quando vamos vivenciar este quadro? A pecuária está no seu gargalo, os pecuaristas bombardeados pelos frigoríficos (cartel) e pelos laboratórios fabricantes de vacinas contra aftosa (cartel).

    Está passando da hora de começarmos a divulgar as notícias ruins por parte deles também.