Embora tenha recuado em dezembro, pelo nono mês seguido, o índice de preços globais de alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) encerrou 2022 com média anual de 143,7 pontos, alta de 14,3% em relação ao ano anterior.
A organização ressaltou que o valor médio do subíndice dos óleos vegetais atingiu um novo recorde no ano passado – 187,8 pontos, ante 164,4 pontos em 2021. Nos grupos de lácteos e carnes, foram alcançados os mais altos patamares anuais desde 1990 : 142,5 pontos e 118,9 pontos, respectivamente.
“É importante manter o foco na mitigação da insegurança alimentar global, uma vez que os preços mundiais dos alimentos permanecem em níveis elevados, com muitos alimentos básicos perto de recordes, e ainda muitos riscos associados ao abastecimento futuro”, disse, em comunicado, o economista-chefe da FAO, Maximo Torero.
Em dezembro, o índice de alimentos da FAO recuou 1,9% ante novembro, para 132,4 pontos.
Nessa comparação, a queda foi liderada pelos óleos vegetais (6,7%), e o nível atingido foi o mais baixo desde fevereiro de 2021.
“As cotações internacionais de óleos de palma, soja, canola e girassol caíram em dezembro, pressionadas pela importação global moderada e pelas perspectivas de aumento sazonal da produção de óleo de soja na América do Sul, bem como pela queda nos preços do petróleo bruto”, disse a FAO.
No grupo dos cereais, houve baixa de 1,9% em dezembro. As colheitas em andamento no Hemisfério Sul impulsionaram a oferta exportável de trigo, enquanto a forte concorrência do Brasil reduziu os preços mundiais do milho, destacou a organização.
Por outro lado, os preços internacionais do arroz subiram, impulsionados pelas compras asiáticas e pela valorização da moeda frente ao dólar dos Estados Unidos para os países exportadores.
Já o subíndice das carnes caiu 1,2% no mês passado, graças aos preços mais baixos das carnes bovina e de aves, enquanto as carnes suína e ovina subiram.
A FAO diz que os preços internacionais da carne bovina foram impactados pela fraca demanda global, enquanto a ampla oferta para exportação derrubou a carne de frango. Os preços da carne suína subiram devido à forte demanda interna de férias, especialmente na Europa.
No segmento de lácteos, houve alta de 1,2% em dezembro, em média, após cinco meses de quedas consecutivas. A alta nos preços internacionais de queijos puxou a valorização, que só não foi maior porque manteiga e leite em pó caíram.
No caso do açúcar, finalmente, houve alta de 2,4% em dezembro, principalmente devido a preocupações com o impacto das condições climáticas adversas no rendimento das safras na Índia e de atrasos na moagem de cana-de-açúcar na Tailândia e na Austrália.
Fonte: Valor Econômico.