O Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte reuniu-se ontem (22) na Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) para discutir denúncias de que os frigoríficos estariam adulterando o peso do boi nas balanças. O superintendente do Inmetro de Goiás, Antônio Carlos Godim Fonseca, se comprometeu a iniciar o mais breve possível uma ampla fiscalização nos frigoríficos para apurar as denúncias.
Nogueira, explica que as entidades do setor em todo o País vêm recebendo centenas de reclamações de produtores de que a pesagem do gado na maioria dos frigoríficos não conferem com as que são feitas fora deles. A fraude estaria relacionada a um dispositivo eletrônico que uma vez conectado as balanças computadorizadas permitem manipular o peso através de um controle remoto. O prejuízo para o pecuarista seria de cinco a até dez quilos por boi.
Antenor Nogueira não soube dizer quais e quantos são os frigoríficos que estariam cometendo a infração. “Por isso foi solicitada a intervenção do Inmetro. Queremos saber quais empresas estão burlando o produtor”.
A portas fechadas, foi decidida a elaboração de três documentos para consolidar a posição oficial do fórum. O primeiro será endereçado aos sindicatos estaduais da indústria da carne, propondo a instalação nos frigoríficos de um sistema paralelo e independente de pesagem. A indústria terá 30 dias para se manifestar.
Um segundo documento cobrará do Inmetro uma “ação rápida e emergente” para fiscalizar o setor. “A CNA poderá colocar à disposição técnicos e engenheiros contratados por ela para permitir que o Inmetro desempenhe seu papel”, disse o presidente do fórum. Além disso, o ofício pedirá a assessoria no processo de instalação do sistema paralelo de pesagem.
O terceiro documento deverá ser encaminhado ao Ministério da Justiça ou ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Neste caso, os pecuaristas pretendem que o governo federal torne obrigatório o sistema de conferência de peso, a ser implantado pelos sindicatos rurais mediante a cobrança de contribuição dos pecuaristas. Além da compra das balanças, sindicatos de produtores responderiam pela manutenção do sistema e acompanhamento da pesagem, em conjunto com criadores ou prepostos.
Fonseca informou que todo o ano o órgão realiza inspeções nos frigoríficos e que até então não se havia verificado nenhuma irregularidade desse tipo. “Diante destas denúncias, estaremos a postos para iniciar uma fiscalização rigorosa” declarou, ao informar que, se for comprovada a infração, a empresa poderá ser autuada e condenada a pagar multas que variam de R$ 100,00 a R$ 1,5 milhão.
O presidente da Faeg, Macel Caixeta, observou que o produtor não quer ganhar nenhum quilo a mais, mas também não quer perder. “Esperamos mais transparência dos frigoríficos”.
O presidente do Sindicarnes, José Magno Pato, reagiu com firmeza sobre o assunto. Pato declarou que o sindicato condena este tipo de prática e que deseja a punição judicial para os frigoríficos que estiverem praticando a irregularidade.
Segundo ele, a balança computadorizada vem sendo implantada pelos frigoríficos há alguns anos, de forma a agilizar a pesagem .”Condeno este tipo de ação, pois a cadeia produtiva da carne tem de ficar unida em todos os elos para que todos ganhem”.
Fonte: Diário da Manhã/GO (por Antonia de Castro), O Popular (por Edimilson de Souza Lima) e Gazeta Mercantil (por Lauro Veiga Filho), adaptado por Equipe BeefPoint
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Acredito que esse assunto esteja acontecendo a nível nacional.
Em Rondônia Eu já vi e ouvi de tudo.
O difícil vai ser provar esse tipo de deslealdade para com parceiros.