Ontem, a Rússia deixou claro que será dura com o governo brasileiro antes de rever o embargo imposto às importações de animais vivos, carnes e produtos de oito estados brasileiros. A restrição foi determinada depois de confirmados 28 focos de febre aftosa no rebanho de Mato Grosso do Sul e de um caso da doença no Paraná.
Em comunicado, o serviço veterinário da Rússia informou que não está satisfeito com a capacidade do Brasil de lidar com a doença. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, rebateu a crítica. “Do ponto de vista de identificação e controle da doença, tenho a impressão que o que o Brasil tem feito é exemplar”.
Cerca de 14% das exportações brasileiras de carne bovina vão para a Rússia. No comunicado, feito após reunião realizada com técnicos sanitários brasileiros, em Moscou, o vice-diretor do serviço, Evgeny Nepoklonov, disse que está claro que o serviço veterinário brasileiro não pode garantir a segurança em relação à febre aftosa e não pode detectá-la rapidamente. “Observaremos Mato Grosso do Sul e o Paraná por, no mínimo, um ano, e os estados adjacentes por, ao menos, seis meses”, avisou.
Ele acrescentou que, se as autoridades brasileiras não forem capazes de recuperar a confiança em relação ao controle da doença durante o tempo indicado, o embargo poderá ser estendido indefinidamente.
Surpreso, o ministro tentou minimizar as críticas e disse que uma região sem problemas pode vir a registrar casos. “O fato de ser livre de aftosa não significa que uma região não terá a doença”.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Fabíola Salvador e Bruno Marfinati), adaptado por Equipe BeefPoint