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EUA: Produtores avaliam retomada da pecuária de corte em meio a expectativas de chuva e altos preços

Com o primeiro trimestre do ano já encerrado, o setor pecuário dos Estados Unidos ainda vive incertezas quanto à tão esperada reconstrução do rebanho bovino de corte. Segundo o especialista em comercialização pecuária da Extensão da Universidade Estadual de Oklahoma (OSU), Derrell Peel, os dados disponíveis até agora não indicam um movimento concreto de retenção de novilhas que sinalize a retomada da produção.

O relatório de inventário de 1º de janeiro de 2025 revelou que o rebanho de vacas de corte encolheu no ano anterior, com uma queda também no número de novilhas disponíveis. Apesar disso, a redução no abate de vacas no início deste ano pode permitir um leve crescimento do rebanho, dependendo das condições climáticas ao longo dos próximos meses.

“Tudo vai depender do abate de vacas e do impacto da seca”, explica Peel. “Se houver mais chuvas — como estamos esperando — os pecuaristas podem optar por manter mais novilhas e reduzir o ritmo de descarte, o que abriria espaço para um aumento modesto do rebanho ainda este ano.”

Mesmo com números de novilhas prenhas relativamente baixos, há a possibilidade de que produtores decidam cobrir mais fêmeas inicialmente destinadas à engorda, especialmente se as condições de pastagem melhorarem. Essa decisão, no entanto, só deve influenciar de forma mais significativa os números da produção a partir de 2026.

Peel também destaca que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) deve divulgar um novo relatório de inventário em julho — algo que não aconteceu no ano passado. Esse levantamento será fundamental para avaliar a retenção de novilhas e a previsão de bezerros para o próximo ano. No entanto, os dados de abate e de confinamento de novilhas, que poderiam indicar tendências, sempre vêm com um atraso de vários meses.

Para os pecuaristas, o momento é de decisões estratégicas. “Os mercados estão em níveis recordes. O recado é claro: reconstruir o rebanho e vender mais bezerros para aproveitar os bons preços”, afirmou Peel. “Mas cada produtor precisa avaliar sua realidade local de pastagens e fazer o que for mais viável em sua operação.”

Apesar das incertezas, o otimismo cauteloso prevalece. Com a chegada das chuvas e a recuperação das pastagens, o setor pode finalmente iniciar um novo ciclo de crescimento.

Fonte: SUNUPTV, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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