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Alta do boi agrava crise de frigoríficos no Paraná

A alta na arroba do boi gordo no Paraná, que, nas últimas semanas, passou de R$ 51,00 para R$ 55,00, em média, agravou a crise enfrentada pela indústria de carnes no Estado. O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne), Péricles Salazar, revelou que os frigoríficos pagam R$ 55,00 pela arroba do boi em pé e vendem o equivalente físico por R$ 47,00. ”O prejuízo é de 13%”, contabilizou.

Apesar de contar também com os recursos gerados pela venda de subprodutos como couro, sebo e outros, os resultados não são suficientes para cobrir o custo total do negócio, segundo ele. ”Estamos em crise”.

Para Salazar, a atividade dos frigoríficos tem sido inviabilizada pelos supermercados, que cobram margens abusivas. O analista de mercado da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP), Fabiano Ribeiro Tito Rosa, confirmou a informação. Em pesquisa feita recentemente, ele constatou que as redes de varejo cobram 60% de margem, em média, pela venda dos cortes traseiros.

A conseqüência é que o produto ficou caro para o consumidor final, que reduziu as compras, interferindo na atividade dos frigoríficos. Salazar e Rosa concordam que há espaço para diminuir o lucro dos supermercados, aumentar os ganhos dos outros elos da cadeia e ainda baratear a carne para o consumidor.

Mas essa posição é contestada pela Associação Paranaense de Supermercados (Apras). O superintendente da entidade, Valmor Rovaris, não soube precisar a margem cobrada pelas redes varejistas, mas garante que o percentual é bem inferior a 60%. ”Temos feito muitas promoções”, disse ele, que não acredita que haja espaço para redução das margens praticadas. ”A margem líquida das redes regionais de supermercados é de 1%”, informou.

Independentemente dos valores, a conjuntura mudou os hábitos alimentares dos brasileiros, que estão consumindo mais carne de frango. Nos últimos oito anos, enquanto o consumo de carne bovina cresceu 7%, o de aves aumentou 45%.

Para o presidente do Sindicarne, além do preço, o crescimento da produção de grãos também estimulou a mudança, já que a soja e o milho são a matéria-prima principal da avicultura. ”Ao criar frangos, as cooperativas e outras empresas transformam proteína vegetal em proteína animal e agregam valores ao negócio”, explicou, informando que o consumo per capita de carne bovina, no Brasil, é de 35 quilos. Com relação ao frango, o consumo anual médio de cada brasileiro é de 32 quilos.

Fonte: Folha de Londrina (por Carolina Avansini), adaptado por Equipe BeefPoint

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