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El Niño está perto do fim e já surgem sinais de La Niña

Águas do Oceano Pacífico começam a esfriar, iniciando a transição do El Niño para La Niña — Foto: Metsul / Reprodução

O episódio de 2023/24 do fenômeno El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico, se encaminha para o seu final, informa a Metsul Meteorologia. Declarado em junho do ano passado, o atual evento do El Niño foi responsável por enchentes históricas e fatais no Sul do Brasil e uma seca severa na região amazônica com nível baixo recorde do Rio Negro, no Amazonas.

O evento ainda favoreceu grandes ondas de calor acompanhadas por falta de chuvas no Centro-Sul do Brasil, com recordes de temperatura máxima em vários estados, situação que gerou fortes perdas na safra agrícola brasileira.

De acordo com o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, publicado, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central está em 0,7ºC, portanto na faixa de intensidade fraca.

Já o Pacífico Equatorial, nos litorais do Peru e do Equador, estava na última semana com anomalia de -0,6ºC. Ou seja, o oceano já registra resfriamento junto à costa da América do Sul e esboça os primeiros sinais para uma transição para um fenômeno La Niña mais tarde neste ano.

Segundo a Metsul, os dados de anomalia de temperatura da superfície do mar indicam que o El Niño está nos seus momentos finais. A tendência é que o episódio do fenômeno de 2023/24 chegue ao fim no final do mês ou mais tardar em maio, seguindo-se uma fase breve de neutralidade até a instalação da La Niña.

A probabilidade é de que o fenômeno La Niña retorne e seja declarado no decorrer do inverno deste ano (no período entre junho e agosto). Não há consenso entre os modelos, mas a maioria das simulações de clima de longo prazo indica condições de La Niña no Pacífico a partir de julho ou agosto. Com base na estimativa da NOAA, haveria uma repetição do que se viu no ano passado, mas com sinal contrário.

Em 2023, a transição de La Niña para El Niño foi muito rápida. Para 2024, a agência de tempo e clima dos Estados Unidos projeta uma transição novamente muito rápida, mas desta vez de El Niño para La Niña.

Águas do Oceano Pacífico começam a esfriar, iniciando a transição do El Niño para La Niña — Foto: Metsul / Reprodução

O que é o La Niña

O fenômeno La Niña tem impactos relevantes no sistema climático global, sendo caracterizado por temperaturas abaixo do normal na superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental. Essa condição contrasta com o El Niño, sua contraparte quente.

A última vez em que o La Niña esteve presente foi entre 2020 e 2023 com um longo evento do fenômeno. No Brasil, seus efeitos variam de acordo com a região.

O Sul do país geralmente experimenta menos chuva, enquanto o Norte e o Nordeste registram um aumento das precipitações. Cresce o risco de estiagem no Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul, embora mesmo com o La Niña possam ocorrer eventos de chuva excessiva a extrema com enchentes e inundações.

Além da chuva, o La Niña também influencia as temperaturas em diferentes partes do mundo. No Sul do Brasil, o fenômeno favorece maior ingresso de massas de ar frio, não raro tardias no primeiro ano do evento e precoces no outono no segundo ano do episódio. Por outro lado, com estiagens, aumenta a probabilidade de ondas de calor e marcas extremas de temperatura alta nos meses de verão no Sul.

Fonte: Globo Rural.

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