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China acelera compras de carne bovina à espera de salvaguardas

A China deve decidir em novembro se irá aplicar ou não medidas de salvaguarda sobre suas importações de carne bovina. A conclusão da investigação, em andamento desde o fim de 2024, pode ter reflexos diretos sobre o mercado global e, principalmente, sobre o Brasil — o maior fornecedor da proteína vermelha ao país asiático.

Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o comportamento recente da China nas compras internacionais de carne bovina já reflete o clima de expectativa em torno dessa decisão. “Esse ritmo forte de compras que observamos agora pode ser um sintoma de que os importadores estão tentando se antecipar a alguma medida do governo, que eventualmente possa impor cotas ou tarifas adicionais”, avalia Iglesias.

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Iglesias explica que, normalmente, entre agosto e novembro, a China intensifica suas compras como forma de criar estoques internos para atender os preparativos do Ano Novo chinês, que ocorre no fim de janeiro de cada ano. Por isso, o movimento verificado nos últimos meses foi recorde.  

Em setembro, por exemplo, dados compilados pela consultoria Agrifatto mostram que a China importou um volume recorde de 190 mil toneladas de carne bovina — o maior já registrado em um único mês. Esse cenário, contudo, tem sido consistente desde janeiro, com aumento gradual nas compras e quebras sucessivas de recordes mensais. 

Pé no freio em outubro

Nas últimas semanas, entretanto, os chineses começaram a colocar o pé no freio, pelo menos frente ao volume histórico adquirido no último mês. As ofertas pela tonelada de carne bovina caíram entre 4% e 5%, sendo negociadas atualmente em torno de US$ 5,4 mil.

Para a consultoria Agrifatto, o movimento é sazonal. “Todo fim de ano, a China reduz o ritmo de importações após formar estoques mais robustos para o período de festas. Ainda assim, o temor em relação a possíveis medidas de salvaguarda e o aumento do rigor nas inspeções alfandegárias trazem insegurança ao mercado e pressionam as negociações”, aponta o relatório. 

Mesmo com o cenário de cautela, o Brasil segue sendo o principal fornecedor de carne bovina para o gigante asiático. No acumulado de 2025 (até setembro), os chineses importaram cerca de 1,85 milhão de toneladas de carne bovina, considerando todos os países — uma queda anual próxima de 4%. 

Apesar da leve retração no total, as exportações brasileiras cresceram. Entre janeiro e setembro, a China importou aproximadamente 875 mil toneladas de carne bovina brasileira. O volume representa um incremento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Com esse desempenho, a participação do Brasil no total de carne bovina importada pela China chegou a 47%. 

Fonte: Estadão.

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